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domingo, 17 de junho de 2012

ELOGIO AO FUTEBOL

Não pude ver os jogos da Eurocopa deste sábado, mas à noite procurei na internet saber como havia acabado o Grupo A da "Copa do Mundo sem Brasil e Argentina" e tomei um susto. Menos pela classificação tcheca, já que sua seleção tinha vantagem de um ponto sobre os poloneses, um dos donos da casa, mas pela eliminação do bom time russo, que deixou a vaga nas mãos (ou melhor, pés) dos limitadíssimos gregos. O futebol é mesmo uma síntese da vida, com suas improbabilidades, incertezas, surpresas, justiças, injustiças, mil lições a cada lance.
Vi os melhores momentos dos dois jogos e em ambos os vencedores foram os que menos criaram lances de gol, sendo que no último de Polônia 0 x 1 República Tcheca, o time da casa não marcou porque havia um adversário atento e esperto em cima da risca da baliza. O empate não serviria para os poloneses, mas eliminaria os tchecos e daria a vaga para os russos. Muitos caprichos e emoções, bicho.
Na primeira rodada, a Rússia goleou com enorme facilidade a República Tcheca, por 4 a 1, e só não fez mais três, porque o seu camisa 11, Kerzhakov, não sabe chutar. Ontem, ele perdeu mais uma ótima oportunidade e ajudou sua seleção a cair mais cedo do que se esperava. Ficaram os persistentes gregos, que já venceram uma Eurocopa surpreendentemente, em 2004, numa final contra Portugal, que era a anfitriã da festa e ficou com o sabor amargo da derrota.
Avançam, portanto, para as quartas-de-final, os tchecos do cabeludo e barbudo Jiracek, com seu jeito de roqueiro dos anos 70, e os gregos do herói nacional Karagounis, já alçado ao Olimpo do esporte em seu país por todos os gols decisivos que marcou, vencendo todas as probabilidades imagináveis. Isso tudo prova mais uma vez que só o talento não basta, é preciso suar muito a camisa para se alcançar a vitória. E auto-confiança. Eis o segredo: auto-confiança.

Fotos: Jiracek (Aris Messinis/AFP) e Karagounis (AP).
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