Páginas

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

FOLIA DE REIS

Dia de Reis me lembra Rio do Ouro (São Gonçalo-RJ), onde morei por 13 anos (de dezembro de 1993 a novembro de 2006). No primeiro ano meu lá, provavelmente em 6 de janeiro de 1994, um grupo de senhores e poucos jovens vestidos do que para mim - na minha imensa ignorância - eram apenas fantasias coloridas, vieram à porta de minha casa, que nem portão direito ainda tinha, com instrumentos, tocando e cantando. Fiquei paralisado com meus dois filhos e minha mulher com o terceiro na barriga assistindo da varanda àquele show particular, meio sem saber o que fazer.

Aplaudimos e eles se despediram rumo a outra residência da rua de terra em que morávamos. Descobrimos depois que teríamos de presenteá-los com algo, um bolo, algo para comer, talvez. Pelo menos foi o que nos disseram. Mas, como disse, ignorávamos. Mal sabíamos que o folclore havia batido à porta de nossa casa e se despedira para nunca mais voltar...


Veja também:
A Força Nordestina
Antúlio Madureira, o Mestre de Obras-Primas


O trecho a seguir, retirei do Wikipedia e explica bem o que representa para a cultura brasileira este dia:

Na cultura tradicional brasileira, os festejos de Natal eram comemorados por grupos que visitavam as casas tocando músicas alegres em louvor aos "Santos Reis" e ao nascimento de Cristo; essas manifestações festivas estendiam-se até a data consagrada aos Reis Magos. Trata-se de uma tradição originária de Portugal que ganhou força especialmente no século XIX e mantém-se viva em muitas regiões do país, sobretudo nas pequenas cidades dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Rio de Janeiro, dentre outros.

Na cidade de Muqui, sul do Espírito Santo, acontece desde 1950 o Encontro Nacional de Folia de Reis, que reúne cerca de 90 grupos de Folias do Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. É o maior e mais antigo encontro de Folias de Reis do país. O evento é organizado pela Secretaria de Cultura do Município e tem data móvel. astião e padroeiro do Estado.


Detalhe: Muqui era a terra de minha saudosa avó materna.


Ilustração:
"Folia de Reis", de Fernando Pires (http://fernando_pires.blig.ig.com.br/)
Vídeo: "Folia de Reis", com Baiano e os Novos Caetanos (Arnaud Rodrigues e Chico Anysio)

7 comentários:

  1. Pois é lendo essas coisas, vem à minha memória uma coisa, que acontecia na minha infancia. Convivíamos todos na rua a brincar e comparando, vejo que só nas cidades pequenas é que ainda existem essas tradições. Chego à conclusão, que mais vale uma grande cidade, do que uma cidade grande. Só assim vai se transmitindo de pai para filho a nossa existência...e reavivamos o nosso passado.

    ResponderExcluir
  2. Edu,isso é comum nas pequenas cidades,aqui ainda preservamos essa tradição...e na maioria dos lugares em Minas,isso também acontece,é tradição,mesmo que meio esquecida..uma pena..mas sempre haverá alguém para lembra,aqui ,ali,em qualquer lugar desse pais onde a diversidade de cultura ainda prevalece...
    Um grande abraço...amigo..

    ResponderExcluir
  3. Desconhecia esse fato do Rio do Ouro.No interior isso é comum, pelo menos,era.Grande abraço! Beijos! 🙏

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Infelizmente está acabando. Pena que não assinou pra eu saber quem postou o comentário. Obrigado, abraços, volte sempre.

      Excluir
  4. Regina Bittencourtsábado, janeiro 06, 2024

    A última vez que assisti à uma manifestação popular dessa, era adolescente em Santa Cruz, cidade do Rio de Janeiro, onde fui criada até os meus 18 anos. Hoje, bem longe, acredito que essa tradição também morreu por lá!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É bem provável, minha amiga. Infelizmente. Obrigado pela visita e o comentário. Volte sempre. Bjs.

      Excluir