Depois de muitos anos voltei a
escrever para uma revista – se minha memória não falha, a última vez havia sido
em 1994 para um especial da Placar. Convidado por Dirley Fernandes durante
o carnaval, não perdi tempo para começar logo a escrever sobre a dolorosa Copa
do Mundo de 1982 para a revista História Viva, que ele brilhantemente edita.
Hoje a recebi em casa e a edição especial sobre o futebol (capa ao lado) é literalmente um
show de bola.
Não sei se já publiquei isso aqui
ou em outro lugar, mas me tornei jornalista, profissão que exerci regularmente
de 1988 até 1º de abril do ano passado, por causa do esporte, em especial o
futebol. E mais particularmente ainda, por causa das Copas do Mundo. Nunca
assisti a nenhuma no local – e dificilmente estarei em algum dos estádios hiperfaturados
nesta que será realizada aqui no Brasil daqui a cerca de um mês e meio -, mas
participei da cobertura de cinco: 1990, no Jornal dos Sports; 1994, em O
Fluminense; 1998, no Globo Online; 2002, na Lancepress, e 2010, no
Globoesporte.com.
A história que conto na revista me
remete aos tempos de torcedor de arquibancada, das peladas na rua de asfalto ou
nos campinhos de terra. Foi uma viagem no tempo, que me fez despejar um oceano
de memórias para depois pesquisar alguns fatos e ver se confirmavam as
informações que o meu arquivo particular ia me mandando pôr no texto. Revi com
tristeza Brasil 2 x 3 Itália, com a narração do recém-falecido Luciano do
Valle, na época locutor da Globo, e posso dizer que não foi um jogo bom
tecnicamente (para os altos padrões da época) e que venceu aquele que errou menos. Ou melhor, venceu quem tinha
Paolo Rossi, o único a acertar tudo naquele 5 de julho de 1982, no estádio
Sarrià.
Não citei os nomes, mas meu irmão,
o hoje músico Léo Neiva; meu irmão de consideração Nilton Claro Júnior, auditor
e contador, e os irmãos Duda (o professor de História Eduardo Barros) e Mike (o
professor de Educação Física Alexandre Barros), também meus amigos, saberão se
reconhecer no texto quando o lerem. Foi uma viagem no tempo que fiz sem
nostalgia, apenas voltei a entender que aquela precoce eliminação decretou o
fim do futebol-arte e o início da era do futebol de resultados, que teve no meu
modo de entender grande influência também fora das quatro linhas, em outras
áreas. Lamentável.
Tão lamentável quanto o fato de
ter uma Copa como vizinha e não poder festejá-la inteiramente como um grandioso e emocionante evento, do qual tanto gosto - e acompanho inteiramente com imenso prazer desde
1974 - devido aos reincidentes e cansativos problemas brasileiros.
Charge de Dalcio Machado (http://dalciomachado.blogspot.com.br/) |
Veja também:
Nenhum comentário:
Postar um comentário