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quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

UMA VIAGEM NO TREM AZUL, DE BH A LIVERPOOL

O Brasil, em especial o Rio de Janeiro, pode estar (e está!) muito maltratado, mas vive um momento extremamente feliz nos projetos musicais que vêm lotando casas de todos os tamanhos e públicos, e emocionando pessoas de todas as idades. Sejam nas telas de cinema, da TV ou na internet, sejam nos palcos, no formato teatral ou de shows, não falta variedade unida à qualidade. Depois de acompanhar esse movimento, mesmo um pouco à distância na maior parte dos casos, assistir a "Para Lennon e McCartney - os Beatles e o Clube da Esquina" me fez voltar ao blog para exaltar este momento, o mesmo em que paralelamente os maiores sucessos populares em TV, rádio e streaming são o que de pior existe. Mas deixemos a maioria se locupletar com efêmeras vitórias e vamos ao que é eterno e indestrutível, a Arte.
"Para Lennon e McCartney" é uma feliz união entre o Fab Four, influenciador de gerações e gerações e gerações do mundo inteiro, e os geniais mineiros do Clube da Esquina, uma das grandes dádivas da música brasileira para o Planeta. No palco, Deco Fiori (voz, violão, piano, mandolin e arranjos), Dudi Baratz (voz, baixo, guitarra e arranjos), Eduardo Braga (voz, violão, piano e arranjos), Sérgio Sansão (voz, sopros, percussão, baixo e arranjos), Jefferson Vieira (bateria), João Freire (guitarra) e Lourival Franco (piano e teclados) brindam o público com grandes interpretações, ideias e várias surpresas.
É um espanto encantador a cada junção que surge de uma música dos mineiros com a do quarteto de Liverpool. Por exemplo: "Um girassol da cor do seu cabelo" (Lô Borges/Márcio Borges) com "While my guitar gently weeps" (George Harrison) ou "Maria, Maria" (Milton Nascimento/Fernando Brant) com "All you need is love (John Lennon/Paul McCartney) ou ainda "O trem azul" (Lô Borges/Ronadlo Bastos) e "Something" (Geroge Harrison). E tem muito mais.
Confesso que, na plateia do ótimo Imperator (Centro Cultural João Nogueira), a convite da Portal Produções, muitas vezes tentei acompanhar cantando as músicas, mas acabava interrompido porque a voz embargara. É uma linda viagem no trem azul para se apreciar pela janela lateral as paisagens sonoras do mais alto grau de beleza, que parte de Belo Horizonte em direção a Liverpool. O espetáculo vai agora para dois fins de semana no Teatro Café Pequeno, no Leblon, e depois para a Sala Baden Powell, em Copacabana. Quem ainda não foi, deve ir. Quem já foi, deve voltar. Muitas vezes.
      

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