Tostão e Pelé em 1970 |
O óbvio, Nelson já dizia, é muito difícil de ser enxergado. E demorei mesmo bastante tempo para ver que gosto muito mais do futebol do que da seleção brasileira. Acrescento e explico: do futebol brasileiro que aprendi a admirar muito novo e que me fez querer assistir qualquer partida na TV ou no estádio sempre que possível. E me fez sonhar um dia me tornar um craque da bola - mas só tive alguns bons momentos em asfaltos e calçadas, campinhos de terra batida, quadras de cimento ou taco corrido, gramados mal-tratados e até em poucos "tapetinhos verdes".
Garrincha, Pelé e Djalma Santos em 1958 |
O time brasileiro nesta Copa, com raríssimas exceções (Neymar, já fora, e os zagueiros como as principais delas), segue esta linha da botinada na bola e no adversário e da correria desenfreada, com um meio-de-campo duro e sem imaginação. Por isso não posso torcer por ele, como não torci em 1990, 1994 e 2010. Torcer por equipes como essas seria, guardadas as devidas proporções, como torcer para um fânque, axé, gospel, sertanejo universitário num concurso internacional de "música" só por ser defendido por alguém que nasceu no Brasil. Seria como assistir a uma briga do MMA ou UFC. Seria trair essa minha imensa afeição pelo futebol do meu país, que para mim é uma identidade, como a nossa verdadeira música, a nossa arte.
Falcão, Júnior, Sócrates e Zico em 1982 |
Veja também:
Setenta anos do Canhotinha de Ouro
Reinaldo, o rei do Galo Mineiro
Ademir da Guia, o Divino
Sócrates, o Doutor da Bola
O torcedor de vídeo-teipe
Futebol-arte: os maiores jogos de todos os tempos: Cruzeiro 5 x 4 Internacional
A Copa é um mundo à parte
Nenhum comentário:
Postar um comentário