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quarta-feira, 28 de outubro de 2020

MÚSICA PRA VIAGEM: CONGÊNITO

"Se a gente falasse menos, talvez compreendesse mais" e "Tudo o que se tem não representa nada" ou "não representa tudo". Pinço estes versos de "Congênito" para iniciar este breve e sinceramente reverente texto sobre esta música do poeta do São Carlos, morro que frequentei por vezes quando criança. Era onde uma tia da minha mãe morava. Tempos idos, tempos outros, bem menos perigosos, com mais poesia, embora com a ferida da pobreza machucando aqui e ali. Ali e aqui, círculo vicioso brasileiro que nunca cessa. Por outra, cresce. Só cresce.

Então, aproveito que chegou por aqui há poucos dias "Meu nome é ébano - A vida e obra de Luiz Melodia", de Toninho Vaz, que estou muito ansioso por ler, mas me seguro, pois há ordem no meu caos. "Peralá", minha zona é organizada.! Então, como ia dizendo, ou melhor, escrevendo, trago para esta viagem musical, a 15ª, a primeira de uma série de obras-primas deste grande cantor e compositor infelizmente falecido em 2017.

Quatro anos antes tive a imensa sorte de vê-lo em ação no Sesc-Tijuca, portanto, próximo à área dele, à área nossa (minha até aquela época, pelo menos), e foi um bálsamo. Na lista lá embaixo você tem o link para ler o que escrevi na época aqui neste blog. Fique agora com a música aí no vídeo. E saca só a elegância do cara! Faz muita falta, mas a obra está aí para quem quiser ouvir e curtir. Muito.


sexta-feira, 16 de outubro de 2020

MÚSICA PRA VIAGEM: ERUPTION

Com a morte de Eddie Van Halen na semana passada, as merecidíssimas homenagens ao gigante da guitarra não pararam nas redes sociais e nos veículos de comunicação. Eu, de minha parte, relembrei logo o episódio do LamasCast em que conto uma história real, ocorrida em janeiro de 1983, quando fui ao Maracanã assistir de geral a Fluminense x CSA, enquanto ao lado, no Maracanãzinho, o Van Halen enlouquecia os fãs com um showzaço. Se quiser ouvir é só clicar aqui.

Dentre grandes sucessos tocados lá naquela noite de quase 38 anos atrás estava "Eruption", que é um estrondo virtuoso. É certamente a obra-prima de Eddie, por isso a escolhi para fazer parte desta série. Curta abaixo. Observação: no início do vídeo, pouco antes de começar o solo, você vê claramente, nos círculos de fumaça, o grande causador do câncer que matou o guitarrista, aos 65 anos. 


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sexta-feira, 9 de outubro de 2020

"CONTOS DA BOLA" ESTÁ VOLTANDO!

Como normalmente fazem jogadores, técnicos e dirigentes às vésperas de grandes clássicos, convoco toda a galera para invadir o Catarse e adquirir o seu ingresso para se emocionar, se envolver, vibrar e também rir com as histórias do livro "Contos da Bola", que será relançado pela Cartola Editora em formato tradicional (físico) e digital (ebook). Com prefácio assinado pelo jornalista e radialista Alexandre Araújo, do grupo Pop Bola, 19 contos vão das peladas de rua e campinhos aos grandes campeonatos profissionais, passando por campeonatos de várzea surreais, com personagens que vão dos peladeiros e torcedores apaixonados aos pretensos craques, grandes pernas-de-pau, árbitros e craques consagrados.

Tem torcedores de vídeo-teipe, angustiado e volúvel e azarado; o autor de um golaço que quase ninguém viu; artilheiro e árbitro honestos; a galerinha que sofreu com a Tragédia do Sarriá, se divertiu em ruas, campos e grandes vitórias de seus times do coração e da seleção, e com o time do bairro teve uma reação heróica contra o maior rival graças a um "doping" inesperado. Isso tudo e muito mais, com partidas históricas muitas vezes servindo de pano de fundo para destacar como personagem principal o anônimo, que é aquele que mantém crepitando a fogueira da paixão pelo futebol.

Para garantir o recebimento em casa do ingresso e viver todas essas emoções, reserve já o seu livro. Pode ir de arquibancada, tribuna, cadeira, geral, como achar melhor, tem opções para todos os gostos e bolsos. E ATENÇÃO: quem investir R$ 45 ou mais nas primeiras 48 horas não paga frete. Aproveite! Agora, é só ir à bilheteria, sem fila, e adquirir o(s) seu(s) aqui.

Sua contribuição é um investimento neste projeto, vale como patrocínio. Aliás, sua empresa pode ser uma das patrocinadoras ou patrocinadora master. É só clicar aqui para saber como vestir esta camisa e ir a campo com a gente.  

Conto com sua torcida, participação, divulgação e, posteriormente, leitura, claro! Muito obrigado.


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quinta-feira, 1 de outubro de 2020

MÚSICA PRA VIAGEM: DE FRENTE PRO CRIME

João Bosco e Aldir Blanc, infelizmente falecido em maio, no início da pandemia aqui no Brasil, formam uma dupla de craques da nossa música, daquelas que em campo a gente via tabelando do meio do campo até o gol adversário. Não por acaso, muitas das composições deles o futebol aparece e por isso será papo para a coluna Jogada de Música em breve. Bosco sendo flamenguista poderia ser o Zico, e o Blanc, que era vascaíno, Roberto Dinamite, dupla de ídolos que aliás juntos nunca saíram de campo derrotados com a camisa da seleção brasileira (foram 26 jogos, 20 vitórias e seis empates, com 19 gols do rubro-negro e 18 do vascaíno, entre 1976 e 82). 

Mas o papo aqui é música e escolher uma da gigantesca (em número e qualidade) parceria de João com Aldir para esta série era uma tarefa das mais difíceis. Até que, lavando a louça dia desses, comecei a cantarolar os primeiros versos desta crônica poética genial de Aldir que acabou se tornando bordão do grande locutor Januário de Oliveira, justamente aquele que abre a obra: "Tá lá um corpo estendido no chão". E ao mesmo tempo me veio à cabeça o quanto de rodrigueana há nesta letra. Não tive mais dúvida.

Foi a imagem de "Em vez de rosto, a foto de um gol" que me levou de cara para o universo de Nelson Rodrigues, em especial "O beijo no asfalto". E Aldir e Nelson sabiam ambos contar como poucos as histórias dos subúrbios cariocas, cada um ao seu estilo. E voltando aos versos desta música, também me recordei do que disse a professora Marília Barboza numa comparação entre o Rio de Janeiro e a Bahia num curso que fiz em 1999, no teatro da UFF, e jamais me esqueci: "Enquanto no Rio, o sagrado é tornado profano; na Bahia, o profano é transformado em sagrado". 

Portanto, nada mais carioca do que estar "De frente pro crime".


Que tal esta versão com o mestre João Bosco, a ótima Roberta Sá e o fantástico Trio Madeira Brasil? Quero saber sua opinião: participe, comente, sugira, critique, compartilhe, siga. Eu? Agradeço, sempre.
 
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