Capa do LP "Boca Livre" de 1979 |
No entanto, num fim de semana qualquer, de um ano que não vou me recordar, mas acredito que tenha sido em meados dos anos 90, ela me tocou de tal maneira que me fez revelar, ou melhor, me fiz revelar o artista que verdadeiramente sou.
Ruim ou bom, completamente desconhecido do grande público, mas sim, um escritor, dramaturgo, poeta, roteirista, compositor, enfim, provas não faltam, é só procurar aqui mesmo neste blog. E por que mudou minha vida? Porque as perspectivas mudaram completamente a partir dali. Trabalhava como jornalista e continuei assim até 2013 pelo menos, sem interrupção, mas com outras ideias, outros pensentimentos na cabeça e no coração, pois que na alma já se encontravam desde sempre.
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Tanto que no início dos anos 2000 tive minha peça "Sentença de vida", escrita numa só noite, no fluxo mais impressionante de escrita que experimentei nestes já 58 anos de idade, encenada em palcos de Rio de Janeiro, Niterói (RJ) e São Gonçalo, graças à produção e direção de Cristine Cid. Mas já tinha muitas outras coisas escritas que nada tinham de jornalísticas, criadas pela minha vivência, observação, emoção e razão. Muitos destes textos estão publicados aqui no blog, em sites diversos, jornais, livros.
Apesar disso tudo, não tinha até então a plena consciência do que me foi revelado naquele momento em que ouvi "Barcarola do São Francisco", composição de Geraldo Azevedo e Carlos Fernando. Algo me tocou profundamente na alma de uma forma que não se explica, apenas se sente e vive.
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Por isso, além da imensa admiração pelo Boca Livre desde o fim dos anos 70, tenho também imensa gratidão ao grupo por este singelo e vigoroso motivo relatado acima. Curtam, então, mais uma belíssima música nesta série especial, interpretada magistralmente pelo grupo, que na época era formado por Zé Renato, Cláudio Nucci, David Tygel e Mauricio Maestro.