Dizem que pedido de amigo é uma ordem. Meu irmão Bruno Lobo me pediu que escrevesse aqui sobre Altamiro Carrilho porque não tem blog (deveria ter, deveria), portanto, a ordem foi dada e já está sendo cumprida. Sempre procurei evitar que o blog virasse um obituário, ainda mais em épocas sombrias como esta, quando no espaço de poucos dias se foram grandes músicos, como o flautista que é tema deste texto, Severino Araújo e Celso Blues Boy, que acabou motivando, em meio à consternação de sua morte, o encontro de amigos que citei na postagem Conexões.
Não desfilarei aqui as virtudes, muito menos a biografia de Altamiro Carrilho, porque isso felizmente alguns sites e jornais fizeram bem, embora seja sempre muito pouco para alguém de uma dimensão incalculável. Queria, mesmo que tardiamente, fazer um agradecimento ao grande flautista por ter com o CD "Flauta Maravilhosa", de1996, tornado mais ameno alguns dos dias mais duros de minha vida. Já conhecia algumas músicas altamiranas até aquele difícil ano de 1998, lembrando que chorinho pouco se toca em rádio - e quase nada na TV - desde sempre e que não havia a internet com toda a expansão que há hoje com acesso fácil a tudo o que se refere a música.
Naquele que foi um dos dois piores anos da minha vida, estando fora de minha casa com minha família por circunstâncias que não vem ao caso comentar - e agradecendo eternamente a hospedagem e a atenção que recebemos durante três messes de dona Lêda Cid Maia e seus filhos - ouvi pela primeira vez um "álbum" inteiro de Altamiro, justamente o citado acima. Foi um bálsamo, que me motivou a comprar posteriormente o mesmo CD e uma coletânea e sempre exaltar a obra desse grandioso músico. Aqui presto minha humilde homenagem e faço o meu agradecimento por ter tornado melhores dias tão duros. Como ele bem disse, em um especial da TV Cultura, seu nome deveria ser Flautamiro. Viva Altamiro! Altamiro vive.
Fiquem abaixo com Altamiro demonstrando todo seu talento e toda sua vitalidade aos 85 anos em show de maio de 2010, com direito a um solo de percursão e bateria de Eber de Freitas.
Ilustração: capa do CD "Flauta Maravilhosa" (1996), de Altamiro Carrilho.
Vídeos: 1- imagens de MarDeIdeias e música "Bem-te-vi tristonho", de e com Altamiro Carrilho, música do CD "Flauta Maravilhosa; 2- "Urubu Malandro" (Louro), com Altamiro Carrilho.
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Que bacana, Eduardo! Linda homenagem a este mestre da flauta! Sempre o admirei e apreciava seus sons advindos da maravilhosa habilidade que nascia de sopros encantados!
ResponderExcluirRegina.
Altamiro foi grandioso mesmo, Regina. Foi não, será sempre. Qualquer homenagem será pouca para ele. Beijos e obrigado pela presença aqui mais uma vez.
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