sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

ODE AO FUTEBOL-ARTE

Não se deve subestimar de maneira alguma aqueles que conseguem inscrever seus nomes numa lista de vitoriosos, mesmo sem brilhantismo ou destaque especial. Mesmo que venha a ser apenas um nome em meio a tantos outros que muito poucos se lembrem com o passar do tempo. Aos vencedores de justas batalhas jamais se negam as honras.

Lorant, Buzansky, Hidegkuti, Kocsis, Zakarias, Czibor, Bozsic e Budai;
Lantos, Puskas e Grosics
Porém, muito menos se deve menosprezar aqueles que, mesmo fora de uma relação de campeões, ou somente excluídos de alguma lista especialmente valorizada, fazem parte de um seleto grupo que tem a sua História contada e recontada, geração após geração, incansavelmente, sempre com emoção.

Neeskens, Krol, Van Hanegen, Jansen, Suurbier, Rep, Rijsbergen, Resenbrink, Haan, Jongbloed e Cruyff
Todas as minhas homenagens aos húngaros de 54, os holandeses de 74 e os brasileiros de 82. E também a todos os craques dos gramados que, por qualquer razão, não conseguiram conquistar títulos de grande expressão, mas que levavam milhares de fãs aos estádios para assisti-los jogar.



Veja também:
Futebol-Arte: Os Maiores Jogos de Todos os Tempos 2
O meia-armador virou desarmador (texto de 1990)
O teatro e o futebol

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

NEO-FEMINISMO, O MACHISMO NO ESPELHO (RETROVISOR), OU TODO PODER QUE EMANA ABUNDA

Não sei o que é melhor,
em tempos de medrosa
e hipócrita correção,
se me expresso e me arrisco
ou me calo.
Mas não resisto,
então insisto,
pois este papo
já foi até o talo:
mulher tá usando a bunda
como se fosse falo.

Podem travestir
o vulgar com pele sensual,
transformar toda ação
em marketing político,
sócio-cultural.
Até mesmo confundir
paquera com abuso,
enquanto boçais
abusam com ou sem paquera.
Podem, nesta cínica Era,
chamar de empoderamento
ou de neo-feminismo,
pois que pra mim
não passa de reflexo
no espelho do machismo.

Ilustração retirada do site Eye 2 Magazine

Veja também:
Versos do avesso
Uma noite no Rio