quarta-feira, 28 de novembro de 2018

NAU POESIA: A IGNORÂNCIA INSTRUÍDA


Um filme sem fim
Um mundo doente
e mal-educado
A ignorância instruída
A culta estupidez
gerando gerações perdidas
Décadas e décadas
de infância sem esperança
de crianças sem infância
de expectativa de morte
a cada esquina
O revólver apontado
pra cabeça
numa roleta-russa
a cada amanhecer
As balas traçando
rumos incertos
atingindo pequenos corpos 
mal-nutridos
corpos desamparados
almas despedaçadas
no morro, nas vielas,
nos becos,
nas estradas, ruas, avenidas,
casas, apartamentos
e atrás das grades, cercas e muros
Olhares perdidos e fixos
no nada que cria
no tudo que destrói
dia após dia
O que se esconde
e o que se mostra
em berros que escapam
de gargantas roufenhas
em urros desumanos
em gritos desesperados
em tiros a esmo
de canos de armas
cuspindo ininterruptamente
na correria sem rumo
na disputa por um 
pedaço de dignidade
que nunca se conquista
que sempre escapa
em maços de altas notas
para as mãos e 
os bolsos privilegiados
a indignidade monetária
financiando a doença
e a ignorância
no rádio, nos jornais,
no cinema, nas ruas, na TV,
na grande rede que nos rodeia,
A ignorância instruída
repugnando tudo aquilo
que patrocina
conivente com governos,
desgovernos, empresas,
e astros da TV
O cinismo gentil,
a juventude senil
implorando por um deus
que a conduza à salvação
A ignorância instruída
cega em meio ao tiroteio
atira para todos os lados
e se protege nas
cavernas estilizadas
da modernidade
fazendo propaganda
de seus próprios defeitos
como se fossem grandes virtudes
babando ao falar de ética
e cuspindo no prato carcomido
da estética
Um filme sem fim...

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terça-feira, 20 de novembro de 2018

"BOHEMIAN RHAPSODY", EMOCIONANTE ROCK DOS BRANQUELOS LOUCOS

Deixar-se levar pela emoção tem imensas vantagens. E foi com a emoção à flor da alma que assisti a "Bohemian Rhapsody", filme - que para mim - é apenas baseado levemente na história de Freddie Mercury. Fosse levado pela racionalidade certamente não teria gostado. Mas como segurar a emoção de ver e ouvir naquela tela imensa do cinema, com ótimo som, músicas extraordinárias da banda, o processo de criação de algumas delas e a performance sempre arrebatadora do Queen nos palcos? Pois é, esqueci os inúmeros problemas - os meus e os do roteiro - para curtir muito o espetáculo.


O enredo pode ser descrito como o Rock dos Branquelos Loucos - uma versão internacional do Samba do Crioulo Doido, do Stanislaw Ponte Preta. Há uma misturada de datas, fatos e eventos para, entre outras acochambradas, favorecer o romance "disneylândico" de Freddie com Mary Austin. Até o Rock in Rio foi parar entre 1979 e 80, com o cantor ainda sem bigode. Amigos e amigas, eu fui lá e vi e ouvi, o festival fundamental tanto para a carreira da banda inglesa, quanto para o Rio de Janeiro, foi realizado em janeiro de 1985 (o Queen se apresentou nos dias 11 e 18, fui neste último), apenas seis meses antes do Live Aid (realizado em julho daquele ano). 

No filme, Freddie se torna cantor e compositor de um momento para outro, sem qualquer base anterior que não fosse acompanhar noite após noite os shows da Smile, banda anterior de Brian May e Roger Taylor. Ora, o cara foi estudante de arte e design na Ealing Art College, em Londres, onde aliás conheceu May e Taylor. E ainda como Farrokh Bulsara (seu nome de batismo), antes mesmo de chegar à Inglaterra, aprendeu a tocar piano e teve uma banda. Já em Londres, fez parte de dois grupos antes de se juntar ao Queen.

Há liberdade poética demais no roteiro para o meu gosto. Mesmo assim, eu veria de novo o filme, no cinema, pelos grandes shows do Queen, nas peles dos atores Rami Malek (com todos os trejeitos de Freddie nos palcos, mas dentuço demais e pouco convincente fora deles), Gwilyn Lee (que ficou idêntico ao Brian May), Joseph Mazzello (bastante parecido com John Deacon) e Ben Hardy (como Roger Taylor).

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segunda-feira, 29 de outubro de 2018

NOVENTA MILHÕES EM AÇÃO

Jair disse durante sua campanha, quando ainda não havia levado a facada, que governaria para a maioria, e que a minoria se adequasse ou fosse embora do país. Ame-o ou deixe-o revisitado. Ontem, ele foi eleito com quase 58 milhões de votos, no entanto, aproximadamente 90 milhões dos mais diversos matizes políticos e ideológicos não o escolheram. Aí entram os votos ao candidato do PT mais os em branco, nulos e abstenções. Portanto, espero que estes números mostrem a Jair que, embora repudiado por suas posições extremistas em defesa de práticas hediondas, como a tortura, ele se repense e se retrate.

É fato que o presidente agora eleito amenizou o seu discurso após o atentado. Porém, ainda não foi veemente para condenar psicopatas e sociopatas saídos das fossas mais putrefatas desta Nação, que em seu nome já vem há semanas usando violentamente suas mãos e bocas imundas contra gays, negros e os mais diversos oposicionistas. A se orientar pelas falas do então candidato, tudo o que discorda dele é vermelho, portanto deve ser banido do país. Noventa milhões estarão na alça de mira desses covardes até que Jair seja contundente contra tudo o que de mais repugnante já defendeu publicamente, sem qualquer pudor. Jesus, ídolo de Jair, disse "amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei", mas Jair leu "armai-vos e vos armei".

Humildade é palavra que não caracteriza nenhum dos dois lados deste níquel gasto posto em jogo no segundo turno das eleições presidenciais. E é bom também que o lado perdedor saiba que não lidera nada, pois certamente grande parte dos votos que recebeu (o meu, inclusive) foi dado por quem não exalta, não admira, nem relativiza, tampouco releva torturas, fuzilamentos, deportações e não por acreditar no projeto de poder que, no fim das contas, permitiu o crescimento do adversário vitorioso. Muitos, mas muitos mesmo, que votaram em Haddad não confiam em Lula, eu inclusive. Sendo bem otimista, será muito difícil (para não dizer impossível) unir o país com Jair, como seria com o PT. Por isso eu clamava por uma terceira via, qualquer uma, pois temia o pior. E o pior foi se configurando desde o fim do primeiro turno. Até que ontem aconteceu.

O cenário exposto é de que ao passar da meia-noite no dia 31 de dezembro próximo, o calendário brasileiro passará a marcar 1º de abril de 1964. Millor Fernandes já havia escrito, certa vez, que o Brasil tem um grande passado pela frente, mas prefiro acreditar, contra todos os meus mais profundos pensa-sentimentos pessimistas, que algo de muito bom possa sair daí. Já identifico ao menos duas boas notícias, embora a primeira me entristeça profundamente: máscaras caíram e meus valores essenciais foram reforçados nestas eleições. 

Não tolero a tortura, nem fuzilamentos, nem condenações sem direito de defesa, tampouco injustiças e que alguém seja proclamado detentor da verdade absoluta, seja por si ou por seguidores fanáticos abobados. Não retiro meio milímetro desses pilares que procuro dia a dia construir para mim. Como disse Ulisses Guimarães, há 30 anos: "Eu tenho nojo da ditadura". Qualquer que seja ela.

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segunda-feira, 24 de setembro de 2018

ENCANTAMENTO, FANATISMO, CEGUEIRA

Siga você qualquer outra corrente política ou nenhuma, é preciso que se admita: é impressionante o nível de encantamento e fanatismo com que os correligionários defendem seus ídolos. Como se sentem afetados, ofendidos, à menor crítica ao seu respectivo líder, como se fosse direcionada a eles próprios, à mãe, a um filho ou filha. O inferno é o outro, bem dizia Sartre. Somente o outro, responsável único e exclusivamente por todos os males que sofrem.

Para o triunfo da verdade que - obviamente - habita apenas um lado, é preciso exterminar o inimigo, aquele ser abjeto que se opõe do outro lado desse Vácuo de Idéias. Vejo quase uma torrente da rodrigueana baba elástica bovina quando fotos e vídeos mostram a massa embevecida olhando para cima, com olhar fixo brilhante em direção ao Ser Superior que os guiará para uma Nova-Velha Era ou Velha-Nova Ordem. Espelho.

Mitos se misturam à realidade para tentar explicar o - aparentemente - inexplicável. Mas vez por outra são manipulados para inexplicar o explicável. Quando associados a deuses ou semideuses, são muito sedutores, irresistíveis, e se tornam irrepreensíveis, sem um único defeito aos olhos dos súditos, a iluminar as estradas sombrias da vida. Ai de quem ouse pôr uma vírgula que seja contrária ao rumo traçado pelo guia, pelo semideus. A massa cega segue o que lhe for ditado. "Papai, posso ir? Quantos passos?". Não, não é brincadeira.

O crime de pensamento está na ordem do dia. Historiadores já nos mostraram - e nos mostram constantemente - inúmeros exemplos similares e onde foram parar aqueles ídolos e povos. Porém, por aqui, um já mandou que se esqueçam os historiadores e outro jamais teve qualquer apreço pelas salas de aula e os livros. Ambos, como personagens reais oriundos da ficção orwelliana, desejando avidamente reescrever a História com o prestimoso auxílio luxuoso de seus fiéis seguidores.


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segunda-feira, 23 de julho de 2018

PENSO, LOGO SINTO 34

A saída não é pela direita, nem pela esquerda, muito menos pelo centro. A única saída possível é pela elevação do espírito público, com a união dos que agem com honestidade e competência e têm como meta a Justiça social.

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terça-feira, 19 de junho de 2018

JOGADA DE MÚSICA NO IMMuB

Desde que comecei a pesquisar as músicas que contam, cantam e tocam a História do futebol brasileiro, antes mesmo de o projeto ganhar o nome Jogada de Música, sugerido pelo jornalista, radialista e escritor Alexandre Araújo, o Instituto Memória Musical Brasileira (IMMuB) foi fundamental para o meu trabalho. Foi por intermédio de João e Luiza Carino, por exemplo, que consegui o áudio da primeira música sobre o esporte gravada no Brasil, chamada "Foot-ball", de Francisco de Oliveira Lima. Este ano, o projeto e o IMMuB começaram a conversar nos bastidores e uma parceria foi firmada para em muito breve apresentar grandes novidades.

E foi no dia que tive o imenso prazer de ir à sede do Instituto, em Niterói, que fui convidado a escrever um texto como colunista convidado sobre músicas que falam de futebol. Aceitei de pronto e o primeiro já foi ao ar, no último sábado. No total serão três, e os próximos sairão nos sábados seguintes: 23 e 30 de junho. Conto com o prestígio de todos. É só clicar aqui.

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quinta-feira, 14 de junho de 2018

ESTÁ NO AR "LAMAS NA ÁREA"

Embora jamais tenha sido um jornalista que ousasse aparecer em frente às câmeras, resolvi adotar um lema de Nelson Rodrigues: "Jamais tenha medo de ser ridículo". Ou seja, não seja ridículo de temer o ridículo. Não creio que chegue a tanto, mas posso escorregar aqui ou ali no "Lamas na Área". E é isso que dá graça ao espetáculo, não ter receio de errar. Como já aprendi muito, mas muito mesmo, com as derrotas da vida, agora quero decretar que chegou a minha hora de aprender com as vitórias, mesmo que sejam magrinhas. A primeira foi vencer minha timidez. E, para mim, particularmente, é uma goleada consagradora. 
Portanto, o programa "Lamas na Área" estreou ontem no meu canal do YouTube, seguiu com o segundo vídeo hoje e terá um episódio por dia até 15 de julho, data da final da Copa do Mundo da Rússia. Minha ideia é tentar fugir um pouco dos mesmos comentários de sempre. Não sei se vou conseguir, mas vou tentar. E conto com a ajuda de quem acompanhar com comentários, críticas e sugestões. 
Não fui convidado, mas vim mesmo assim. Conto com sua audiência. 
O endereço? Clique aqui.


Acima, o vídeo e estreia.

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quarta-feira, 4 de abril de 2018

DA BICICLETA DE CRISTIANO RONALDO AO BAILA COMIGO DE MENDONÇA

Foto: Divulgação/Real Madrid
Ao ver pela TV a torcida da Juventus aplaudindo Cristiano Ronaldo após o antológico gol de bicicleta que marcou em Turim, logo me veio à memória um episódio que muito pouca gente sabe ou lembra, mas do qual fui participante e testemunha ocular e auditiva. Quando Mendonça marcou aquele golaço no Flamengo em 1981, gol que ficou conhecido como Baila Comigo, por ser nome de música e novela de muito sucesso na época e pelo drible desconcertante em Júnior, muitos flamenguistas, inclusive eu e meu pai, aplaudimos. Foi o gol que decretou a vitória de 3 a 1 e a classificação alvinegra, que já viria com um empate, para a semifinal do Campeonato Brasileiro daquele ano. Um amigo flamenguista, ao receber a postagem que enviei com esta história pelo whatsapp, me contou que também ele aplaudiu o golaço de Mendonça e que viu e ouviu o mesmo que eu naquele dia.

Foto: Roberto Oliveira (copiada do
Globoesporte.com: http://goo.gl/DEyJSX)
Todas as (poucas) vezes em que contei esta história os botafoguenses que a leram ou ouviram se surpreenderam, claro. E não só porque muitos acham que na torcida rival só tem mal-educado e ladrão, mas também porque na hora todos deviam estar pulando, berrando, chorando e se abraçando com amigos e desconhecidos, muito justamente, aliás. Além disso, a TV não mostrou e, que eu saiba, as rádios e os jornais nada noticiaram sobre os aplausos rubro-negros.

Um dos surpresos foi o próprio Mendonça, que tive a chance de entrevistar algumas vezes na época em que foi convidado pelo então recém-empossado Bebeto de Freitas para ser técnico dos juniores do Botafogo (2003). Como correu em direção à torcida alvinegra para comemorar o golaço que fez, ele não teria como saber, diferentemente de Cristiano Ronaldo, que gentilmente agradeceu aos torcedores da Velha Senhora (Vecchia Signora), como é conhecida a Juve na Itália.

Ingresso da minha coleção
Quando pensei em escrever este texto, e depois conversando com amigos, muitas perguntas me vieram à cabeça. Por exemplo: dá para imaginar hoje em dia cenas como estas duas citadas acima em clássicos de torcida única nas arenas deste país? Dá para imaginar algo deste tipo com o ódio corroendo todos os setores da vida brasileira? E dá para imaginar um futebol como aquele que o Real Madrid de Cristiano Ronaldo jogou em Turim em nossos campos atualmente?

Infelizmente, após ter se evaporado pouco a pouco por anos e anos, a gentileza, a humildade e a educação que algum dia muitos de nós tivemos estão se esvaindo na velocidade da luz nas últimas décadas. E o futebol-arte parece mesmo que não nos pertence mais.



Veja também:
Alguns jogos que faço questão de recordar 2
O meia-armador virou desarmador (texto de 1990)
Futebol brasileiro x seleção brasileira

sábado, 10 de março de 2018

JOGADA DE MÚSICA PENETRA EM MAIS UMA GRANDE ÁREA

No ar desde o dia 1º de fevereiro, a coluna Jogada de Música do site do Pop Bola é renovada a cada quinta-feira, falando das músicas que contam, cantam e tocam a História do futebol brasileiro. O mais recente texto, com links, vídeos e áudios, é "O musical Clássico dos Milhões".  A coluna é uma extensão do quadro semanal de mesmo nome apresentado todas as terças-feiras no programa da Rádio Globo RJ Zona Mista, comandado pelo pessoal do Pop Bola

O quadro na Rádio Globo e a coluna no site do Pop Bola são apenas os dois primeiros passes de primeira do projeto Jogada de Música, que tem uma sede (fan page) no Facebook. Em tabelinha com parceiros de categoria, em breve serão feitos outros lançamentos nas grandes áreas culturais, artísticas e de comunicação e entretenimento, sempre em busca de gols e mais gols, num verdadeiro show de bola. Curta esta Jogada!

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quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

EM MEIO À BARBÁRIE, O AMOR

Este texto é um canto de louvor aos abnegados e comprometidos, embora não deixe de falar indiretamente dos vaidosos e gananciosos, apenas para contrapor. Porém, o que se pretende aqui é destacar o amor, jamais o ódio, apesar do imã que ultimamente tem nos atraído em muitas ocasiões para este sentimento tão corrosivo. Em cada parede do velho hospital vi uma placa com uma relação de nomes de políticos, em vez de médicos(as), enfermeiros(as) e funcionários(as). Mas é a estes que quero agradecer e louvar.
Numa cidade, num estado calamitoso, num país, onde se têm cultivado tanto rancor, tanta ira e, ao mesmo tempo, tanta indiferença, ainda se vê o cuidado, a solidadriedade, o altruísmo, o sorriso, o amor pelo outro, mesmo desconhecido. Como já escrevi inúmeras vezes, creio em vocação, não somente em profissão. Uma deve apenas abrir o caminho para a outra, pois quando não há conjunção, somos apenas seres existentes, sobreviventes, empurrando com a barriga a nossa vida e a alheia. Para onde? De nenhum lugar para lugar nenhum.
Escrevo apenas para dizer muito obrigado ao pessoal que trabalha no Hospital Souza Aguiar e dizer que as placas em toda a cidade deveriam exaltar o nome de cada um deles e de tantos outros que passaram por lá (e por tantas outras instituições públicas de saúde). Enfrentar diariamente com dedicação incansável uma rotina pesada e com tantos problemas de estrutura e verba não é para qualquer um. Só a vocação explica tanta doação. Muito obrigado mais uma vez!

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Que me diz você?
Mãe exalta o amor em "Filho de mil homens"
A memória viva de Mandela

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

ODE AO FUTEBOL-ARTE

Não se deve subestimar de maneira alguma aqueles que conseguem inscrever seus nomes numa lista de vitoriosos, mesmo sem brilhantismo ou destaque especial. Mesmo que venha a ser apenas um nome em meio a tantos outros que muito poucos se lembrem com o passar do tempo. Aos vencedores de justas batalhas jamais se negam as honras.

Lorant, Buzansky, Hidegkuti, Kocsis, Zakarias, Czibor, Bozsic e Budai;
Lantos, Puskas e Grosics
Porém, muito menos se deve menosprezar aqueles que, mesmo fora de uma relação de campeões, ou somente excluídos de alguma lista especialmente valorizada, fazem parte de um seleto grupo que tem a sua História contada e recontada, geração após geração, incansavelmente, sempre com emoção.

Neeskens, Krol, Van Hanegen, Jansen, Suurbier, Rep, Rijsbergen, Resenbrink, Haan, Jongbloed e Cruyff
Todas as minhas homenagens aos húngaros de 54, os holandeses de 74 e os brasileiros de 82. E também a todos os craques dos gramados que, por qualquer razão, não conseguiram conquistar títulos de grande expressão, mas que levavam milhares de fãs aos estádios para assisti-los jogar.



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Futebol-Arte: Os Maiores Jogos de Todos os Tempos 2
O meia-armador virou desarmador (texto de 1990)
O teatro e o futebol

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

NEO-FEMINISMO, O MACHISMO NO ESPELHO (RETROVISOR), OU TODO PODER QUE EMANA ABUNDA

Não sei o que é melhor,
em tempos de medrosa
e hipócrita correção,
se me expresso e me arrisco
ou me calo.
Mas não resisto,
então insisto,
pois este papo
já foi até o talo:
mulher tá usando a bunda
como se fosse falo.

Podem travestir
o vulgar com pele sensual,
transformar toda ação
em marketing político,
sócio-cultural.
Até mesmo confundir
paquera com abuso,
enquanto boçais
abusam com ou sem paquera.
Podem, nesta cínica Era,
chamar de empoderamento
ou de neo-feminismo,
pois que pra mim
não passa de reflexo
no espelho do machismo.

Ilustração retirada do site Eye 2 Magazine

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Uma noite no Rio