segunda-feira, 31 de maio de 2010

O PRIMEIRO HEXA BRASILEIRO FOI O PALMEIRAS*

Um movimento de clubes interessados no reconhecimento dos títulos da Taça Brasil e da Taça de Prata (Torneio Roberto Gomes Pedrosa) como legítimos campeões brasileiros foi organizado no início de 2010 e eu apoiava, em parte. Friso que o time para o qual torço não seria - como acabou não sendo - beneficiado em nada com isso, o que me fez ficar muito à vontade para opinar. E manter minha posição contrária à decisão da CBF.

Para mim, foi exagero da entidade máxima do futebol brasileiro considerar os vencedores da Taça Brasil, que começou em 1959 e foi disputada até 1968, como campeões brasileiros, porque o sistema de disputa era eliminatório, como é desde 1989 o da Copa do Brasil. Portanto, esses clubes (Bahia, Palmeiras duas vezes, Santos cinco vezes, Cruzeiro e Botafogo) deveriam ser reconhecidos como os primeiros campeões da Copa do Brasil. Além disso, a Taça Brasil foi disputada no mesmo ano que a Taça de Prata em 1967 e 68, o que comprova que eram competições distintas.

A Taça de Prata, também conhecida como Torneio Roberto Gomes Pedrosa, foi disputada nos quatro anos imediatamente anteriores ao início oficial do Campeonato Brasileiro, em 1971, com um sistema de disputa parecido. Depois de ser disputado em 1967 com 15 clubes, as três edições posteriores tiveram 17 (estranho só número ímpar, mas foi assim). Na primeira fase os times eram divididos em dois grupos e jogavam entre si e os dois primeiros colocados passavam para o quadrangular final. O Brasileiro de 71 teve 20 clubes e, em vez de um quadrangular, teve um triangular final, ganho pelo Atlético-MG.


Por isso, com os dois títulos que ganhou, em 1967 e 69, mais os quatro brasileiros oficiais, o primeiro hexacampeão seria o Palmeiras, em 1994, e não o São Paulo, que obteve seu sexto título em 2008. Isso não acabaria de vez com a idiota discussão sobre se Flamengo ou São Paulo teria de ficar com a taça das bolinhas, que seria concedida ao primeiro time cinco vezes campeão brasileiro alternadamente ou três vezes consecutivas, talvez até aumentasse a confusão. 

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Sobre o controverso campeonato de 1987 sou a favor de dividir o título entre Flamengo e Sport, porque todos erraram: a CBF em primeiro lugar por ter aberto mão de organizar a competição e depois ter mudado de ideia e o regulamento com a Copa União já em andamento; o Clube dos 13 em segundo por não ter convidado Guarani (vice em 86) e América-RJ (quarto em 86), e Sport e Guarani por último ao abandonarem o campo na decisão do Módulo Amarelo quando a disputa de pênaltis estava em 11 a 11 (e aí a CBF voltou a errar por não punir os dois clubes).

Abaixo os campeões e vices da Taça Brasil e da Copa do Brasil:
1959 - Bahia e Santos
1960 - Palmeiras e Fortaleza
1961 - Santos e Bahia
1962 - Santos e Botafogo
1963 - Santos e Bahia
1964 - Santos e Flamengo
1965 - Santos e Vasco
1966 - Cruzeiro e Santos
1967 - Palmeiras e Náutico
1968 - Botafogo e Fortaleza
1989 - Grêmio e Sport
1990 - Flamengo e Goiás
1991 - Criciúma e Grêmio
1992 - Internacional e Fluminense
1993 - Cruzeiro e Grêmio
1994 - Grêmio e Ceará
1995 - Corinthians e Grêmio
1996 - Cruzeiro e Palmeiras
1997 - Grêmio e Flamengo
1998 - Palmeiras e Cruzeiro
1999 - Juventude e Botafogo
2000 - Cruzeiro e São Paulo
2001 - Grêmio e Corinthians
2002 - Corinthians e Brasiliense
2003 - Cruzeiro e Flamengo
2004 - Santo André e Flamengo
2005 - Paulista e Fluminense
2006 - Flamengo e Vasco
2007 - Fluminense e Figueirense
2008 - Sport e Corinthians
2009 - Corinthians e Internacional
2010 - Santos e Vitória
2011 - Vasco e Coritiba
2012 - Palmeiras e Coritiba
2013 - Flamengo e Athletico
2014 - Atlético-MG e Cruzeiro
2015 - Palmeiras e Santos
2016 - Grêmio e Atlético-MG
2017 - Cruzeiro e Flamengo
2018 - Cruzeiro e Corinthians
2019 - Athletico e Internacional
2020 - Palmeiras e Grêmio
2021 - Atlético-MG e Athletico
2022 - Flamengo e Corinthians

Os clubes campeões:
Cruzeiro - 7 títulos
Santos e Palmeiras - 6 títulos
Grêmio - 5
Flamengo - 4
Corinthians - 3
Atlético-MG - 2
Bahia, Botafogo, Juventude, Fluminense, Criciúma, Sport, Santo André, Paulista, Internacional, Vasco e Athletico - 1


Veja também:
Ode ao futebol-arte
Reinaldo, o rei do Galo mineiro


Agora, os quatro primeiros colocados (em ordem) da Taça de Prata e do Brasileiro, que já foi chamado de Campeonato Nacional, Taça de Ouro, Copa União e Copa João Havelange:

1967 - Palmeiras, Internacional, Corinthians e Grêmio
1968 - Santos, Internacional, Vasco e Palmeiras
1969 - Palmeiras, Cruzeiro, Corinthians e Botafogo
1970 - Fluminense, Palmeiras, Atlético-MG e Cruzeiro
1971 - Atlético-MG, São Paulo, Botafogo e Corinthians
1972 - Palmeiras, Botafogo, Internacional e Corinthians
1973 - Palmeiras, São Paulo, Cruzeiro e Internacional
1974 - Vasco, Cruzeiro, Santos e Internacional
1975 - Internacional, Cruzeiro, Fluminense e Santa Cruz
1976 - Internacional, Corinthians, Atlético-MG e Fluminense
1977 - São Paulo, Atlético-MG, Operário-MT e Londrina-PR
1978 - Guarani, Palmeiras, Internacional e Vasco
1979 - Internacional, Vasco, Coritiba e Palmeiras
1980 - Flamengo, Alético-MG, Internacional e Coritiba
1981 - Grêmio, São Paulo, Ponte Preta e Botafogo
1982 - Flamengo, Grêmio, Guarani e Corinthians
1983 - Flamengo, Santos, Atlético-MG e Atlético-PR
1984 - Fluminense, Vasco, Grêmio e Corinthians
1985 - Coritiba, Bangu, Brasil de Pelotas e Atlético-MG
1986 - São Paulo, Guarani, Atlético-MG e América-RJ
1987 - Flamengo e Sport, Internacional e Guarani, Atlético-MG e Cruzeiro
1988 - Bahia, Internacional, Fluminense e Grêmio
1989 - Vasco, São Paulo, Cruzeiro e Botafogo
1990 - Corinthians, São Paulo, Grêmio e Bahia
1991 - São Paulo, Bragantino, Atlético-MG e Fluminense
1992 - Flamengo, Botafogo, Vasco e Bragantino
1993 - Palmeiras, Vitória, Corinthians e São Paulo
1994 - Palmeiras, Corinthians, Guarani e Atlético-MG
1995 - Botafogo, Santos, Cruzeiro e Fluminense
1996 - Grêmio, Portuguesa, Atlético-MG e Goiás
1997 - Vasco, Palmeiras, Internacional e Atlético-MG
1998 - Corinthians, Cruzeiro, Santos e Portuguesa
1999 - Corinthians, Atlético-MG, Vitória e São Paulo
2000 - Vasco, São Caetano, Cruzeiro e Grêmio
2001 - Atlético-PR, São Caetano, Fluminense e Atlético-MG
2002 - Santos, Corinthians, Grêmio e Fluminense
2003 - Cruzeiro, Santos, São Paulo e São Caetano
2004 - Santos, Atlético-PR, São Paulo e Palmeiras
2005 - Corinthians, Internacional, Goiás e Palmeiras
2006 - São Paulo, Internacional, Grêmio e Santos
2007 - São Paulo, Santos, Flamengo e Fluminense
2008 - São Paulo, Grêmio, Cruzeiro e Palmeiras
2009 - Flamengo, Internacional, São Paulo e Cruzeiro
2010 - Fluminense, Cruzeiro, Corinthians e Grêmio
2011 - Corinthians, Vasco, Fluminense e Flamengo
2012 - Fluminense, Atlético-MG, Grêmio e São Paulo
2013 - Cruzeiro, Grêmio, Athletico e Botafogo
2014 - Cruzeiro, São Paulo, Internacional e Corinthians
2015 - Corinthians, Atlético-MG, Grêmio e São Paulo
2016 - Palmeiras, Santos, Flamengo e Atlético-MG
2017 - Corinthians, Palmeiras, Santos e Grêmio
2018 - Palmeiras, Flamengo, Internacional e Grêmio
2019 - Flamengo, Santos, Palmeiras e Grêmio
2020 - Flamengo, Internacional, Atlético-MG e São Paulo
2021 - Atlético-MG, Flamengo, Palmeiras e Fortaleza
2022 - Palmeiras, Internacional, Fluminense e Corinthians


Os clubes campeões:
Palmeiras - 9 títulos
Flamengo - 8
Corinthians - 7
São Paulo - 6  
Vasco e Fluminense - 4 
Santos, Cruzeiro e Internacional - 3
Atlético-MG e Grêmio - 2
Guarani, Coritiba, Sport, Bahia, Botafogo, Athletico - 1

* Texto e informações atualizadas no dia 19 de abril de 2023.


Fotos (pela ordem):; Bahia campeão da Taça Brasil de 1959; Cruzeiro campeão da Taça Brasil de 1966; montagem do pentacampeonato da Taça Brasil conquistada pelo Santos; Fluminense campeão da Taça de Prata de 1970, e Atlético-MG campeão brasileiro de 1971.

Vídeo: Palmeiras 2 x 1 Grêmio, último jogo do Torneio Roberto Gomes Pedrosa de 1967. O resultado deu ao time paulista o seu primeiro título brasileiro (pelo menos é o que considero).

Fontes de pesquisa: RSSSF, Wikipedia, Google e Youtube.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

MENINOS DA VILA: A ARTE E O PRAZER DE JOGAR BOLA

Há muitos anos não tinha tanto prazer em ver um time jogar futebol como este do Santos. Os Meninos da Vila mostraram contra o muito bom time do Grêmio de Victor, Douglas e Borges que não chutam só cachorro morto, como os adeptos do futebol de resultados andaram decantando nas goleadas arrasadoras sobre Naviraiense (10 a 0), Ituano (9 a 1) e Guarani (8 a 1).

Enquanto os burocratas da bola apresentam números discutíveis de roubadas de bola e passes certos para o lado e mostram aquele meio-sorriso enfadonho de satisfação ao fim de um trabalho como se batesse ponto, Paulo Henrique Ganso, Neymar, André, Wesley, Robinho e coadjuvantes se divertem e mostram que beleza e objetividade nos campos de futebol não são incompatíveis. O verdadeiro futebol brasileiro hoje veste preto e branco, infelizmente não é a amarelinha. Só espero, sinceramente, que não seja apenas por menos de um semestre.


Vídeo: imagens, narração e comentários do SporTV.

sábado, 15 de maio de 2010

OS MAIORES JOGOS DE TODOS OS TEMPOS 7

BRASIL 2 X 0 URSS - Amistoso internacional - 1976

Este até pode não ter sido um maravilhoso jogo de futebol - só me recordava dos gols que aí acima estão - mas para mim tem dois significados especiais, sendo que um deles o faz merecedor de estar aqui: o gol de Zico, que considero o mais bonito que fez com a amarelinha e que vi ao vivo ele marcar. Esta foi também a primeira partida da seleção que assisti no Maracanã, acabei descobrindo durante a pesquisa, embora já desconfiasse disso.

Mil novecentos e setenta e seis era o ano do início do trabalho para a Copa do Mundo de 1978, que começou com Osvaldo Brandão de técnico e terminou com Cláudio Coutinho. Nesta partida, Falcão, que entrou no lugar de Givanildo, do Corinthians, abriu o marcador com um gol de cabeça, mas se tinha vaga com Brandão acabou preterido pelo excelente Coutinho, que se perdeu na convocação para a Copa, deixando o craque do Inter fora para chamar o botinudo Chicão, do São Paulo.

A vitória de 2 a 0 naquele 1º de dezembro de 1976, no Rio, serviu de meia-vingança da derrota nas Olimpíadas de Montreal, em 29 de julho, pelo mesmo placar. Naquele time que fôra ao Canadá estavam dois jogadores que disputariam o Mundial da Argentina: Batista, do Inter, e Edinho, do Fluminense. Aliás, Edinho seria outro erro de Coutinho, não pela convocação, pois se tratava de um grande zagueiro, mas por ter sido "inventado" como lateral-esquerdo. Júnior, do Flamengo, que também esteve nas Olimpíadas, não estava nesse time de Brandão e tampouco no de Coutinho, que além de Edinho levou Rodrigues Neto, do Inter, para a lateral-esquerda, em 1978.

FICHA TÉCNICA
Data: 1º/12/1976
Local: Maracanã - Rio de Janeiro
Público: 49.836 pagantes 
Árbitro: Ramón Barreto (Uruguai)
Gols: Falcão, aos 34, e Zico, aos 43 do segundo tempo.
BRASIL: Leão (Palmeiras); Carlos Alberto Torres (Fluminense) depois Marinho Chagas (Botafogo), Amaral (Guarani), Beto Fuscão (Grêmio) e Marco Antônio (Vasco); Givanildo (Corinthians) depois Falcão (Inter), Rivelino (Fluminense) depois Caçapava (Inter) e Zico (Flamengo); Gil (Fluminense), Roberto Dinamite (Vasco) e Nei (Palmeiras). Técnico: Osvaldo Brandão.
URSS: Gontar; Kruglov, Oshanski, Khinchagashvili e Parov; Slobodian (Beresznoi), Machaidze e Tarkhanov; Dolmatov, Chesnokov (Kazachenok) e Petrosian. Técnico: Wladimir Nikolaiev.

domingo, 2 de maio de 2010

OS MAIORES JOGOS DE TODOS OS TEMPOS 6

ALEMANHA OC. 1 X 2 BRASIL - Amistoso internacional- 1963


Encontrei por acaso este jogo dividido em dois vídeos no "Youtube" há alguns meses e logo salvei em meus favoritos para um dia publicá-los com alguns detalhes sobre a partida. Não encontrei muitas informações sobre a partida, mas deu para fazer a ficha técnica. Não entendo alemão, porém dá para perceber o deslumbramento do locutor após um lençolzinho (ou balãozinho) de Pelé em um jogador adversário na primeira etapa. O lance foi inexplicavelmente invalidado pelo árbitro suíço.
A seleção jogou em Hamburgo naquele dia 5 de maio de 1963 com uma base formada por oito jogadores do histórico time do Santos que conquistaria o bicampeonato da Libertadores e mundial no segundo semestre daquele ano. Do time alvinegro jogaram Gilmar, Lima, Mengálvio, Zito, Dorval, Coutinho, Pelé e Pepe. A equipe comandada por Aymoré Moreira foi completada com os zagueiros Eduardo, do Corinthians, e Roberto Dias, do São Paulo, e pelo lateral-esquerdo Rildo, do Botafogo.
Nessa partida, os alemães tiveram as melhores chances de gol, mas eles sempre foram fregueses de caderninho da seleção brasileira. Assista aos dois vídeos, tem até os hinos no início (repare como o estádio estava lotado), e se delicie com grandes lances, especialmente os golaços de Coutinho e Pelé.

FICHA TÉCNICA
Data: 5/5/1963
Local: Volksparkstadion, em Hamburgo (Alemanha Ocidental)
Árbitro: Gottfried Dienst (Suíça)
Gols: Werner, aos 44 minutos do primeiro tempo (de pênalti); Coutinho, aos 25, e Pelé, aos 27, do segundo tempo
BRASIL - Gilmar; Lima, Eduardo, Roberto Dias e Rildo; Mengálvio e Zito; Dorval, Coutinho, Pelé e Pepe. Técnico: Aymoré Moreira.
ALEMANHA - Fahrian, Novak, Schnelinger e Wildenx; Schulz e Werner; Heiss, Schuetz, Seeler, Kornietzka (Strauss) e Doerfeu.

Veja também:

FLUMINENSE 1 X 0 BAYERN DE MUNIQUE - AMISTOSO INTERNACIONAL - 1975

ITÁLIA 4 X 3 ALEMANHA OC. - SEMIFINAL DA COPA DE 1970

Esta seção deu seu pontapé inicial no blog Em Questão e agora foi transferida para este gramado. Mas você não perde os jogos passados, é só clicar abaixo no que mais interessar:
CRUZEIRO 5 X 4 INTER - TAÇA LIBERTADORES DE 1976
HOLANDA 2 X 0 URUGUAI - COPA DO MUNDO DE 1974
FLAMENGO 6 x 0 BOTAFOGO - CAMPEONATO CARIOCA DE 1981