quarta-feira, 17 de abril de 2024

A MACONHA EM QUESTÃO

Antes de qualquer coisa esclareço: nunca fui usuário de maconha. No máximo inspirei indiretamente a fumaça de centenas em shows e de uns e outros em festinhas, nas quais algumas vezes o cigarro passou de passagem pelas minhas mãos sem nunca chegar à boca. Bebida alcóolica sim, praticamente todos os fins de semana, já há muitos anos.

Posto isso, vou direto à minha opinião sobre o tema, que tem servido para dividir ainda mais a já rachada sociedade moribunda e hipócrita brasileira: sou a favor da liberação da maconha. E por quê? Simples: se a bebida alcóolica é, por que a maconha, muito mais inofensiva a outrem, não seria?

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Explico-me: é muito, muito, muito mais fácil você ver ou se lembrar de alguém alcoolizado (e este alguém certamente é alguém bem próximo) ficar agressivo e até partir pra brigas sem que sequer tenha sido provocado. Já alguém que tenha fumado um baseado é bem possível que seja a vítima do alcoolizado ou um troglodita qualquer e nem levante um dedo sequer.

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Ambos, maconha e bebida alcóolica além dos limites são casos de Saúde pública e devem ser tratados como tal. Porém, no limite aceitável (e não há como estabelecer quantificação, como desejam legisladores e cidadãos comuns para definir o que é para uso pessoal e o que é para tráfico), o mal se refere apenas à Saúde particular e deve ser uma opção na qual o Estado não deve se meter. Até por permitir, no caso da bebida alcóolica, a sua livre comercialização, com restrição (quase nunca cumprida) a menores de 18 anos.

Veja também:

E por falar em Saúde pública, está mais do que comprovado que a planta cannabis sativa, agente da maconha, pode ser uma importante medicação no tratamento de doenças como Alzheimer e Parkinson, dor crônica e problemas de saúde mental. E o canabidiol ainda é atacado como se maconha fosse.

Deixemos, portanto, as hipocrisias e as gritarias bem de lado, e vamos adiante para o próximo tema bem mais importante para a nossa sociedade, que anda nas últimas e provavelmente ainda vai votar muito mal mais uma vez, no fim deste ano.

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segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

MÚSICA PRA VIAGEM: CHEIRO DE MATO

Por onde anda Fatima Guedes? Esta pergunta me veio à cabeça num fim de semana recente e a partir disso pegamos, eu e minha mulher, um aplicativo de música no celular para procurar a cantora, que só então descobri ser também compositora, e (re)ouvi-la. E que maravilhas ela compôs e gravou! 

Incompreensível é estar tão esquecida. Incompreensível, mas facilmente explicável pela profunda futilidade artístico-comercial que abunda no país do bundalelê.

Veja também:
Entrevista: Nilze Carvalho
Uma viagem no tempo e no espaço com Loreena McKenitt 

A música que mais escutei dela no rádio, entre o fim dos anos 70 e 80, só me trazia à memória o refrão "manhã, manhã, manhã...". Mas ao escutá-la novamente percebi, prestando muito mais atenção do que 40 e tantos anos atrás, que era muito mais do que isso, tanto em beleza poética, quanto musical. Melhor, fiquei finalmente sabendo que a composição é da própria Fatima Guedes.

Fiz uma rápida pesquisa, vi que ela está no instagram ainda na ativa, como professora de canto também, e passei a seguir o seu canal no YouTube. E lá descobri também uma dupla que ela fez com Elis Regina, cantando ambas a composição de Fatima chamada "Meninas da cidade", que fez parte do disco de estreia da cantora e compositora, lançado em 1979.

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Mas aqui, agora, vamos ouvir juntos nesta série "Música pra viagem" "manhã, manhã, manhã...", ou melhor, "Cheiro de mato", música que está originalmente no segundo disco de Fatima Guedes, de 1980. Deleite-se!

A série "Música pra viagem" completa + vídeos, clique aqui

 

Veja também:
Música pra viagem: Canto das três raças
Música pra viagem: De frente pro crime
Música pra viagem: Con toda palabra 
Música pra viagem: Lascia ch'io pianga


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segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

PENSO, LOGO SINTO #38

 A Arte é, desde sempre, a inimiga predileta da boçalidade.
 
Foto: Getty Images.

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Esta série, iniciada em 2011, apresenta frases, reflexões, pensamentos curtos que me surgem na observação do mundo e da sociedade de uma forma geral. Podem estar inseridos já em alguma obra literária de minha autoria, virem a estar ou simplesmente se limitarem a uma presença única por aqui ou qualquer outro tipo de publicação isoladamente. 

Acompanhe abaixo algumas das outras postagens desta série:

Penso, logo sinto #30
Penso, logo sinto #19
Penso, logo sinto #14
Penso, logo sinto #2

Deixe abaixo o seu comentário, opinião, sugestão, crítica. Se gostar, siga o blog e compartilhe o que mais agradar. E não deixe de prestigiar os anunciantes do blog para que eu possa continuar publicando. Agradeço desde já.

Veja também:
Música pra viagem: My sweet Lord
Nau poesia: Lágrimas de sangue
Tempo presente
Beleza e caos: Arte em toda parte

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quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

NAU POESIA: ODE AO ÓDIO NA ERA DA PÓSTUMA VERDADE

Na Era da Póstuma Verdade,
Eis o Ódio a reinar
Entre homens e mulheres
De todos os matizes, de todos os lados
De todas as negações biológicas,
Neurológicas, psicológicas 

Nesta tribuna de desonra
Homens odeiam mulheres 
Mulheres odeiam homens
Homens que se odeiam homens
Mulheres que se odeiam mulheres

Todos que odeiam gays
Que odeiam humanos
Humanos que se odeiam 
E odeiam animais
Florestas, rios, mares e pedras, 
E apedrejam-se diariamente 
Para concretar suas absolutas razões 
Em rebocos e lajes e muros
Sem qualquer razão 

Insanos, irracionais
Só enxergam os infernos 
Calcinando o outro, a outra, outrem
Inventam fatos e palavras
E imagens reais, irreais, surreais
E nos surram com suas verdades
Imaginárias, das tênues linhas
Que estão sempre à margem da total loucura
De querer, exigir, urrar, espernear 
Estrebuchar, a esmo atirar
Pra reafirmar que se apoderou da razão 
Da verdade revelada 
Por seus gurus de estimação. 

Gurus de pelúcia com quem dormem
E sonham e fazem amor
(sem erotismo que é pecado!)
Em todas estas noites de plena escuridão.

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Estes são os mais recentes versos que compus. Resolvi publicá-los neste blog antes de qualquer livro, por entender que o tema é inesgotável e precisa tocar em certas (muitas) feridas, mesmo sob risco de cancelamentos. Assim, mais uma vez disponibilizo um trabalho meu gratuitamente. Há outros muitos quase gratuitos, vendidos a preços irrisórios, que gostaria que adquirisse também. Fica o recado e o agradecimento antecipado.

Veja também:
Beleza e caos: Arte em toda parte
Conexões
"O negro crepúsculo" em destaque na mídia
Poesia cantada: Choro represado é sinal de chuva


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sábado, 6 de janeiro de 2024

E LÁ SE FOI ZAGALLO


A notícia do falecimento de Mário Jorge Lobo Zagallo é o assunto deste sábado. E, apesar de gigantesca concorrência na mídia e nas redes sociais, não posso deixar de fazer um texto em homenagem ao maior vencedor de Copas do Mundo da História do futebol e publicá-lo aqui. Embora tenha diversas divergências com a forma como ele conduziu a seleção em 1974, principalmente, e 1998, é preciso ressaltar sempre o trabalho de 1970, iniciado sim por João Saldanha, mas aperfeiçoado com maestria pelo já bicampeão mundial como jogador, em 1958 e 1962.

Zagallo, que comandava o grande Botafogo do fim dos anos 60, teve sensibilidade e sabedoria para colocar em campo aquela seleção que sacramentou o símbolo do futebol-arte e que é e será lembrado eternamente como um dos maiores de todos os tempos. Para mim, o de 1958 é ainda melhor, simplesmente por ter reunido Didi, Garrincha e Pelé, mas lá estava ele na ponta-esquerda, auxiliando o meio e marcando um dos gols na final contra a Suécia. É impossível não enaltecê-lo.

Veja também:

Os méritos de escalar juntos Jairzinho, Pelé, Tostão e Rivellino são dele, pois com João quem atuava na ponta-esquerda era o meu xará, Edu, um craque, sem dúvida, mas com Riva a composição tática e técnica da equipe ficou ainda melhor. E não ficou nisso, Zagallo ainda recuou o volante Piazza para a zaga e escalou o jovem Clodoaldo para atuar ao lado de Gerson na armação e na marcação no meio-campo.

Quase chovo no molhado, mas é sempre bom destacar momentos gloriosos não só do nosso futebol, mas do esporte como um todo. Como bem escreveu o historiador egípcio naturalizado inglês Eric Hobsbawm em seu excelente livro "A era dos extremos - o breve século XX" sobre aquele timaço de 70: "Quem, tendo visto a seleção brasileira jogar em seus dias de glória, negará sua pretensão à condição de arte?”.

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Tive a oportunidade de conhecer pessoalmente Zagallo, em 1990. Foi por um breve período, quando eu iniciava a cobertura diária do Vasco da Gama pelo Jornal dos Sports. Ele era o treinador da equipe e foi demitido após a eliminação da Taça Libertadores da América para o Atlético Nacional, da Colômbia. No pouco tempo, porém, ficou na memória o tratamento cordial.

O gol do Pet

Porém, a maior alegria que tive com Zagallo como torcedor (embora estivesse trabalhando na redação da Agência Lancepress naquele jogo) foi a conquista do tri estadual do Flamengo em 2001. Isso porque  quando a seleção conquistou o tri no México eu ainda tinha 3 anos de idade (faria 4 29 dias após a final). 

Aquele golaço de falta de Petkovic, aos 43 minutos do segundo tempo da final contra o Vasco, a comemoração alucinada do craque sérvio e o choro de Zagallo ao fim da partida ficarão guardados nos corações e nas mentes dos rubro-negros que viveram aquele dia. "Foi uma verdadeira Copa do Mundo", definiu o Velho Lobo em entrevista ao repórter Janir Júnior, do ge.com, 10 anos depois.

Veja também:
Futebol brasileiro x seleção brasileira
Setenta anos do Canhotinha de Ouro

Zagallo no comando do Flamengo na final do Carioca de 2001 (Foto: Hipólito Pereira/Ag. O Globo)

A Zagallo, o futebol e quem ama este esporte que quase sempre resume nossas vidas em campos de grandes estádios ou mesmo em reles peladas em terrenos baldios desde que foi inventado só podem dizer uma palavra: obrigado!

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quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

PENSO, LOGO SINTO #37

 A geração mimimi foi criada pela geração que a mimou.

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Esta série, iniciada em 2011, apresenta frases, reflexões, pensamentos curtos que me surgem na observação do mundo e da sociedade de uma forma geral. Podem estar inseridos já em alguma obra literária de minha autoria, virem a estar ou simplesmente se limitarem a uma presença única por aqui ou qualquer outro tipo de publicação isoladamente. 

Acompanhe abaixo algumas das outras postagens desta série:

Penso, logo, sinto #15 
Penso, logo sinto #12 
Penso, logo sinto #8
Penso, logo sinto 28

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