quarta-feira, 30 de outubro de 2019

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

terça-feira, 15 de outubro de 2019

UMA ESTRÉIA MUITO FELIZ NO MUSEU DA PELADA

Eu e Ramírez. Foto: Fernando Gustav
No último dia 9, quarta-feira passada, tive a honra de vestir o manto sagrado do Museu da Pelada pela primeira vez para entrevistar uma grande figura humana, o uruguaio Sérgio Ramírez. Atualmente comandando a base do Guarani de Palhoça (SC), clube formador reconhecido pela CBF, Ramírez falou sobre a corrida que deu em  Rivellino, no Maracanã, em 1976; sobre a formação do maior Flamengo de todos os tempos; sua grande amizade com o Maestro Júnior; de Pelé (inclusive um sonho que teve com o Rei do Futebol na noite anterior); a origem da música "Cadê o penalty?", de Jorge Ben; do maior título da História do Campo Grande, o Campusca, e ainda tocou violão e cantou sucessos de Jorge Aragão e Carlos Gardel. Em breve, no ar! 

Muito obrigado ao Fernando (cinegrafista), ao meu amigo Paulinho Menezes, que nos levou de Florianópolis a Palhoça e se integrou na equipe com a maior facilidade; ao Ramírez e a sua esposa, Siloé, e um agradecimento mais do que especial a Sérgio Pugliese pelo convite para fazer parte desse timaço do Museu da Pelada. Vem muito, muito mais por aí!

Para assistir à entrevista basta clicar aqui.

Atualizada dia 21/10

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segunda-feira, 14 de outubro de 2019

JOGADA DE MÚSICA NO LAMASCAST

O projeto Jogada de Música é o tema do mais recente episódio do LamasCast. A tabelinha sensacional entre a música e futebol que já foi quadro em rádio, é coluna em site e está pronto para éntrar em campo como documentário, série para TV, série de shows e exposição multimídia. Não perca! Ouça abaixo ou no SoundCloud.
 

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Jogada de Música no IMMuB
Música e futebol, o Brasil no Primeiro Mundo

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

A TROPA DO HORROR ESTÁ NO PODER

Wagner Moura, como Capitão Nascimento,
no filme "Tropa de Elite" (2007)
Em 2007, após assistir ao filme "Tropa de Elite", enviei por email um texto para vários amigos, colegas de trabalho e conhecidos, pois ainda não tinha este blog, que foi ao ar somente em março do ano seguinte. Hoje me recordei dele ao ler a coluna de Elio Gaspari, no jornal O Globo, sob o título "Quando foi que tudo começou", que volta ao filme para mostrar que aquele aplauso da plateia à tortura do Capitão Nascimento proporcionou a chegada ao poder de seres como Bolsonaro e Witzel. 

Fui, então, atrás do meu antigo texto para confirmar que eu estava certo em meu receio, como também sempre foi a da chegada ao poder desta ideologia pseudo-cristã. A mistura de pseudo-religião com o Estado militarizado está no poder graças à plateia e seus guias "espirituais" e "políticos". Ao ler o texto de Gaspari e reler o meu (abaixo), tenho a plena certeza de que muitos amigos, colegas de trabalho e conhecidos aplaudiram de pé a cena da tortura em "Tropa de Elite". E, pior, continuarão a aplaudi-la repetidamente na vida real. Até a hora em que o calo do próprio pé apertar e a consciência urrar de dor.

TROPA DO HORROR!

O que mais me espanta no filme “Tropa de Elite” não é nem a descarada propaganda fascista que ele carrega. Afinal, em tempos cínicos e de profissionalismo a qualquer preço, não é de se estranhar que mesmo um diretor que fez um honesto e comovente documentário (“Ônibus 174”) resolva - a troco sabe-se lá de quê – transformar assassinos e torturadores em super-heróis. Até o vazamento das cópias piratas são suspeitas, pois se tornaram uma muito bem-sucedida jogada de marketing. O que me assusta é ver, ler e ouvir pessoas das quais tanto gosto dizerem que o filme é maravilhoso.

Das duas, uma: ou a desesperança e a falta de humanismo se instauraram de vez nos corações das pessoas ditas do bem ou a falta de hábito de se questionar, de analisar, de sentir e pensar por conta própria está mesmo se exaurindo, especialmente nesta cada vez mais decadente Cidade Maravilhosa. Das duas, as duas. Que “aspira” a ditador sanguinário estará por trás ou dentro do Sr. José Padilha para defender com tanta paixão as práticas do Batalhão de Operações Especiais (Bope)? 

Há no filme críticas severas – e justas – contra a sociedade hipócrita, a imprensa, os governantes e os policiais militares, mas não há um porém aos métodos adotados pelo Bope. Um sequer! Pelo contrário, tudo é amplamente justificado e enaltecido. O Capitão Nascimento (personagem de Wagner Moura, que escreveu nesta terça-feira um ótimo artigo no jornal O Globo contradizendo toda a essência do filme que protagonizou) bem poderia ser chamado de Capitão Morbidez (a caveira é o símbolo!). Pois ele é alçado ao posto de um Capitão América (Capitão Carioca?) que a todos salvará, não só com sua brutalidade extrema, como com o seu sacrifício familiar e de saúde, e sua doação de corpo(ração) e alma para deixar em seu lugar um sucessor à sua baixeza.

Li uma entrevista de um dos muitos comandantes policiais que este lugar possui - não me recordo quem - que Padilha fez com o Bope o que o cinema americano fez com a Swat. Como se isso fosse ótimo! E olha que para quem assistiu às séries do enlatado americano como eu, sabe muito bem que a propaganda naquele caso era bem mais sutil e menos violenta.

Hitler, Mussolini, Pinochet, a junta militar no Brasil, Stalin, Mao Tsé Tung, Pol-Pot e muitos outros só conseguiram se manter no poder graças ao apoio e ou à fragilidade da imensa maioria da população. Ignorância, ganância, subserviência e autoritarismo dão lucro até a cineastas. 

Tropa de Elite” é o horror! 

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Eles não nos entendem

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

COM O VAR, O FUTEBOL SE TORNOU UM "VIDEO-GAME" COM DEFEITO

Joinha, torcedor da Fla-Mureta, durante Fla x Inter, pela Libertadores 2019, no Maracanã. Reprodução: TV Globo 
Com a boa intenção de reparar as injustiças no futebol e utilizar a tecnologia a serviço do árbitro, os senhores que comandam o esporte mais popular do mundo deram ainda mais poder aos juízes e tornaram o jogo uma chatice (quase) sem fim. De boas intenções, como se sabe... Sempre me chateei muito com partidas decididas com erros da arbitragem, principalmente aqueles mais flagrantes. E, quem me conhece ou já me leu sabe, isso inclui o meu time. Porém, com o VAR, principalmente no Brasil, o futebol se tornou um "video-game" que trava o tempo todo, ainda mais que aqui as interrupções seguidas da partida já ocorriam pela doença chamada falta tática, que prefiro chamar de tática das faltas ou falta de tática, técnica, talento, inteligência, criatividade.

A verdade é que tenho ficado cada vez menos motivado a assistir jogos de futebol. E muita gente tem perdido esse interesse, as pesquisas estão aí para não me deixar mentir: em primeiro lugar, cada vez mais distante do Flamengo, tem vindo sempre os que não torcem para time algum. Com o VAR, o gol virou um coito interrompido, a comemoração do torcedor muitas e muitas vezes tem de esperar uma conferência interminável entre os árbitros para se saber se valeu ou não valeu. Goza-se, mal, pela metade duas vezes. Tristes tempos de amores artificiais e paixões vazias.

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O milimétrico, que já era analisado na TV pelos especialistas - aqueles que sabem quase tudo sobre o quase nada - como se fosse um erro gravíssimo em campo, ganhou uma notoriedade tão absurda que se tornou o dono do espetáculo. Tomemos como exemplo a primeira partida da semifinal da Libertadores entre Grêmio e Flamengo. Seria injusto confirmar os gols invalidados de Gabriel (o Gabigol)? Não, afirmo eu. Foram impedimentos "pentelhimétricos" que só a idiotice da objetividade poderia enxergar. Como não seria prejudicial ao espetáculo confirmar o de Pepê, se William Arão esticasse menos a perna ou calçasse 35. 

Com os padrões Fifa determinados pelos europeus, os campos tiveram suas dimensões reduzidas ao mesmo tempo em que o preparo físico dos atletas só foi se aprimorando ao longo das décadas. Isso fez do futebol um jogo de muito mais contato físico, com seguidas lutas de judô sem tatame na área. Não à toa, se repetem em todo lugar, a todo momento, os choques de cabeça, e as aborrecidas interrupções da partida. Volto a lembrar aqui uma entrevista de Cláudio Coutinho, no fim dos anos 70, em que ele dizia que era preciso tirar um jogador de cada time para que houvesse mais espaço e o jogo ficasse mais bonito. Isso num tempo em que Maracanã, Morumbi, Mineirão, São Januário e até Moça Bonita tinham dimensões máximas em seus campos: 120m x 90m.

Na minha opinião, ou a International Board adéqua melhor as regras do futebol ao advento do VAR ou, o que é minha preferência, acaba com o VAR, utiliza a tecnologia da Copa de 2014, não só na linha dos gols como ocorreu daquela vez, mas também nas linhas laterais e de fundo, e coloca mais um árbitro em campo com a função de observar os lances onde a bola não está em disputa. Sugiro ainda que o cronômetro parasse a cada vez que o jogo fosse paralisado, passando o tempo de jogo para dois tempos de 25 ou 30 minutos. E mudaria radicalmente ou acabaria com a lei do impedimento.

Atenção, crianças: esta é só a minha opinião, ninguém precisa arrancar as calças pela cabeça. Tristes tempos em que num país que saiu da puberdade e voltou à fase anal é preciso explicitar que opinar, posicionar-se, mesmo com o máximo de ponderação e bom senso, não significa ofender quem discorda.


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quarta-feira, 2 de outubro de 2019

LAMASCAST RESPONDE SE A MPB ESTÁ MESMO UMA MERDA

A fala de Milton Nascimento em entrevista que deu à Folha de S.Paulo há duas semanas, "A música brasileira está uma merda", é o tema do LamasCast desta semana. Você pode ouvir aqui embaixo ou no SoundCloud. Recomende aos amigos.



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Para Milton e nossos amigos