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Mostrando postagens com o rótulo crônica ou ensaio

MEMÓRIAS AMARGAS DA INFLAÇÃO

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Memórias amargas da inflação O dragão da inflação brasileira, por Julos/Getty Images Nos últimos meses, ir ao supermercado se tornou um programa repleto de novidades. Ruins. Muito ruins. Ou você encontra os preços de vários alimentos novamente reajustados, ou os produtos tiveram peso, tamanho ou quantidade reduzidos para se ajustar ao preço, numa canalhice mais antiga de parte do nosso empresariado do que muitos deles imaginam. Preste atenção quando voltar ao supermercado. E nem falei na troca de ingredientes para baratear o custo, mesmo a custo de prejudicar a qualidade dos produtos e a nossa saúde. É a chamada inflação invisível. Veja também: Nau Poesia: Pássaro de asas longas Nau Poesia: Ave de rapina O medo da inflação, que vem desde o desgoverno passado e encontra eco no atual (por enquanto, com o som bem alto), é algo que certamente acomete os que viveram os duríssimos dias dos anos 80, a chamada Década Perdida . Em 1989, a inflação anual chegou a estratosféricos 1.972...

MÚSICA PRA VIAGEM: SANGUE LATINO

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Música pra Viagem: Sangue latino A potência poética e musical dos Secos & Molhados arrebatou milhões de brasileiros, inclusive crianças como eu. As caras pintadas, as fantasias, o rebolado de Ney Matogrosso , além de sua voz incomum, talvez sejam o que mais tenha chamado a atenção logo de primeira naqueles Anos de Chumbo. O sucesso foi estrondoso e não pude ignorar, mesmo tendo 6 para 7 anos em 1973, quando o primeiro LP do grupo foi lançado. Secos & Molhados, no Maracanãzinho , em cena usada na arrepiante abertura do "Fantástico" , de 1974 Dentre os maiores sucessos, "O vira" e "Sangue latino" foram os que mais me agradaram naquela época. Com o passar do tempo, outras foram incorporadas às minhas predileções musicais, como "Fala", posteriormente gravada por Ritchie, "Rosa de Hiroshima", "Amor", "Primavera nos dentes" e "O patrão nosso de cada dia", além de outras do segundo...

ROCK IN RIO QUARENTÃO

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Título da Postagem Quem foi ao primeiro Rock in Rio não esquece. Até quem não foi também deve ter em boa lembrança. Embora não tenha sido a melhor edição das três que pude presenciar (as outras foram em 2001 , pra mim a mais bacana, e 2011 ), o de 1985 inaugurou inclusive uma nova fase na minha vida. Pode parecer exagero, mas pelo tanto que a música ocupa a minha vida, aquele festival modificou sim muito do que eu escutava e isso começou assim que ele foi anunciado. Em 1984 ainda, eu, amigos, amigos dos amigos e conhecidos nos reunimos no apartamento que eu e meus irmãos morávamos com meus pais para ouvirmos no nosso aparelho de som, LPs das bandas que viriam e outras de roquenrol que eu nem imaginava que existiam. Aliás, alguns artistas que vieram pro Rock in Rio eu nunca tinha ouvido falar, como Nina Hagen , Go Go's e B 52's , por exemplo. Vi os dois últimos grupos no dia 18 e não gostei. Na verdade só confirmei ao vivo o que já tinha ouvido antes. E a expectati...

A INSUFICIÊNCIA DA PALAVRA

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Sim, sim, eu sei, eu sei... Sei? Não, não sei, não tenho certeza. Absoluta, não, claro que não. Mas, desconfio - digamos, fortemente - que minhas experiências com a inteligência artificial  (IA) venham gerando mais narizes torcidos do que agrados aos raríssimos e às raríssimas que se aventuram a encarar um texto, um trabalho, meu.  Bom, parodiando o velho e surrado dito popular: "quem não tem ator ou atriz disponível para um texto seu, caça leitores (ou espectadores) e leitoras (espectadoras) com "avatores" ou "avatrizes"". Desistir nunca fez parte dos meus planos, por isso busco, muitas vezes solitariamente, caminhos retos e tortuosos para fazer chegar ao maior número de pessoas os trabalhos que produzo com a minha alma. Veja também: A palavra é... #5   A palavra é... #12 Diante disso, apresento aqui mais uma experiência que fiz com um "avator" interpretando um curto texto meu, bem antigo, mas que creio continua muito atual, chamado "A insu...

A SOLIDÃO PLENA, OUTRO EXPERIMENTO COM IA

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Em mais um vídeo experimental, resolvi utilizar o texto "A solidão plena", de minha autoria, para ser "interpretado" por um avatar e uma voz disponibilizadas por uma plataforma de inteligência artificial ( IA ). O "ator" foi "batizado" por mim de Roberto Conrado, uma versão brasileira de Robert Conrad , podemos dizer assim. A música de Renrebello encontrei num site que disponibiliza músicas para esses e outros fins, com a recomendação apenas de que se dê o crédito. Ela foi fundamental para que eu conseguisse dar um toque final à edição e publicar aqui, no Youtube e no Vimeo . Com tantas peças, roteiros e outros textos inéditos, fico imaginando como ficaria ainda melhor este e outros tantos já escritos, para teatro ou cinema, principalmente, com um ator ou uma atriz de verdade, algo que consegui mais recentemente com minha amiga Ana Melão numa poesia que ela gravou e publiquei aqui e no Youtube , chamada "Esperar pelo sol" . Veja també...

MÚSICA PRA VIAGEM: PARALELAS

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Vanusa e Belchior em programa da  TV Globo , em 2002. Foto: Renato Rocha Miranda/TV Globo) Uma das mais lindas músicas, dentre tantas, de Belchior , "Paralelas" conheci pelas ondas do rádio na belíssima voz de  Vanusa , ainda nos anos 70. Só muito mais tarde, já em tempos de internet, se minha memória não falha, é que fui ouvir a interpretação de seu compositor.  Escrita no início dos anos 70, a canção explora os contrastes entre a vida cotidiana e os sonhos interrompidos, com uma melodia envolvente e versos profundamente poéticos. É uma viagem urbana arrebatadora, inspiradora e romântica. A música ganhou notoriedade mesmo com Vanusa, que gravou a interpretação emocionante mencionada acima em 1975, dois anos antes de Belchior registrar sua versão em disco. Muitas décadas depois, "Paralelas" continua a impactar gerações, sendo revisitada por artistas como Tim Bernardes , que a incluiu em uma performance memorável juntamente com "Changes...

FLERTANDO COM A LOUCURA NA IA

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"Ninguém alguma vez escreveu ou pintou, esculpiu, modelou,  construiu ou inventou senão para sair do inferno". ( Antonin Artaud ) Ilustração criada por IA Trecho do livro " O negro crepúsculo ", o segundo de minha autoria a ser publicado, "Flertando com a loucura" foi usado por mim para alguns experimentos no vasto, assustador e - ao mesmo tempo - encantador mundo da Inteligência Artificial . O meu primeiro passo foi pedir a uma plataforma de IA que criasse um áudio com um narrador para o texto.  O resultado não foi perfeito, claro, mas creio que o "locu-ator", que já estou chamando de Bill Collins, interpretou o texto de uma forma que muito provavelmente eu não saberia fazer com tanta competência. Sério, muito sério isso! Tentei depois fazer uma leve correção, mas os créditos acabaram, fica então pra quando eu decidir assinar o plano pago. Posteriormente busquei uma imagem que ilustrasse este texto e a encomenda saiu melhor do que eu esperava, a...

OS MAIORES JOGOS DE TODOS OS TEMPOS 13

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Dinamite dá o lençol em Osmar antes de fazer o golaço da vitória do Vasco sobre o Botafogo* No dia 9 de maio de 1976, o Vasco da Gama e o Botafogo protagonizaram uma das partidas mais marcantes da história do futebol brasileiro. O clássico disputado no Maracanã pelo Campeonato Carioca foi decidido por um dos gols mais lindos já vistos no antigo estádio, marcado por  Roberto Dinamite . Com apenas 22 anos de idade, Dinamite encantou não só os vascaínos, mas todo fã de futebol, ao fazer aquilo que o também saudoso locutor Luciano do Valle costumava chamar de "gol de Copa do Mundo". O gol não só garantiu a vitória, de virada, do Vasco por 2 a 1, como também se tornou um símbolo de sua presença na área com o seu talento e uma lembrança eterna para os torcedores cruzmaltinos. O contexto do clássico O confronto entre Vasco e Botafogo naquele dia era crucial para a se...