segunda-feira, 23 de outubro de 2023

NAU POESIA: ÀS SUPOSIÇÕES DA SUBJETIVIDADE

Sim, tenho ciência
E tranquila consciência 
De que é preciso
Ter em certas ocasiões 
Certificados, certificações 
Mas que também é 
Impreciso, porém necessário
E muito desejável
Diversas imprecisões 

Pois que pra cura não tem remédio 
Pra quem quer remediar a vida
E viver remendando marcas e feridas
Com fármacos, pílulas, silicones, 
Tonificantes, suplementos,
Com pequenas ou fortes dosagens

Pois é claro e evidente 
São apenas miragens, paisagens
Superficialidades aparentes
Evidentes aparências
Com futuras e graves
consequências
 
E são loucos devaneios
Sem qualquer resquício de pudor
Lagos, rios, pássaros, mares,
Flores, árvores e suas folhagens
Tudo o que se exibe todos os dias
A quem quer ver, ouvir, sentir
Sua incomensurável e
 divina beleza
Tornar-se descartável ou mera utilitária
Toda variada e exuberante Natureza.



Veja também:
Nau Poesia: Amores
Poesia cantada: Que me diz você?

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terça-feira, 10 de outubro de 2023

ENTREVISTA COM EDMUNDO AINDA NOS JUNIORES DO VASCO

Edmundo em 1992. Foto:Vasconotícias

Em janeiro do ano passado, quando o Globoesporte.com publicou matéria sobre a estreia de Edmundo nos profissionais do Vasco, 30 anos antes, resolvi procurar novamente a matéria que fiz com ele para o Jornal dos Sports, quando ele ainda era júnior do clube cruzmaltino. Já havia feito esta pesquisa anteriormente, mas não havia encontrado, porém consegui achá-la. 

Escrevi logo a seguir um esboço deste texto com o link da matéria e o deixei arquivado com a intenção de para publicá-lo aqui poucos dias depois. No entanto, por algum motivo que não me recordo, adiei por mais tempo que o planejado. 

E por que voltei a ele agora? Porque na semana passada, quando fui cortar o meu cabelo, Sandro, o barbeiro que me atende desde o início deste ano, me perguntou se eu já havia entrevistado Edmundo, porque ele já havia cortado o cabelo do Animal na época em que o atacante jogou pelo Figueirense, em 2005. Então contei a história completa para ele.

Veja também:
Três histórias com Romário
O dom de jogar bola e o Bolero de Ravel

Fiz a entrevista, em São Januário, com o auxílio do então responsável pelas categorias de base do Vasco, sr. Darcy Peixoto, em 27 de agosto de 1991, uma segunda-feira, dia posterior a um Vasco x Botafogo, pelo Campeonato Carioca daquele ano, em que na preliminar de juniores, Edmundo fez um gol espetacular, no fim do clássico vencido pelo sub-20 vascaíno, por 3 a 0. 

Embora fizesse a cobertura do Vasco, juntamente com Virgílio de Souza e o saudoso Eliomário Valente, naquele domingo estava de folga, mas resolvi ir ao velho Maracanã apreciar o bom futebol e cheguei um pouco mais cedo para assistir a um pedaço da preliminar. E dei muita sorte. Além do golaço de Edmundo, que não sabia quem era e que só entrou em campo no segundo tempo, no primeiro jogo daquela tarde, o jogo principal teve seis gols: Vasco 3 x 3 Botafogo.

Não sei se foi a primeira entrevista de Edmundo a um jornal, mas certamente é uma das primeiras. E já naquele tempo ele demonstrava a sua personalidade, ao dedicar ironicamente o seu golaço ao então diretor de futebol amador do Botafogo, que segundo o atacante, não fez força alguma para que ele continuasse no clube da estrela solitária.

 A matéria foi publicada no dia 28 de agosto de 1990, na metade inferior da página do Vasco, sem assinatura, e se você tiver curiosidade de vê-la, é só clicar aqui ou na imagem da página do JS (montagem) abaixo.


Veja também:
Memórias da geral do Maracanã
Adeus, Maracanã
Setenta vezes Maracanã
O meia-armador virou desarmador (texto de 1990)

segunda-feira, 9 de outubro de 2023

MÚSICA PRA VIAGEM: THIS MASQUERADE

Não vi absolutamente nada em lugar algum, o que não quer dizer que ninguém tenha se lembrado, mas em fevereiro deste ano completou-se 40 anos da despedida deste mundo de Karen Carpenter, uma das mais belas vozes da História da Música. Descobri isso no sábado ao selecionar músicas dos Carpenters num desses serviços de streaming para ouvir com minha mulher e ela decidir pesquisar quando Karen havia falecido.

Karen Carpenter. Foto: Getty Images

A cantora, compositora e baterista (sim, ótima baterista também!) faleceu de anorexia um mês antes de completar 33 anos de idade, mas deixou aos corações apaixonados e partidos de minha geração e outras tantas anteriores e posteriores uma legião gigantesca de fãs. Prefiro, no entanto, não me prender ao romantismo de letras e músicas, mas me reportar especialmente à grande sensibilidade, beleza e técnica da cantora.

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Música pra viagem: Pegando leve
Música pra viagem: Feeling good

A facilidade com que Karen sai (sim, sai, sua voz permanece viva, muito viva) do agudo para o grave e vice-versa não só traz admiração pela facilidade, quase sem esforço algum, como pela elegância. Por isso, optei aqui por "This masquerade", de Leon Russell (e pelo mesmo motivo poderia ter escolhido "A song for you", do mesmo compositor e tecladista), em vez de seus maiores sucessos "Please, Mr. Postman", "Close to you", "I need to be in love", "We've only just began", "Rainy days and mondays", entre outros que embalaram nos anos 70 as festinhas da minha infância e pré-adolescência na Rua Canavieiras, Grajaú, zona norte do Rio de Janeiro.

Clicaê quem curte CDs e vinis!

Portanto, sugiro a você que vai ouvir "This masquerade" aqui comigo, nesta versão espetacular dos Carpenters - pois não podemos nos esquecer de Richard, o ótimo pianista irmão de Karen -, com acompanhamento luxuoso da Royal Philarmonic Orchestra, preste muita atenção ao canto, à voz de Karen passeando com charme e formosura por seus ouvidos. Um encanto infinito que merece ser recordado para sempre. 



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