quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

OS 20 ANOS DO MELHOR ROCK IN RIO DE TODOS OS TEMPOS

Visão aérea da Cidade do Rock, em 2001
O início daquele que considero o melhor Rock in Rio de todos os tempos completou ontem 20 anos. Em 12 de janeiro de 2001, a Cidade do Rock original voltava a receber uma edição (a terceira) do festival, 26 anos após a histórica versão de estreia. Embora o de 1985 seja emblemático por todos os motivos do mundo, o melhor de todos para mim foi o de 2001. E por diversas razões, além das puramente musicais (nem tão puras assim, aliás). A idéia de se fazer um palco chamado Brasil, com feras brasileiras de primeira linha, muitas imensamente maiores que alguns dos artistas que estiveram no palco principal, e outro Raízes, foi muito boa.

Pena que o terreno não permitia que houvesse shows simultâneos com o chamado Palco Mundo. O grupo mineiro Uakti, por exemplo, teve de parar a sua esplêndida apresentação, porque um grupo no chamado Palco Mundo começara a tocar e o som mais potente inviabilizava a continuação, apesar dos apelos do público embevecido. Foi a única das 3 edições que pude estar presente todos os dias, pois trabalhava no 2º Caderno do jornal O Fluminense, de Niterói (RJ), e fui designado a escrever um resumão após cada fim de semana, além de enviar algum texto ou informações pontuais durante shows específicos. 

A quantidade de espetaculares, ótimos e bons shows é muito grande. Tive a oportunidade de conhecer alguns grupos e artistas estrangeiros que desconhecia completamente e me fizeram buscar CDs e posteriormente vídeos no YouTube deles ou sobre eles. Foi a primeira (e infelizmente acabou sendo a única) vez que vi o grupo Anima em ação. Na verdade, eles que abriram o festival no palco Raízes, e aproveitei que a galera ainda não tinha chegado em massa para abordá-los após o show e pegar contatos para uma entrevista para o então site Papo Carioca, que fiz pouco tempo depois e reproduzi aqui neste blog.

Neil Young em ação.  Foto: Ivan Gonzalez/Ag. Oglobo
Há tantas histórias incríveis - uma inacreditável - para contar daqueles sete dias (três no primeiro fim de semana e quatro no segundo) que deixarei para outra ocasião, senão isso aqui vira um livro. No Palco Mundo, os showzaços, aços, aços a que assisti foram os seguintes, por ordem cronológica: Barão Vermelho e REM, no dia 13 (sábado); Elba Ramalho e Zé Ramalho, e Neil Young, no dia 20 (sábado). Neil Young é um capítulo à parte, pois com seu grupo Crazy Horse invadiu a madrugada do dia 21 com uma sonzeira inesquecível. Saí de lá querendo ainda mais e, sem dúvida, foi um dos melhores shows que vi na vida.

O Iron Maiden, que se apresentou no dia 19 (sexta), entraria facilmente nesta lista, mas infelizmente tive de deixar a Cidade do Rock pouco antes do show do grupo inglês começar, por causa de uma alucinante dor de ouvido. Acabei assistindo todo o espetáculo pela TV na casa do amigo em que estava hospedado lá pertinho. Eles gravaram um DVD desta apresentação que fez muito sucesso.

Iron Maiden no Rock in Rio 2001: Bruce Dickinson entre os guitarristas Dave Murray e
Adrian Smith. O baixista Steve Harris está ao fundo, de costas. Foto: divulgação

Os ótimos shows foram os de Gilberto Gil, que antes se apresentou com um ainda debilitado Milton Nascimento, que esteve doente na época e foi ajudado também por Lô Borges e a Orquestra Sinfônica Brasileira, e Sting, no dia 12; Cássia Eller, que também tem um DVD daquele dia, no dia 13, e Dave Matthews Band, no dia 20. Kid Abelha e Sheryl Crow, no dia 20, e Capital Inicial, no 21, fizeram bons shows.

Cássia Eller. Foto: Divulgação
Os Palcos Brasil e Raízes muitas vezes tinham shows ocorrendo no mesmo momento, fosse antes da abertura do Palco Mundo ou durante os intervalos, por isso não dava para ver tudo. Porém, revendo a lista dos shows do Palco Brasil, eu me recordo muito bem da apresentação estupenda de Pepeu Gomes e Armandinho, no dia 19, com a galera do heavy metal delirando. No entanto, vejo que perdi ou vi sem me recordar os grandes Luiz Melodia, Sá, Rodrix e Guarabyra e Márcio Montarroyos, que vi extasiado pela primeira vez no Parque da Catacumba nos anos 80.

No Palco Raízes, os melhores foram o já citado Anima, embora prejudicado pelo som muito baixo; Thierry Robin (violonista cigano da Bretanha, França), o iraniano Trio Chemirani (pai e seus dois filhos percussionistas), o grupo irlandês Dervish e o também já mencionado Uakti. Logicamente houve outros excelentes, especialmente os africanos, como acredito que tenha sido o de Carlos Malta e Pife Muderno, mas citei os que me recordo vivamente ainda. 

Fique abaixo com o show completo do Neil Young, até para você achar que exagerei, embora sem o clima do local e da hora que vivi junto a outras milhares de privilegiadas pessoas. Público selecionado, como disse naquele mesmo dia para mim um colega jornalista.
 

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