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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

"SUTILEZAS" COM CAPA NOVA

"Sutilezas" com capa nova

"Sutilezas", segundo livro de poesias de Eduardo Lamas Neiva, quarto de sua autoria, lançado em 2019, está de capa nova. Com uma belíssima foto de Heloísa Medeiros e a caprichosa edição de Mauricio Capellari, na capa, o ebook foi revisto e revisado. 

O preço também é novo e, na Amazon do Brasil, você pode adquirir o ebook por apenas R$ 2,97. Não perca esta oportunidade! 

"Sutilezas" traz em seus versos lirismo, sensualidade, amor e paixão em altas doses. Um brinde à poesia!


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Presentes para você

“Sutilezas” rima mesmo com surpresas. Afinal, neste ebook o leitor tem a possibilidade de ir além das poesias publicadas em seu tablet, e-Kindle, celular, computador ou qualquer outro dispositivo eletrônico. 

Com links para áudios na SoundCloud, dois exclusivos, e também para poesias que não estão no livro, a experiência de ter “Sutilezas” em mãos ultrapassa os limites de suas páginas virtuais. Mergulhe de cabeça, coração pulsante e pele arrepiada à flor da alma nesta paixão!

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À venda também no exterior

O ebook também está à disposição na Amazon de 12 países estrangeiros na versão física. São eles (com links para as respectivas lojas online): EUA (amazon.com), Reino Unido (amazon.co.uk), Alemanha (amazon.de), França (amazon.fr), Espanha (amazon.es), Itália (amazon.it), Países Baixos (amazon.nl), Japão (amazon.co.jp), Canadá (amazon.ca), México (amazon.com.mx), Austrália (amazon.com.au) e Índia (amazon.in).

Clique aqui e saiba mais sobre outros livros lançados pelo escritor e jornalista Eduardo Lamas Neiva e outros escritores que ele admira. Caso queira saber mais sobre o autor e este blog, converse com o RoBlog, aquele assistente ali ao lado. E não deixe de visitar a página do autor na Amazon, onde você pode encontrar as outras obras de Eduardo Lamas Neiva.  

Obrigado pela visita e o prestígio aos meus trabalhos, volte sempre. Ótimas leituras!

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

UMA COISA JOGADA COM MÚSICA - CAPÍTULO #26

Uma coisa jogada com música - Capítulo #26

Almir Pernambuquinho, transtornado, na confusão que armou na final do Campeonato Carioca de 1966

Após cantar a Marcha do São Cristóvão, Silvio Caldas sai aplaudido do palco, abraça João Sem Medo, Ceguinho Torcedor, Sobrenatural de Almeida e Idiota da Objetividade e volta à sua mesa. João reinicia o papo.

João Sem Medo: - Quarenta anos depois da conquista do São Cristóvão, o Bangu, que já havia sido campeão em 33, na época da divisão entre amadoristas e profissionalistas, derrotou o Flamengo e seus 150 mil torcedores no Maracanã...

Sobrenatural de Almeida: - A final do Campeonato Carioca de 1966 não chegou ao fim...hahaha

Garçom: - Foi aquele fuzuê que o Almir Pernambuquinho armou no Maracanã, né?

João Sem Medo: - Isso mesmo, Zé Ary.

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Músico: - Aquela confusão toda no Maracanã me lembra uma música antiga, o Futebol da Bicharada, de Raul Torres.

Garçom: - Raul Torres se encontra aqui, vamos chamá-lo ao palco pra cantar essa pra gente, então.

Raul Torres, aplaudido por todos, sobe ao palco.

Raul Torres: - Obrigado, gente. Nesse jogo aqui também teve confusão, mas pra cantar vou chamar meu parceiro Florêncio.

Florêncio vai ao palco também aplaudido.

O público ri muito e aplaude a dupla, que agradece e deixa o palco. Ceguinho volta a falar de Almir.

Ceguinho Torcedor: - Almir foi um grande jogador, chegou a ser convocado para os primeiros treinos da seleção em 58, mas acabou cortado. Tinha o pavio curtíssimo. Apesar dos seus defeitos, ou por isso mesmo, eu o via como um exato símbolo pessoal e humano do futebol brasileiro.

Idiota da Objetividade: - Antes daquela decisão entre Flamengo e Bangu, ele já tinha se metido em muitas outras confusões.

João Sem Medo: - Almir, que passou pelo Vasco, BocaJuniors, Santos, Fiorentina, Flamengo, todos grandes clubes e ganhando muito dinheiro, foi sempre um mão-aberta naquela timidez do boêmio que acha que tendo dinheiro no bolso é ofensa permitir que outros paguem a despesa. Teve uma morte trágica, foi assassinado num bar em Copacabana, no início da década de 70.

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Idiota da Objetividade: - Almir começou no Sport Recife, em 1956, e foi para o Vasco, onde se juntou a Vavá e outros pernambucanos como ele que já estavam no time de São Januário. Ele recusou uma convocação para a seleção brasileira certa vez para excursionar com o Vasco e isso o deixou marcado. Por isso fez poucos jogos na seleção.

João Sem Medo: - Num desses jogos pela seleção provocou uma batalha campal contra o Uruguai, em 59.

Ceguinho Torcedor: - A mais famosa, porém, foi aquela de 66, quando o Bangu foi campeão em cima do Flamengo. Eu estava lá no Maracanã e vi, ou melhor, percebi o burburinho todo com a confusão que o Almir Pernambuquinho armou dentro de campo.

João Sem Medo: - Os nervos estavam à flor da pele desde o meio da semana. Houve uma verdadeira guerra de nervos. No jogo, também muito tenso, o Flamengo precisava ganhar, mas acabou perdendo Carlos Alberto, depois Nelsinho, machucados, e ficou sem pai, nem mãe. Aí saiu a encrenca toda e o árbitro Airton Vieira de Moraes, que teve uma das mais perfeitas arbitragens que já apareceram no Maracanã, foi muito feliz ao acabar com o jogo. Já estava 3 a 0 pro Bangu e poderia sair um conflito imprevisível naquela multidão. O Bangu foi o melhor time do campeonato e mereceu o título.

Idiota da Objetividade: - A partida entre Flamengo e Bangu foi disputada no dia 18 de dezembro de 1966. Era a última rodada do turno final, e o Bangu tinha a vantagem do empate para ser o campeão, mas fez dois gols no primeiro tempo e um logo no início do segundo. A briga começou aos 25 minutos do segundo tempo. Começou com uma discussão entre o atacante Ladeira, do Bangu, e o lateral-esquerdo Paulo Henrique, do Flamengo. Mesmo vencendo o jogo, Ladeira deu um tapa no adversário e Almir Pernambuquinho tomou as dores do companheiro e foi pra cima do lateral bangüense. Uma confusão generalizada que acabou com nove jogadores expulsos.

Sobrenatural de Almeida: - Eu armei aquele sururu. Fiquei soprando no ouvido do Pernambuquinho que o Flamengo não podia ser humilhado daquele jeito, que era preciso ele tomar uma atitude de macho.

Idiota da Objetividade: - O árbitro Airton Vieira de Moraes, conhecido como Sansão, deu cartão vermelho para cinco jogadores rubro-negros, Valdomiro, Itamar, Paulo Henrique, Silva e, lógico, Almir, e quatro alvirrubros: Ubirajara, Luis Alberto, Ari Clemente e Ladeira. O jogo teve de ser encerrado porque o Flamengo ficara com apenas quatro jogadores, o que não é permitido pela regra. O mínimo é sete. Assim, com os 3 a 0 no placar, o Bangu foi declarado vencedor e se tornou campeão carioca pela segunda vez. O público presente ao Maracanã naquela tarde foi de 143.978 pagantes, 90% de rubro-negros, que saíram frustrados do estádio.

Sobrenatural de Almeida: - Que nada! Sairiam frustrados se não tivesse tido aquela pancadaria toda. O Almir saiu como herói.

João Sem Medo: - Aquele jogo tem muita história estranha. Muita gente disse que o Sansão estava na gaveta do Bangu e que cada goleiro se vendeu ao outro time, mas o Castor teria descoberto e ameaçado de morte o time inteiro se houvesse algum gol contra o Bangu, sem citar o nome do Ubirajara. Logo no início do jogo, o Flamengo dominava, já tinha posto uma bola na trave, e o ponta-direita Carlos Alberto se machucou num choque acidental com Ari Clemente e não pôde mais jogar. Naquela época não havia substituição, o Nelsinho ainda se machucou e ficou em campo mancando com uma atadura no joelho fazendo número.

Idiota da Objetividade: - Valdomiro ficou no Flamengo até o início de 1968. Será que o clube ficaria com ele se a suspeita fosse ao menos factível? 

Garçom: - Ele podia aparecer por aqui pra dar a sua versão.

Ceguinho Torcedor: - Se o Valdomiro estava vendido ou não eu não sei, mas que o primeiro gol do Bangu, marcado pelo Ocimar, foi um frangaço, ninguém tem dúvida. Nem eu! Nos outros dois, de Aladim e PauloBorges, ele não teve culpa.

Sobrenatural de Almeida: - Mas, Ceguinho, o que marcou mesmo foi a multidão gritando e aquele som abafado altíssimo ecoando em meus ouvidos: “Por-ra-da! Por-ra-da! Por-ra-da! Por-ra-da!...”hahaha

O público do bar faz coro com o Sobrenatural: - "Por-ra-da! Por-ra-da! Por-ra-da!...”

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Sobrenatural de Almeida: - A torcida do Flamengo foi ao delírio. Perdeu o título, mas ganhou a briga de presente.

Garçom: - Certo. Mas hoje os homenageados serão aqueles campeões do Bangu, alguns aqui presentes, outros ainda vivendo no Mundo Material. Por isso, trouxemos aqui uma turma da banda do Bangu para alegrar o ambiente com a Marchinha do time campeão carioca de 1966.

Os integrantes são aplaudidos enquanto sobem ao palco e a festa começa, com todo mundo se divertindo a valer, especialmente Ubirajara, Fidélis, Mario Tito, Luís Alberto e Paulo Borges.

Fim do Capítulo #26

Episódio originalmente publicado em 27 de julho de 2022 e republicado totalmente modificado em 16 de fevereiro de 2025.

Esta série é uma homenagem especial a João Saldanha e Nelson Rodrigues e também a Mario Filho e muitos dos artistas da música, da literatura, do futebol e de outras áreas da Cultura do nosso tão maltratado país.
Saiba mais clicando aqui.
 

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