NAU POESIA: ESPIRAL DO TEMPO *
... e ainda gira sobre seu próprio eixo
a gigantesca espiral do tempo...
e a vida, que anda pela hora da morte,
repete movimentos, locais e sensações
em momentos distintos, mas bem reconhecíveis
é o deja-vu aflorando a alma
em rascunhos de decisões nunca tomadas
em sonhos repetidos e palavras fugidias
em dores repentinas e medos paralisantes
localizados num ponto específico
deste imenso ciclo aberto no espaço
que se move vertiginosamente lento
como se estivesse estático
... mas ainda gira sobre seu próprio eixo
a gigantesca e enigmática espiral do tempo...
a vida caminha pela zona morta
numa lentidão vertiginosa
a lua e o sol se revezam no céu
e quando se encontram dançam na penumbra
a água em torno de si desce pelo ralo da pia
a folha, como um cone, se despede da árvore
a marimba roda para alcançar a pipa voada
que se enrosca na própria rabiola
a bailarina gira no ar e prepara o leve pouso no palco
o acrobata exibe sua pirueta no circo
a menina encantada em seu cavalo de mentira
brinca no carrossel do parque de diversões
o ginasta finaliza sua apresentação no salto mortal
a bola chutada com efeito, sai da linha reta do gol
para fugir do goleiro e ganhar a rede
o parafuso penetra a parede
a mola se solta e salta
... e ainda gira sobre seu próprio eixo
a gigantesca, enigmática e
indestrutível espiral do tempo...
e a vida desce a ladeira em ponto morto
o louco dança com sua solidão no quarto escuro
o corpo do enforcado gira de um lado para o outro
o torno na mão do carrasco tortura um anjo
o bêbado rega a calçada com sua tontura
a areia movediça engole um bicho
o redemoinho afoga um homem
a tormenta naufraga um barco
o assassino gira o tambor do revólver
antevendo o sangue da vítima
a roleta russa ganha esquinas
o automóvel capota na estrada
o avião abatido rodopia no ar
no horizonte se vê um cogumelo atômico
o tufão arrasta casas, prédios, carros, pontes
e devasta cidades
... e ainda gira sobre seu próprio eixo
a gigantesca, enigmática,
indestrutível e infinita
espiral do tempo...
Espiral do Tempo, poesia musicada com IA
Escrita no início da década passada, os anos 10 do século XXI, esta poesia que considero uma das mais importantes de minha obra ganhou arranjo, harmonia, melodia e um "cantor" e um ótimo "grupo musical" graças à inteligência artificial. Para esta longa poesia tentei fazer um rock progressivo, mas mesmo não sendo exatamente o que imaginei fiquei bastante satisfeito com o resultado.
Acredito que as palavras, os versos, a poesia como um todo ganhou ainda mais força com a execução da "banda" AleluIA, como acabo de nomear. Mais uma vez utilizei a plataforma Suno, mas desta vez tive de fazer várias tentativas até chegar a um resultado que me agradasse. Nas oportunidades anteriores não precisei rejeitar tantas versões produzidas pela ferramenta.
E você, o que achou? Aguardo o seu comentário, agradecendo desde já a sua visita e o comentário. Não deixe de seguir o blog para receber avisos de novas postagens e novidades por aqui. Grato, muito grato.
Agora ouça a música e veja o vídeo que editei com imagens também produzidas com o auxílio da IA.
* Esta poesia havia sido originalmente postada neste blog em 9 de outubro de 2011, posteriormente republicada em 9 de agosto de 2016 e novamente em 13 de janeiro de 2022. Foi publicada também na edição 4 do Jornal Portal, de novembro de 2014. Agora volta a ser renovada trazendo o vídeo com a poesia musicada com auxílio da IA.
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