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Mostrando postagens de dezembro, 2010

ADEMIR DA GUIA, O DIVINO

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Outro dia a trabalho tive o prazer de ver um vídeo produzido pelo site do Palmeiras com um bate-papo entre César Maluco e Ademir da Guia e pude recordar o quanto o Divino tem de valor dentro e fora de campo. Simplicidade e elegância. Para mim, Ademir da Guia foi o Paulinho da Viola dos campos de futebol, genialidades pouco reconhecidas, talvez até pelo jeito tímido de cada um desses artistas. Daria um belo papo entre o palmeirense e o vascaíno. Fica a idéia. Ademir, que começou no Bangu, foi um dos melhores jogadores que vi atuar, embora tenha pego já o finzinho de sua carreira. Mesmo assim, o modo como dominava a bola e a visão que tinha do campo e do gol sempre me impressionaram. Para os mais novos poderem ter uma idéia, sem entrar na babaca discussão de quem foi o melhor, Zidane tinha um estilo de jogar muito semelhante ao de Ademir. Cabeça em pé, telescópio do time, avistava cada canto do campo, com a bola grudada nos pés. E a mesma facilidade para arrematar de pé direito ou esque...

A QUESTÃO DO FÂNQUI E O VELHO ANGENOR

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A prisão de fanqueiros no Rio de Janeiro fez levantar a turma dos bailes em defesa da liberdade de expressão. A situação educacional, cultural e ética deste país anda tão rasteira que muitos acham que ter liberdade para dizer o que se pensa (pensa!?) é se eximir de qualquer responsabilidade sobre o que publicamente se diz – ou canta (canta!?) – e consequentemente ficar livre de qualquer penalidade. Antes de tudo, o fânqui é um produto cultural de uma cidade que optou ao longo dos últimos 30, 40 anos por se descaracterizar, se aculturar, pela superpopulação, pelo crescimento urbano desorganizado, pela baderna, pelo jeitinho, o passa-perna, a esperteza, a valorização do grotesco, do imundo, do desrespeito e da bandidagem, que não se limita aos morros é muito bom que se ressalte. Não sou advogado, muito menos juiz, para saber se a punição com prisão destes fanqueiros especificamente foi exagerada ou não. O que sei há muito, muito tempo é que o fânqui chamado de “proibidão” sempre foi o ...

HOMENAGEM AO TEATRO

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Quando ficamos doentes também nos tornamos mais emotivos. Já dava este dia como perdido, quase todo ele dormindo, impossibilitado de ir para o trabalho, quando à noite, já um pouco melhor, resolvi pôr no aparelho de DVD “Tempos de Paz”, um filme adaptado da peça “Novas Diretrizes em Tempos de Paz”, escrito por Bosco Brasil. É uma grande e emocionante homenagem ao teatro e a muitos artistas e cientistas que “a guerra tornou brasileiros”. Como no texto de Brasil, em que as memórias de Segismundo (Ramos) e Clausewitz (Stulbach) são o centro da história, e o teatro, o elo que acabará os unindo, muitas lembranças me vieram. Abaixo, quando falo do filme “A Suprema Felicidade” , critico Stulbach, afirmando que ele já havia feito trabalhos bem melhores. E em “Tempos de Paz”, ele está magnífico e me comoveu muito, especialmente com seus gestos (os gestos do ator dentro do ator) em sua interpretação final. Um grande momento. Mas, como dizia, talvez por estar mais emotivo neste dia quase perdido,...