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Mostrando postagens de março, 2011

DAS PELADAS DE RUA ÀS ARENAS

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"Futebol", de Orlando Teruz Hoje divaguei um pouco em pensamentos desconexos sobre futebol. Na verdade, tudo começou quando, encadeado a outras lembranças que agora não me recordo mais, percebi que as peladas de rua morreram no bairro da Zona Norte carioca onde cheguei em 1971 e em muitos, muitos outros do Rio de Janeiro. Isso para não dizer em todos, pelo menos em todos por que passei nos últimos 10 anos ou mais  (me diga um que ainda tenha para eu ir). Lembrava das muitas que joguei em ruas bem e mal asfaltadas, de paralelepípedos, de terra, esburacadas, um pouco íngremes, até em ladeiras (bom era jogar no time de cima). Voltou à minha mente também o dia em que, no afã de salvar um gol, fui atropelado por uma Brasília – ou a atropelei, já nem sei. A violência urbana certamente afastou a criançada das ruas para jogar bola e a atraiu para fazer malabarismos nos sinais de trânsito, mendigar e cheirar cola. Lembro muito bem da voz imponente de João Saldanha no radinho de pilha ...

FRAGMENTO DE O NEGRO CREPÚSCULO NA COLUNA DO LAM

O jornalista, radialista, produtor musical e escritor Luiz Antonio Mello, um dos fundadores da Rádio Fluminense FM (juntamente com Samuel Wainer Filho), me convidou na semana passada para que eu lhe enviasse um texto de minha autoria para ser publicado em seu site, Coluna do LAM , que eu leio diariamente e, obviamente, recomendo com todas as letras. Fiquei muito feliz e honrado e (es)colhi um trecho do livro que pretendo lançar ainda este ano - com ou sem editora - e lá está desde este último dia 27 de março Fragmento de O Negro Crepúsculo com uma ilustração que me fez lembrar uma cena que imaginei para o roteiro de cinema que fiz para O Anjo Grave. Este livro já tem alguns trechos publicados aqui neste blog na série Monólogos. Alguns já estavam escritos e apenas retirei para postar aqui, mas outros eu incluí no Negro Crepúsculo, como por exemplo aquele que mais visitas recebe, justamente o que deu origem à série: O Jogo dos Espelhos. Além de agradecer novamente a Luiz Antonio Mello e...

A MIDIOTIZAÇÃO

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Vinha eu dia desses caminhando pelas fétidas, esburacadas e lotadas ruas do centro do Rio de Janeiro (o lado modernoso que tombou o antigo) e não conseguia – na verdade, nem tentava - tirar da cabeça um pensamento profético de Nietzsche: "Mais um século de jornais e as palavras se corromperão". Muitas coisas se passaram na minha cabeça em torno disso, não propriamente sobre os jornais, mas sobre as palavras. As palavras não como símbolos da Comunicação, mas como expressão de algum sentimento, de alguma ação, comportamento, expressão, manifestação. Assim, como de relâmpago, voltei ao pensamento nietzschiano e me lembrei que ele não contava (e nem poderia!) com a participação decisiva da televisão, muito menos da internet. O que os jornais levaram cem anos para fazer (talvez até menos), a TV realizou com absurda competência em poucas décadas. E a internet parece realizar em poucos segundos, embora por outro lado ela seja uma brecha interessante para quem não deseja se entregar ...