"Anna Karenina", filme baseado no clássico do escritor russo Leon Tolstói, me deixou surpreso e muito satisfeito. Uma produção hollywoodiana que foge aos padrões, com as cenas se deslocando de dentro de um teatro (não só palco, mas todas as áreas internas) para locações numa agilidade precisa. A decisão do diretor Joe Wright de usar a linguagem expressionista em muitas cenas pode causar estranheza, mas considero bastante acertada esta opção, pois além de destacar as sensações dos personagens, permite ao espectador uma visão distanciada da obra, sem a catarse emocional que a imensa maioria das produções americanas traz. Se não chega a haver brilhantismo nas atuações, figurinos, cenários, músicas e danças são de uma beleza literalmente estonteante. Recomendo o filme especialmente ao público viciado na xaropada sentimental de Hollywood, que terá a chance de conhecer algo diferente e abrir a cabeça e a visão para outras possibilidades. Estimulado pelo filme, vou agora - quase ...