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PENSO, LOGO SINTO 6

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Maus votantes e péssimos cidadãos devem ficar longe das urnas. Não existe democracia com voto obrigatório. Vídeo: "Admirável gado novo", de e com Zé Ramalho. Veja também: o que foi publicado em janeiro de 2011 .

OS MESTRES TAMBÉM PECAM

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Luis Buñuel em ação O título desta postagem, com esse tom melodramático, se explica pelo filme a que assisti na noite desta segunda-feira. Inegavelmente, Luis Buñuel é um dos gênios da história do cinema, e eu acompanho esta opinião, tanto que tenho em casa uma caixa com três DVDs de filmes do cineasta espanhol, sendo que um deles é o que considero o seu melhor e um dos maiores que já vi (e revi algumas vezes): O Anjo Exterminador ( El Ángel Exterminador , 1962) .  No entanto, pude constatar que nem sempre Buñuel (1900-1983) acertou. Aliás errou feio, mas não sem motivo, quando dirigiu Escravos do Rancor ( Abismos de Pasión , de 1953) . É certamente um dos piores filmes que vi na minha vida este que Buñuel realizou como adaptação do livro O Morro dos Ventos Uivantes ( Wuthering Heighs , 1847) , da escritora britânica Emily Brontë. Com um elenco de péssima qualidade, o cineasta espanhol, que já havia escrito seu nome na história do cinema com as obras surrealistas Um Cão Andaluz ( ...

A GRANDIOSIDADE DE VICTOR HUGO

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Sou um leitor e espectador de muita sorte. Volta e meia o que leio e ou assisto se entrecruza, permitindo que eu consiga ter uma noção ainda maior sobre aquilo que li ou assisti. Acrescenta, enriquece, alimenta.  Desta vez, uma sutil coincidência me fez mensurar (se é que isso é possível) a grandiosidade do escritor francês Victor Hugo (1802-1885), que pessoalmente teve uma vida tão trágica quanto Nelson Rodrigues. Estava eu já nas últimas páginas do belíssimo Os Miseráveis (Les Misérables, 1862), que me foi gentilmente emprestado pela minha amiga de longa data Luciana Tecídio, quando fui rever o filme Camille Claudel (de 1988) , com Isabelle Adjani no papel da atormentada e brilhante escultora, e Gerard Depardieu, no de Rodin (direção de Bruno Nuytten).  Uma passagem no fim do filme cairia no meu esquecimento novamente se não estivesse envolvido com o livro. É a cena em que é anunciada a morte de Victor Hugo. A comoção do povo francês, desde artistas a pessoas comuns, retrat...

SÓCRATES, O DOUTOR DA BOLA

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Assim como Afonsinho e Tostão , Sócrates conseguiu conciliar o estudo da Medicina com belas jogadas nos campos de futebol profissional. E como os outros dois, foi acima da média tanto dentro como fora das quatro linhas. Por sorte, ele não teve a carreira nos gramados tão abreviada como as do ex-jogador de Botafogo , Olaria , Flamengo e Fluminense e, principalmente, a do ex- Cruzeiro , Vasco e Seleção Brasileira. Porém, da vida despediu-se bem antes, aos 57 anos, no último domingo. Muitas e justíssimas homenagens já foram feitas ao Doutor e, eu que tive a sorte de vê-lo jogar ao vivo muitas vezes pela TV e em algumas ocasiões no Maracanã pelo Corinthians, pelas Seleções Paulista e Brasileira e também num Fla-Flu de 1986, quando iniciava sua breve passagem pelo Rubro-Negro, presto aqui a minha singela com um jogo pouco lembrado: França 1 x 3 Brasil, em 1981. Esta partida foi a segunda da brilhante excursão à Europa que ainda teve as vitórias sobre a Inglaterra, em Wembley, por 1 a...

PENSO, LOGO SINTO 5

A existência dos planos de saúde é a mais importante assinatura do Estado no seu atestado de incompetência. Veja também: Tudo o que foi publicado em novembro de 2010

PENSO, LOGO SINTO 4

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O mal da medicina de nossos tempos é a doença: preocupa-se com as enfermidades e não com os pacientes. É bem mais lucrativo.   Vídeo: "Música urbana 2 (Renato Russo), com Cassia Eller. Veja também: Penso, logo sinto 2 Penso, logo sinto

PENSO, LOGO SINTO 3

O poder paralelo se encontra com o oficial muito antes do infinito. Veja também: Gasolina no incêndio 10 Gasolina no incêndio 9 Gasolina no incêndio 8

A BRUTAL DELICADEZA DE KIESLOWSKI

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O polonês Krzysztof Kieslowski soube como poucos fazer cinema com dureza – e até frieza, retratada em alguns de seus personagens – sem ser estúpido, e com suavidade sem ser piegas. Em uma entrevista em Cannes (França), pouco tempo antes de falecer, ele demonstrou sutilmente, da mesma forma que conduzia seus filmes, que poderia ter sido levado a filmar a violência e o romantismo descartáveis: “Sou católico, batizei minha filha inclusive. Na Polônia ninguém escapa disso.” Ele, no entanto, subverteu o que parecia inexorável. Kieslowski optou pela poesia, de versos contundentes e também ternos, como em A fraternidade é vermelha ( Trois couleurs: rouge – 1994), último filme da trilogia sobre as cores da bandeira francesa e do lema de sua Revolução, além de ter sido também o derradeiro do cineasta.  O encontro de Valentine (a bela Irene Jacob) com o aposentado e recluso juiz (brilhantemente interpretado por Jean-Louis Trintignant), que escuta as conversas de seus vizinhos ao telefone ...

NA DANÇA DE 'DINAM-NIETZSCHE' *

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Filólogo, poeta, pianista e, mais que tudo, filósofo, Friedrich Wilhelm Nietzsche foi um iconoclasta que passou a vida inteira questionando o homem e a sua vida na sociedade, que de seu tempo para cá, na essência, pouco ou nada mudou. Há algumas semanas o jornal O Globo publicou uma matéria afirmando que o estudo de Nietzsche virou moda no Rio. Depois que Che, Gandhi, Jesus Cristo e outros revolucionários foram transformados pela sociedade capitalista em ícones para ávido consumo, não é de se estranhar que o filósofo alemão também entre na dança. Mas, quem não ficar apenas vestido com uma estampa do bigodudo na camisa saberá que a dança do autor de Assim falou Zaratustra não tem coreografia, é livre e libertadora. E saberá, a partir da leitura do que escreveu Nietzsche, que da verdade mesmo, ninguém a suporta. Para ele a vida precisava ser vivida com a linha esticada ao máximo e desancava quem vendia terrenos no céu ou transmundos, como dizia. A noção de que existe vida após a mo...

UMA VIAGEM NO TEMPO E NO ESPAÇO COM LOREENA MCKENITT

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Muito além de gostar, há alguns tipos de música que me fazem viajar no tempo e no espaço. Que me carregam para épocas que – ao menos na minha consciência – não vivi e a locais onde nunca estive – pelo menos nestes 45 anos que conto desde 20 de julho de 1966. As sonoridades das músicas celta e moura sempre conseguiram me transportar para além de mim, por isso sempre me comoveram muito. Lógico que falo da música como um elemento de arte que me é mais acessível, e com a qual sempre me identifiquei, embora nunca tenha conseguido aprender a tocar um instrumento sequer, o máximo é vez por outra cantar apenas razoavelmente. Nas minhas viagens musicais, nas pesquisas que faço via youtube, achei vídeos de Loreena McKenitt de um DVD que me chapou de cara: Nights from the Alhambra . Divulguei algumas músicas pelo facebook, onde às vezes faço as vezes de radialista/DJ mostrando o que curto e descobertas que faço. Pois bem, já conhecia Loreena por intermédio de amigos e, posteriormente, pela t...