Joinha, torcedor da Fla-Mureta, durante Fla x Inter, pela Libertadores 2019, no Maracanã. Reprodução: TV Globo |
A verdade é que tenho ficado cada vez menos motivado a assistir jogos de futebol. E muita gente tem perdido esse interesse, as pesquisas estão aí para não me deixar mentir: em primeiro lugar, cada vez mais distante do Flamengo, tem vindo sempre os que não torcem para time algum. Com o VAR, o gol virou um coito interrompido, a comemoração do torcedor muitas e muitas vezes tem de esperar uma conferência interminável entre os árbitros para se saber se valeu ou não valeu. Goza-se, mal, pela metade duas vezes. Tristes tempos de amores artificiais e paixões vazias.
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O milimétrico, que já era analisado na TV pelos especialistas - aqueles que sabem quase tudo sobre o quase nada - como se fosse um erro gravíssimo em campo, ganhou uma notoriedade tão absurda que se tornou o dono do espetáculo. Tomemos como exemplo a primeira partida da semifinal da Libertadores entre Grêmio e Flamengo. Seria injusto confirmar os gols invalidados de Gabriel (o Gabigol)? Não, afirmo eu. Foram impedimentos "pentelhimétricos" que só a idiotice da objetividade poderia enxergar. Como não seria prejudicial ao espetáculo confirmar o de Pepê, se William Arão esticasse menos a perna ou calçasse 35.
Com os padrões Fifa determinados pelos europeus, os campos tiveram suas dimensões reduzidas ao mesmo tempo em que o preparo físico dos atletas só foi se aprimorando ao longo das décadas. Isso fez do futebol um jogo de muito mais contato físico, com seguidas lutas de judô sem tatame na área. Não à toa, se repetem em todo lugar, a todo momento, os choques de cabeça, e as aborrecidas interrupções da partida. Volto a lembrar aqui uma entrevista de Cláudio Coutinho, no fim dos anos 70, em que ele dizia que era preciso tirar um jogador de cada time para que houvesse mais espaço e o jogo ficasse mais bonito. Isso num tempo em que Maracanã, Morumbi, Mineirão, São Januário e até Moça Bonita tinham dimensões máximas em seus campos: 120m x 90m.
Na minha opinião, ou a International Board adéqua melhor as regras do futebol ao advento do VAR ou, o que é minha preferência, acaba com o VAR, utiliza a tecnologia da Copa de 2014, não só na linha dos gols como ocorreu daquela vez, mas também nas linhas laterais e de fundo, e coloca mais um árbitro em campo com a função de observar os lances onde a bola não está em disputa. Sugiro ainda que o cronômetro parasse a cada vez que o jogo fosse paralisado, passando o tempo de jogo para dois tempos de 25 ou 30 minutos. E mudaria radicalmente ou acabaria com a lei do impedimento.
Atenção, crianças: esta é só a minha opinião, ninguém precisa arrancar as calças pela cabeça. Tristes tempos em que num país que saiu da puberdade e voltou à fase anal é preciso explicitar que opinar, posicionar-se, mesmo com o máximo de ponderação e bom senso, não significa ofender quem discorda.
Caro Edu, concordo com quase tudo. Acho que o VAR, com o protocolo vigente no Brasil, é um desastre e só depõe contra o recurso. Pra mim, o VAR só deveria ser utilizado para lances objetivos ou capitais, tais como "bola entrou ou não", "falta dentro ou fora da área" e nos casos disciplinares (agressões fora do lance etc.). Só discordo de mais um maldito árbitro em campo. Se a confusão já é grande com um...
ResponderExcluirCaro Edu, concordo com quase tudo. Acho que o VAR, com o protocolo vigente no Brasil, é um desastre e só depõe contra o recurso. Pra mim, o VAR só deveria ser utilizado para lances objetivos ou capitais, tais como "bola entrou ou não", "falta dentro ou fora da área" e nos casos disciplinares (agressões fora do lance etc.). Só discordo de mais um maldito árbitro em campo. Se a confusão já é grande com um...
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