UMA COISA JOGADA COM MÚSICA - CAPÍTULO #39
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O time do Santos campeão mundial em 1962: Lima, Zito, Dalmo, Calvet, Gilmar e Mauro; Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe. Foto: Agência JB |
A homenagem a Pelé é muito aplaudida pelo público presente ao
bar Além da Imaginação. Após uma breve dispersada, Idiota da Objetividade começa
a contar como o Santos conquistou o bicampeonato mundial de clubes.
Idiota da Objetividade: - No dia 11 de outubro de 1962, o Santos, que havia sido campeão da Taça Libertadores da América ao vencer o Peñarol do Uruguai, por 3 a 0, enfrentou o Benfica, no Estádio da Luz, em Lisboa, depois de ter vencido por 3 a 2, no Maracanã, na primeira partida da final do Mundial Interclubes. Diante de 80 mil presentes, o Santos sagrou-se campeão com a vitória de 5 a 2, com três gols de Pelé, um de Coutinho e outro de Pepe. Só nos cinco minutos finais, o time português descontou com Eusébio e Santana.
João Sem Medo: - Isso foi apenas quatro meses depois
que o Brasil conquistou o bicampeonato mundial no Chile!
Ceguinho Torcedor: - E Pelé, que na Copa do Chile praticamente não jogou, pôde
demonstrar mais uma vez o gênio que era.
Garçom: - Vamos, então, aproveitar pra ouvir outra música em homenagem ao Rei?
O “sim” forte e alto ecoa novamente no Além da Imaginação.
Garçom: - Jair Rodrigues, por favor, venha ao nosso palco!
Jair Rodrigues: - Muito obrigado, minha gente! Vamos aqui fazer uma dupla
homenagem, ao Rei do Futebol e ao Rei do Baião. A música, de Durval Vieira e
Reginaldo Santos, se chama “Rei Pelé, Rei Luís”. Vamos lá, rapaziada!
Sob aplausos, Jair Rodrigues agradece e, quando ia voltar à
sua mesa, Zé Ary e os músicos pedem que ele aguarde um pouco. Ceguinho Torcedor
retoma a pelota.
Ceguinho Torcedor: - Mil novecentos e sessenta e dois foi um ano glorioso para o futebol brasileiro. Na Europa só chamavam os jogadores do Santos de gênios, gênios. Técnicos ingleses, italianos, a imprensa portuguesa, todos se esbaldaram de elogios ao time brasileiro.
João Sem Medo: - Foi glorioso para o Botafogo
também, que conquistou o bicampeonato carioca em cima do Flamengo.
Ceguinho Torcedor: - É verdade, com um show de
Garrincha, deu de 3 a 0 no Flamengo, que jogava pelo empate.
Garçom: - Depois daquele jogo, o Gerson
resolveu sair do Flamengo, né?
João Sem Medo: - Foi escalado de ponta-esquerda e
ficou tentando ajudar o Jordan a marcar o “imarcável” Garrincha, que fez dois
gols. O outro Vanderlei jogou contra a própria rede após chute do Mané.
Garçom: - Na década de 60, Botafogo e Santos
eram os melhores times do Brasil e formaram a base da seleção.
João Sem Medo: - Isso mesmo. Mané, venha aqui, por
favor. Quero lhe dar mais um abraço. Enquanto isso, o Zé Ary vai convocar outra
música.
Garçom: - É verdade, seu João. Vamos agora homenagear os nossos dois maiores
gênios da bola e todos os que sonharam e ainda sonham ser um craque da bola,
novamente com o grande Jair Rodrigues.
Jair
Rodrigues: -
Bom, rapaziada, Mané, muito prazer revê-lo aqui. Vamos rolar a bola, então, com
“Pelés e Manés”, de Chico Xavier, que não é o
médium mineiro, mas o compositor cearense.
Ao fim da apresentação de Jair Rodrigues, a emoção tomou
conta de todos no bar. Garrincha subiu ao palco para abraçar o cantor e todos
aplaudiram de pé. Os aplausos foram bem demorados e muitos dos presentes se
dirigiram a Jair e Garrincha para cumprimentá-los.
Fim do Capítulo #39
Episódio originalmente publicado em 26 de outubro de 2022 e republicado totalmente modificado em 3 de setembro de 2025.
Esta série é uma homenagem especial a João Saldanha e Nelson Rodrigues e também a Mario Filho e muitos dos artistas da música, da literatura, do futebol e de outras áreas da Cultura do nosso tão maltratado país.
Saiba mais clicando aqui.
Como sempre, muito interessante a associação que você faz do episódio com a música.
ResponderExcluirUma curiosidade, quem vem primeiro no processo criativo, o texto ou a música?😊
O texto vem primeiro, depois vou encaixando as músicas. É um trabalho de pesquisa gigantesco (já tem quase 10 anos que iniciei). Obrigado pela visita e o comentário, meu amigo. Volte sempre. Abração.
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