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NAU POESIA: TEXTURA

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Foto: Julia Khalimova As mãos ásperas, rudes, espessas da brutalidade, da ignorância, da insensibilidade podem tocar a tez mais lisa, suave, macia que nada terão além de aspereza, rudeza, espessura. Pode ser a pele de um belo rosto, a casca de uma suculenta fruta, a pétala de uma colorida flor, que esses dedos grosseiros jamais acariciarão a sublimação do belo rosto, o sumo da suculenta fruta, a fragrância da colorida flor. Nem a fragrância do belo a sublimação do suco, o sumo da cor. Só a mãos encantadas será permitido acariciar o sumo do belo, a fragrância do suco, a sublimação da cor, a beleza da cor, a fragrância do sumo, a cor do suco, a sublimação da fragrância, a cor da beleza, o suco da cor, o suco da beleza, o sumo, a fragrância, a sublimação. Veja também: Nau Poesia: Tecelã Natureza Poesia cantada: Que me diz você? Esta poesia foi publicada originalmente neste blog no dia 9 de abril de 2014, mas, posteriormente, arquivada. Ela faz parte do ebook "Cor própria (1984-1999)...

NAU POESIA: AVE DE RAPINA

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 Atire-se à vida como ave de rapina em busca de alimento Salte no vão do abismo resoluto, destemido, indomável com as colossais asas se alargando e contraindo em movimento ritmado Lançando no ar a melodia do encanto e do espanto Criando novos vendavais que uivarão feito lobos em noites de lua cheia Novas brisas que gemerão como lobas em dias de cio. Veja também: Sábado mágico com o Mutante Sérgio Dias A Cruzada das Crianças no Lamascast Esta poesia foi publicada originalmente neste blog em 29 de julho de 2008. Ela fará parte de um livro ainda a ser editado, chamado "Evangelho Século XXI".  Lembre-se: Poesia não serve pra nada, Poesia serve pra tudo. Veja também: Nau Poesia: Pássaro de asas longas Nau Poesia: A ignorância instruída

NAU POESIA: NOVOS RUMOS, NOVOS TEMPOS

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Foto: Eduardo Lamas Neiva É tua arrogância que joga tua autoestima ao chão E é do chão que renascerás Dos dissabores provarás novos sabores Teu mau humor te tornarás muito amor Tua saudade trará a proximidade que apagará o passado e esquecerá do futuro para lhe dar dia após dia, de lembrança, o presente Tua solidão te ensinará a caminhar Tua humilhação te dará humildade Do teu sofrimento surgirá a fortaleza E em meio às lágrimas esboçarás o sorriso, pois que da partida anteverá o retorno ou a chegada de algo novo em tempo algum experimentado Já a meio caminho andado farás das perdas grandes conquistas e pinçarás de cada dificuldade vislumbre, oportunidade de pegar com a mão o que lhe arremessaram e fundar a pedra fundamental da tua morada de luz e (teu) silêncio do teu reinado sem tirania Pois é no teu horizonte que despontarão os novos rumos os novos tempos de reconciliação e paz. Veja também: O fim da evolução Um sonho chamado Kurosawa Esta poesia, ainda não registrada em qualquer li...

OLHARES ALHURES - FOTOS #120: PRAIA DA PONTA DO LEAL

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  Fotos de Eduardo Lamas Neiva , feitas no dia 5 de agosto de 2023, do bar Siri na Lata, na Praia da Ponta do Leal, no bairro de Balneário, Florianópolis (SC). Veja também: Olhares Alhures - Fotos #33: Praia do Abraão   Olhares Alhures - Fotos #22: Ibitipoca Esquizofrenia É preciso respeitar a dor do Universo

AS VELHAS SENHORAS DO CAMPO DE SANT'ANNA

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Foto: Marcus Cinelli Há certas imagens, passagens, que ficariam mais bem representadas em um quadro. Mas, como não possuo a mínima aptidão para artes plásticas, desafio-me a descrevê-las com palavras. Sim, palavras, este instrumento fascinante e ao mesmo tempo amedrontador que ouso manipular para expressar meus sentimentos-pensamentos. É muito difícil, mas também - repito - instigador refletir, não como um espelho cristalino e sim como a superfície de um lago turvo, o fascínio que as velhas árvores do Campo de Sant'Anna me exercem. Curioso é que, mesmo tendo passado várias vezes por dentro desse verdadeiro oásis incrustado no centro de um inferno de buzinas, motores e canos de descarga, jamais as havia percebido. Somente ontem, na hora em que o céu começava lentamente a cerrar seu imenso olho azul, é que reparei. Os portões do Campo de Sant'Anna já estavam fechados e, passando por fora, circundando o grande parque, estava eu a admirar a elegância de seus gatos e a simpática des...

OLHARES ALHURES - FOTOS #119: INUSITADO

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Em poucos dias, entre o fim de julho e o início de agosto, me deparei com cenas inusitadas ao meu redor aqui em Florianópolis que não pude deixar de registrar com meu celular velho de guerra. E, por tão curiosas, estranhas cenas e até engraçadas, resolvi trazer aqui para a série Olhares Alhures e, pela primeira vez, fazer um texto introdutório. Mas não vou descrevê-las, porque acho que seria como explicar a piada, certo? Outra decisão foi voltar a dar um título para elas, algo que havia parado de fazer, limitando-me ao número da postagem da série. Considerei, afinal, que este inusitado do cotidiano merecia. Concorda? Fotos de Eduardo Lamas Neiva , feitas nos dias 28 de julho e 5 e 7 de agosto de 2023, nos bairros do Balneário e Estreito, em Florianópolis (SC).  Veja também: Olhares Alhures - Fotos #83: Chuva Noir Olhares Alhures - Fotos #78: Brinquedos de ferro A "arte transgressora"

JOGO DE RECORDAÇÃO 5: FLAMENGO X OLIMPIA

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A foto não está lá grande coisa, parece Zico arrematando contra o gol do Olimpia, na partida de 1981,  disputada no Maracanã. Foto retirada do  site Trivela , provavelmente uma reprodução de algum jornal Para ser bem sincero, não traz lá grandes recordações, mas como o Flamengo voltará a enfrentar o Olimpia, do Paraguai, nesta quinta-feira, pelas oitavas de final da Taça Libertadores da América, não pude deixar de me lembrar do jogo entre as duas equipes a que assisti no velho Maracanã , em 1981. Daquela vez, a partida foi válida pela primeira fase da competição e apenas um time se classificava para a fase seguinte. Além de Olimpia, estavam também no grupo Cerro Porteño, também do Paraguai, e Atlético-MG, que foi desclassificado pelo time rubro-negro naquele mal afamado jogo extra em Goiânia, mas este é assunto para outra ocasião. Veja também: Jogo de recordação 1 e 2: Flamengo x América-RJ Jogo de recordação 3: Flamengo x Bangu O Olimpia sempre foi um adversário muito difícil...

NAU POESIA: A DANÇA DA CHUVA *

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A chuva dança lentamente e encharca o quintal, a terra, as telhas, as árvores As folhas arqueiam sob o peso de gotas que se aglomeram – para cair – em outras folhas, as mãos em concha abarcando com sorrisos aquela água abençoada dos céus que sempre lhes escapa Os galhos são prolongamentos do dorso nu e suado deste frondoso vegetal, são braços estendidos pousados no ar tentando tocar em algo inatingível, incompreensível como se encontrassem extenuados de um esforço aparentemente inútil. Percorrem-lhes pingos de suor de chuva que despencam pouco a pouco tal qual loucos suicidas lançando-se na incerteza da queda, perdidos num vão aberto no espaço que tanto pode ser uma pequena fenda quanto um imenso rasgo no infinito Porém, na certeza de que jamais retornarão à plataforma de onde saltaram pois serão sugados pela terra enquanto outros tomarão seus lugares... Veja também: Nada Mais Oferenda (ou Canção de um Ser Dilacerado) Esta poesia, publicada originalmen...

"COMENDO A BOLA" DEBATE VIOLÊNCIA E MORTE NO FUTEBOL

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Pela segunda vez convidado para participar do programa " Comendo a Bola " senti-me convocado e não hesitei em aceitar. Até porque o tema proposto era bastante sério, infelizmente ainda atual e importantíssimo: violência e morte no futebol. Nelson Rodrigues certa vez disse ou escreveu, não me recordo agora, que o primeiro homem na face da Terra ao avistar seu semelhante pela primeira vez logo o reconheceu como seu inimigo. E a História da Humanidade não desmente o gênio: vivemos às turras, desde sempre. Da esquerda para a direita: Mauricio Capellari, Carlos Falkoski, Rodrigo Titericz e eu durante a gravação do "Comendo a Bola" sobre "Violência e Morte no Futebol". Foto: Anderson Duarte  Das rusguinhas às sérias ofensas, hoje repletas nas redes sociais, indo às vias de fato das formas mais cruéis e violentas - as guerras estão aí para não nos deixar mentir - o ser humano não consegue minimamente se respeitar, respeitar diferenças, debater, divergir, sem agr...

NAU POESIA: NOITE CLARA DA ALMA *

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"Conhece a ti mesmo" Estive à beira da vida ao largo, à margem desejando pertencer, penetrar seduzindo a dona da festa pra ser convidado, mas sempre batia com a cara na porta, barrado E segui ao largo, à margem na noite escura da alma Pela estrada que a lua cheia me apontava e eu não enxergava via e não via na via da vida seguia e seguia, pelo acostamento Agora cá estou na via da vida iluminada, via da alma clara vida, clara alma alumiada alma sem pressa de ir ou chegar com calma, na estrada seguindo pela noite clara da alma. Capa do ebook "Sutilezas" Embora seja atribuída ao filósofo Sócrates, a frase "Conhece-te a ti mesmo" é a inscrição na entrada do Oráculo de Delfos. A ilustração é da carta 9 do Tarô, O Eremita. Gostou? "Noite clara da alma" e outras poesias mais estão no ebook "Sutilezas", que você pode adquirir na Amazon do Brasil e de mais 13 países. *  Esta poesia foi publicada neste blog originalmente em 21 de outubro de 2013...