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NAU POESIA: ÀS SUPOSIÇÕES DA SUBJETIVIDADE

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Nau Poesia: Às suposições da subjetividade Ilustração produzida por IA Sim, tenho ciência E tranquila consciência  De que é preciso Ter em certas ocasiões  Certificados, certificações  Mas que também é  I mpreciso, porém necessário E muito desejável Diversas imprecisões  Pois que pra cura não tem remédio  Pra quem quer remediar a vida E viver remendando marcas e feridas Com fármacos, pílulas, silicones,  Tonificantes, suplementos, Com pequenas ou fortes dosagens Pois é claro e evidente  São apenas miragens, paisagens Superficialidades aparentes Evidentes aparências Com futuras e graves consequências   E são loucos devaneios Sem qualquer resquício de pudor Lagos, rios, pássaros, mares, Flores, árvores e suas folhagens Tudo o que se exibe todos os dias A quem quer ver, ouvir, sentir Sua incomensurável e  divina beleza Tornar-se descartável ou mera utilitária Toda variada e exuberante Natureza. Veja também: Nau Poesia: Amores Poes...

ENTREVISTA COM EDMUNDO AINDA NOS JUNIORES DO VASCO

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Edmundo em 1992. Foto: Vasconotícias Em janeiro do ano passado, quando o Globoesporte.com publicou matéria sobre a estreia de Edmundo nos profissionais do Vasco, 30 anos antes, resolvi procurar novamente a matéria que fiz com ele para o Jornal dos Sports , quando ele ainda era júnior do clube cruzmaltino. Já havia feito esta pesquisa anteriormente, mas não havia encontrado, porém consegui achá-la.  Escrevi logo a seguir um esboço deste texto com o link da matéria e o deixei arquivado com a intenção de para publicá-lo aqui poucos dias depois. No entanto, por algum motivo que não me recordo, adiei por mais tempo que o planejado.  E por que voltei a ele agora? Porque na semana passada, quando fui cortar o meu cabelo, Sandro, o barbeiro que me atende desde o início deste ano, me perguntou se eu já havia entrevistado Edmundo, porque ele já havia cortado o cabelo do Animal na época em que o atacante jogou pelo Figueirense , em 2005. Então contei a história completa para ele. Veja t...

MÚSICA PRA VIAGEM: THIS MASQUERADE

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Não vi absolutamente nada em lugar algum, o que não quer dizer que ninguém tenha se lembrado, mas em fevereiro deste ano completou-se 40 anos da despedida deste mundo de Karen Carpenter , uma das mais belas vozes da História da Música. Descobri isso no sábado ao selecionar músicas dos Carpenters num desses serviços de streaming para ouvir com minha mulher e ela decidir pesquisar quando Karen havia falecido. Karen Carpenter. Foto:  Getty Images A cantora, compositora e baterista (sim, ótima baterista também!) faleceu de anorexia  um mês antes de completar 33 anos de idade, mas deixou aos corações apaixonados e partidos de minha geração e outras tantas anteriores e posteriores uma legião gigantesca de fãs. Prefiro, no entanto, não me prender ao romantismo de letras e músicas, mas me reportar especialmente à grande sensibilidade, beleza e técnica da cantora. Veja também: Música pra viagem: Pegando leve Música pra viagem: Feeling good A facilidade com que Karen sai (sim, sai, sua...

NAU POESIA: ÀS OBVIEDADES DA OBJETIVIDADE

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Os cartesianos que me perdoem,  Mas se penso, logo sinto Além, mais e mais  Lá vou eu: Pensinto E creio na fé Das pseudociências Que são as curvas invisíveis  Que as retas traçadas  Pela lógica aritmética e geométrica  Jamais enxergarão A lógica da comprovação  Só demonstra Por A + B  Que o alfabeto vai até Z E há outros tantos Para tantas palavras, frases Histórias e livros E que os números são sem fim Como as perguntas que Podem - e devem - questionar As prontas respostas Lógicas das frases feitas,  Dos clichês que há séculos Foram o último grito da moda Por isso há sempre um urro gutural Um sussurro inaudito A se ouvir  O mistério camuflado A se revelar  Ou permanecer  Como o infinito: Sem meios de se chegar ao fim. Esta poesia é inédita, produzida recentemente e deve estar em algum livro no futuro. Como reflete alguns debates recentes, apresento aqui meu pensentimento sobre a obsessão pela objetividade que alguns setores da soci...

NAU POESIA: A LUA

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A lua é um olho cego brilhante mergulhado no abismo, preso ao fundo do imenso lago azul, a mirar sempre os homens fixamente, obstinadamente, obsessivamente. Seu olho de ciclope sem íris, só pupila, produz arcos prateados e ocráceos nas nuvens, as espumas da noite, a superfície aparentemente calma do lago suspenso que nos rodeia. O que será que nos esconde esse olhar perdido na noite? Que seres e mistérios habitam sua face oculta? Que segredos guarda essa testemunha ocular das almas obscuras que habitam a Terra? Veja também: Olhares Alhures - Fotos #91: O sol se vai, a lua vem "O negro crepúsculo", não perca! Veja também: Villa-Lobos, o pai da MPB Música pra viagem: Mirrorball "A lua" faz parte do livro "Cor própria (1984-1999)", lançado em 2022 e à venda na Amazon do Brasil e de mais 12 países na versão digital (ebook). Clique aqui se quiser adquirir o seu.  Esta poesia foi publicada originalmente neste blog em 28 de março de 2010 e arquivada posteriorm...

NAU POESIA: SEXO

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Ontem foi dia do sexo, segundo me relataram as redes sociais, então resolvi resgatar esta poesia abaixo, que havia sido publicada aqui neste blog em 15 de dezembro de 2010. A poesia faz parte do ebook "Cor própria" , publicado no ano passado e à venda na Amazon do Brasil e de mais 12 países. Convido, portanto, você a ler abaixo os versos de "Sexo". Peço também que comente, compartilhe e não deixe de seguir o blog. Agradeço desde já. Que é o sexo senão idílio e claustro, glória e martírio, profanação e devoção, submissão e dominação? Que é senão o não caber mais em si – mesmo sem se saber quem é – o transbordar, sucumbir e ressuscitar, o transcender a dor e o prazer? É um se entregar para tudo ter, um se deixar à própria sorte, um rir e chorar, que é a própria vida, que é a nossa própria morte. "O abandono", escultura de Camille Claudel Veja também: Nau Poesia: Oferenda (ou Canção de um ser dilacerado)   Nau Poesia: Amores

NAU POESIA: VERTIGINOSA VIDA

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"Voo das Bruxas", Francesco de Goya   Quantas voltas dar para se achar para se perder Quantas portas trancar para se aprisionar para se proteger Quantos muros erguer para se esconder para se encolher Quantos labirintos percorrer para se desafiar para se vencer Se quiser ter fácil não será difícil Se escolher conquistar terá longo caminho Se pedir verdade só achará incerteza Se encontrar mentira pode ter certeza Para ganhar ternura enfrentará desdém Para ter carinho receberá palmadas Para manter o corpo venderá a alma Para ser espírito mastigará a carne Por que quer ajuda pra poder andar Pra que andar se já quer correr Como quer correr já pensou voar Como olhar pra frente de olhos vendados Como escutar gemidos de ouvidos tapados Como gritar na noite de boca amordaçada Como cortar a garganta se cegou a lâmina O que fazer, poeta, se nada há a dizer O que escrever, poeta, se o início, que era verbo, faltou Onde se lançar com tantos abismos Onde mergulhar em meio a tantos mares On...

NAU POESIA: TEXTURA

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Foto: Julia Khalimova As mãos ásperas, rudes, espessas da brutalidade, da ignorância, da insensibilidade podem tocar a tez mais lisa, suave, macia que nada terão além de aspereza, rudeza, espessura. Pode ser a pele de um belo rosto, a casca de uma suculenta fruta, a pétala de uma colorida flor, que esses dedos grosseiros jamais acariciarão a sublimação do belo rosto, o sumo da suculenta fruta, a fragrância da colorida flor. Nem a fragrância do belo a sublimação do suco, o sumo da cor. Só a mãos encantadas será permitido acariciar o sumo do belo, a fragrância do suco, a sublimação da cor, a beleza da cor, a fragrância do sumo, a cor do suco, a sublimação da fragrância, a cor da beleza, o suco da cor, o suco da beleza, o sumo, a fragrância, a sublimação. Veja também: Nau Poesia: Tecelã Natureza Poesia cantada: Que me diz você? Esta poesia foi publicada originalmente neste blog no dia 9 de abril de 2014, mas, posteriormente, arquivada. Ela faz parte do ebook "Cor própria (1984-1999)...

NAU POESIA: AVE DE RAPINA

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 Atire-se à vida como ave de rapina em busca de alimento Salte no vão do abismo resoluto, destemido, indomável com as colossais asas se alargando e contraindo em movimento ritmado Lançando no ar a melodia do encanto e do espanto Criando novos vendavais que uivarão feito lobos em noites de lua cheia Novas brisas que gemerão como lobas em dias de cio. Veja também: Sábado mágico com o Mutante Sérgio Dias A Cruzada das Crianças no Lamascast Esta poesia foi publicada originalmente neste blog em 29 de julho de 2008. Ela fará parte de um livro ainda a ser editado, chamado "Evangelho Século XXI".  Lembre-se: Poesia não serve pra nada, Poesia serve pra tudo. Veja também: Nau Poesia: Pássaro de asas longas Nau Poesia: A ignorância instruída

NAU POESIA: NOVOS RUMOS, NOVOS TEMPOS

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Foto: Eduardo Lamas Neiva É tua arrogância que joga tua autoestima ao chão E é do chão que renascerás Dos dissabores provarás novos sabores Teu mau humor te tornarás muito amor Tua saudade trará a proximidade que apagará o passado e esquecerá do futuro para lhe dar dia após dia, de lembrança, o presente Tua solidão te ensinará a caminhar Tua humilhação te dará humildade Do teu sofrimento surgirá a fortaleza E em meio às lágrimas esboçarás o sorriso, pois que da partida anteverá o retorno ou a chegada de algo novo em tempo algum experimentado Já a meio caminho andado farás das perdas grandes conquistas e pinçarás de cada dificuldade vislumbre, oportunidade de pegar com a mão o que lhe arremessaram e fundar a pedra fundamental da tua morada de luz e (teu) silêncio do teu reinado sem tirania Pois é no teu horizonte que despontarão os novos rumos os novos tempos de reconciliação e paz. Veja também: O fim da evolução Um sonho chamado Kurosawa Esta poesia, ainda não registrada em qualquer li...