Nem alegre, nem triste: poeta. Aprendendo a amar, nunca chegando na hora marcada.
terça-feira, 30 de agosto de 2011
UMA VIAGEM NO TEMPO E NO ESPAÇO COM LOREENA MCKENITT
Muito além de gostar, há alguns tipos de música que me fazem viajar no tempo e no espaço. Que me carregam para épocas que – ao menos na minha consciência – não vivi e a locais onde nunca estive – pelo menos nestes 45 anos que conto desde 20 de julho de 1966. As sonoridades das músicas celta e moura sempre conseguiram me transportar para além de mim, por isso sempre me comoveram muito. Lógico que falo da música como um elemento de arte que me é mais acessível, e com a qual sempre me identifiquei, embora nunca tenha conseguido aprender a tocar um instrumento sequer, o máximo é vez por outra cantar apenas razoavelmente.
Nas minhas viagens musicais, nas pesquisas que faço via youtube, achei vídeos de Loreena McKenitt de um DVD que me chapou de cara: Nights from the Alhambra. Divulguei algumas músicas pelo facebook, onde às vezes faço as vezes de radialista/DJ mostrando o que curto e descobertas que faço. Pois bem, já conhecia Loreena por intermédio de amigos e, posteriormente, pela trilha do filme As Brumas de Avalon. Mas vendo os vídeos desse DVD repeti tantas vezes que queria comprar um dia, que o ganhei da minha amada namorada, como presente de aniversário.
E assistindo ao show inteiro no estonteante palácio de Carlos V em Granada, Espanha, retomei a lembrança de quanto estou ligado à Andaluzia. É um espetáculo único, extraordinário. A voz de Loreena, a harpa, o acordeão e o piano que ela toca, e os músicos que reuniu, cada um com um instrumento mais belo que outro, fizeram-me transcender, ir aos locais mais bonitos de mim mesmo. Nunca saí do Brasil, tenho certas desconfianças quanto à reencarnação (minha tese pseudocientífica é outra), mas tenho absoluta certeza de que algo em mim já esteve nas terras pagãs da Irlanda, Escócia e País de Gales e, obviamente, pelos meus sobrenomes (Lamas, espanhol, e Neiva, português), sofri forte influência da presença moura na Europa.
Loreena me leva a lugares onde nunca estive, mas ao qual pertenço de alguma forma. Claro que já ouvi muita coisa do folk britânico – fortemente influenciado pelos celtas – e da música moura que me comoveram e me fizeram viajar, mas em músicas separadas. Jethro Tull, Led Zeppelin, The Coors, Madredeus – com a encantadora Teresa Salgueiro - cantaram e tocaram músicas que vinham dos bosques e dos desertos. E ressalto aqui também a força que a música moura tem na música nordestina do Brasil. Mas sempre contendo um elemento ou outro, nunca os dois juntos.
No entanto, a canadense Loreena teve a felicidade e capacidade de reunir os dois elementos nas mesmas músicas – e ainda acrescentar o canto gregoriano em The Mystic’s Dream. É extremamente comovente quando se interage desta forma com um artista, e foi com muita emoção que percebi que já viajei por muitas partes do mundo, em tempos muito distantes, nem que tenha sido apenas pelo meu “sub-inconsciente”. É de arrepiar.
Vídeo: The Mystic's Dream (Loreena McKenitt)
Veja também: o que foi publicado em setembro de 2010
Os Sopros Mágicos de Carlos Malta
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
A CONVERSA CONTINUA...
Outro dia, tive o prazer de me encontrar por acaso com meu amigo Ecio, um cinéfilo apaixonado por trilhas sonoras para filmes, e na conversa no ônibus, em dado momento, ele disse que concordava com a tese de que tudo o que havia de ser criado (ele se referia a cinema e a música, mas creio que estenderia a outras formas de arte) já foi feito e que nos últimos tempos só há repetições, adaptações, recriações. Na hora assenti, e citamos Shakespeare, Beethoven, Victor Hugo e Chacrinha, o autor da célebre frase “nada se cria, tudo se copia”.
Mas uma conversa nunca termina quando me despeço, ela segue em minha cabeça. Rememoro falas, idéias e pensamentos, angustio-me com algo que poderia ter dito e deixei passar, histórias que comecei ou o interlocutor iniciou e ficou parada no ar, e crio diálogos que não aconteceram, mas que bem poderiam. E o papo só acaba mesmo quando me esqueço dele. Como se vê, ele ainda não acabou.
É que, mesmo já tendo questionado várias vezes o que seria espontâneo hoje nas manifestações artísticas – e esse hoje abrange um período que vai além da metade que conto de vida – não posso, simplesmente não posso e não quero crer que nada mais possa ser efetivamente novo, surpreendente, espontâneo. Porque o dia que eu acreditar nisso, eu paro. E não quero, simplesmente não posso parar. Continuo a busca e enquanto isso vou me salvando de mim mesmo.
Vídeo: Sinfonia número 3 (A Heróica) - Movimentos 3 e 4 - de Beethoven (regida pelo maestro Gustavo Dudamel), com a Orquestra Sinfônica Simon Bolívar.
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segunda-feira, 22 de agosto de 2011
PENSO, LOGO SINTO 2
Fora das quatro linhas, o futebol é uma caixinha de clichês.
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Garrincha, 77
Futebol-Arte: Os Maiores Jogos de Todos os Tempos 2
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terça-feira, 16 de agosto de 2011
PENSO, LOGO SINTO
Cada um preenche seus vazios com a força de sua natureza: com brisas amainadoras, constantes ventos de renovação, vendavais, ar rarefeito, poluição ou com o vácuo de suas parcas idéias.
Vídeo: "Cortina (Curtain)", com e de Naná Vasconcelos.
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