FILIPE CATTO ENTRE CABELOS, OLHOS, FURACÕES

Pode a máfia internacional do jabá estender seus tentáculos de polvo faminto e impor nas rádios e TVs seus ídolos fabricados para durar pouco mais de algumas quinzenas. Pode os tecnocratas da indústria do entretenimento, em parceria com essa máfia, continuarem a pôr o lucro à frente da criatividade, como bem conta André Midani em seu livro "Música, ídolos e poder. Do vinil ao download". Pode o mercado ser hostil e estrebuchar furioso, pois nem assim vai conseguir impedir que o verdadeiro artista chegue ao seu público e dure na sua memória e em seu coração, passando de geração em geração. Mas para isso, ensina o mesmo Midani na autobiografia, o ser criativo terá de pôr as mãos na criatura ao mesmo tempo fascinante e amedrontadora aos seus olhos: a grana. E, assim, reverter a ordem das prioridades: criatividade primeiro, lucro depois. Creio plenamente que Filipe Catto esteja fazendo seu dever de casa direitinho. Um imenso talento para cantar e compor ele tem de sobra e tem...