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GASOLINA NO INCÊNDIO 12

Com "Gasolina no Incêndio" pretendo provocar quem aqui venha, mexer com os brios mesmo. Incomode-se, reclame e até xingue se achar necessário, mas aqui não cabe a indiferença. Não vou censurar nenhum comentário, mas assuma-se, não se esconda no anonimato (in)conveniente, nem com apelidos irreconhecíveis. A décima-segunda questão-provocação é a seguinte: Uma sociedade (ou um grupo social) que não respeita nada, nem ninguém, que em nome da defesa - algumas vezes até legítima - de seus direitos atropela sem se importar com os dos demais (que seja de uma só pessoa), é tão repugnante quanto a mais feroz ditadura. Veja também: Gasolina no incêndio 3 Penso, logo sinto 3 Brasil, um edifício que cresce sobre frágeis alicerces

AGRADECIMENTO A ALTAMIRO

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Dizem que pedido de amigo é uma ordem. Meu irmão Bruno Lobo me pediu que escrevesse aqui sobre Altamiro Carrilho porque não tem blog (deveria ter, deveria), portanto, a ordem foi dada e já está sendo cumprida. Sempre procurei evitar que o blog virasse um obituário, ainda mais em épocas sombrias como esta, quando no espaço de poucos dias se foram grandes músicos, como o flautista que é tema deste texto, Severino Araújo e Celso Blues Boy, que acabou motivando, em meio à consternação de sua morte, o encontro de amigos que citei na postagem Conexões . Não desfilarei aqui as virtudes, muito menos a biografia de Altamiro Carrilho, porque isso felizmente alguns sites e jornais fizeram bem, embora seja sempre muito pouco para alguém de uma dimensão incalculável. Queria, mesmo que tardiamente, fazer um agradecimento ao grande flautista por ter com o CD "Flauta Maravilhosa", de1996, tornado mais ameno alguns dos dias mais duros de minha vida. Já conhecia algumas músicas altamiranas ...

CONEXÕES

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Recentemente comentei numa rede social sobre um dia ganho por ter lido uma pequena obra-prima, o conto "O Evangelho segundo Marcos", do livro "O informe de Brodie", do escritor argentino Jorge Luis Borges (1899-1986), e a conexão mental e sensorial que fiz com o filme "Viridiana" (1961), do diretor espanhol Luis Buñuel (1900-1983). Em suma, as imprevisíveis e cruéis conseqüências da caridade cristã. Espero que quem conheça as duas obras venha me dizer se há insanidade, idiotice ou algo perfeitamente pertinente de minha parte. Pois bem, chego hoje em casa, já madrugada, após um ótimo encontro com velhos amigos, incluindo o meu irmão, Léo Neiva, e tenho a surpresa de ver que a locadora havia me enviado durante o dia o documentário sobre o excepcional LP "Who's next", de 1971, da mesma série (Classic Albuns) de "The dark side of the moon", do Pink Floyd, "Kind of blue", de Miles Davis, e outros que não me lembro e ainda não ...

GASOLINA NO INCÊNDIO 11

Com "Gasolina no Incêndio" pretendo provocar quem aqui venha, mexer com os brios mesmo. Incomode-se, reclame e até xingue se achar necessário, mas aqui não cabe a indiferença. Não vou censurar nenhum comentário, mas assuma-se, não se esconda no anonimato (in)conveniente, nem com apelidos irreconhecíveis. A décima-primeira questão-provocação é a seguinte: O Brasil é um país de adolescentes. Grande parte tem mais de 30 anos de idade. Veja também: Penso, logo sinto 10 Gasolina no incêndio 10

ENTREVISTA: NILZE CARVALHO

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"Nilze Carvalho, a volta da menina prodígio" é uma entrevista que fiz com a bandolinista, cavaquinista, violonista, cantora e compositora no campus da UNI-Rio, na Urca, zona sul do Rio de Janeiro, em 2001. Naquele local e naquela época, eu só fiquei sabendo agora, ela já estava arquitetando o grupo Sururu na Roda , do qual ainda faz parte, atualmente com a companhia de seu irmão Silvio Carvalho (voz, percussão e cavaquinho), Fabiano Salek (voz e percussão) e Juliana Zanardi (voz e violão). Este texto abaixo (com mínimas alterações) foi publicado originalmente no extinto site "Papo Carioca". Ela surgiu como fenômeno musical no início da década de 80, quando com 11 anos gravou o seu primeiro disco (“Choro de menina”), tocando seu bandolim com a habilidade de um adulto, embora já se apresentasse em televisão e rádio desde os seis anos de idade. Gravou clássicos do chorinho, muitos ao lado do conjunto “Época de Ouro”, e se tornou a menina prodígio do gênero em mais ...

DOM DE JOGAR BOLA E BOLERO DE RAVEL

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Uma das mais cansativas e inócuas discussões de futebol são acerca do jogar bonito e perder x jogar feio e ganhar. Lógico que a vitória é o objetivo de qualquer time decente, mas os que marcam mesmo são aqueles que praticam a arte de jogar bola. Alguns nem precisaram sair com a taça para gravarem seus nomes na história. Exemplos não faltam.  O que mais me incomoda é a descaracterização do futebol jogado no Brasil. Conversava numa rede social com um amigo da boa e velha infância sobre o aniversário da vitória da seleção brasileira na Copa de 94, completada no último dia 17. Dizia a ele que aquela equipe não me trazia qualquer boa lembrança, nem má. Acrescentava: um time acuado, medroso, que optou por jogar no erro do adversário, que sempre era muito bem aproveitado por dois craques: Bebeto e Romário.  Veja também: Das peladas de rua às arenas Setenta anos do Canhotinha de Ouro Porém, venceu com méritos, embora pelas circunstâncias (calor de mais 40 graus e as condições físicas...

ESTILHAÇOS

Se algum dia me vir muito eufórico, embriagadamente espargindo felicidades, desconfie. Desconfie seriamente. Por trás de tanta alegria certamente haverá uma melancolia, uma angústia latente me agulhando. Sou bem comedido nos momentos felizes. Isso só se vê no olhar e num breve e sincero sorriso. Veja também: Espiral do Tempo

PENSO, LOGO SINTO 10

Nem direita, nem esquerda, nem centro. Nem por cima, nem por baixo. Não estou dentro, muito menos por fora. Estou fora! Veja também: Beco sem saída Penso, logo sinto

UM FLA-FLU E UM HERÓI QUASE ESQUECIDOS

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No início dos anos 80, estava eu e amigos conversando na rua Grajaú sobre o que mais gostávamos de falar: futebol. Uns sentados no murinho da casa de um deles, outros no chão, mais alguns de pé ou agachados, contavam sobre jogos do passado que tinham visto ou se lembravam de terem ouvido no rádio ou lido em jornais, revistas ou livros. Naquele quase atropelo de vozes empolgadas e nostálgicas consegui contar a minha história. "Lembro de um Fla-Flu de 76 ou 77 em que o Flamengo ganhou de 3 a 0, no Maracanã, com três gols de um cara chamado Kalu. Ele era formado no Flamengo mesmo, saiu de campo como herói, e eu fiquei achando que seria o parceiro de ataque ideal pro Zico. Mas pouco tempo depois, não sei por quê, venderam o cara pro Santos e acho que depois ele foi pro México e sumiu. Esse jogo foi num sábado à noite e ouvi no rádio na casa dos meus avós (maternos) em Olaria." Ninguém se recordava do jogo. De todos presentes, achava que só um grande e eterno amigo tricolor...

LIÇÕES DE JOÃO (A MÚSICA É INTERDISCIPLINAR 2)

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Nada melhor do que ter uma tese reforçada por um mestre. Mesmo sem saber que eu existo, ou mesmo o que escrevi aqui no blog dias atrás ( A Música é Interdisciplinar ), um dos maiores compositores da história da música brasileira, João Bosco, disse que é preciso se dar mais atenção à questão educacional da música em bela e didática entrevista a Roberto D'Ávilla que foi exibida em sua primeira parte neste domingo na TV Brasil - prossegue no próximo domingo e eu mais que recomendo. Ele mencionou este pensamento logo após dar uma pequena aula sobre o samba sincopado, afirmando que a "sílaba forte" do batuque não é uma batida, mas o silêncio. E completou: "Isso é Matemática e Filosofia". Obviamente que esta conexão (tudo a ver com o nome do programa!) me fez ficar com olhos, ouvidos, todos os sentidos vidrados na entrevista que peguei já iniciada e bem nesta parte que citei. Entre tantas outras pequenas lições que deu em menos de uma hora, destaco aqui mais uma: a ...