Nas primeiras horas do último domingo, eu e um séquito de amigos e familiares saíamos de uma grande festa, quando nos deparamos com um grande e inesperado encontro. Distante ainda, eu o vi de costas, mas não tive qualquer dúvida, reconheci-o de pronto. Aproximei-me e solicitei a foto - sem selfie, porque senti que podia desagradá-lo com essas modernices. Meio a contra-gosto, ele aceitou fazer esta foto ao meu lado. Assustada com a nossa presença, a cabra vadia se esquivou, nada confessou e foi pastar em algum canto que não vi.
Na despedida, ia parabenizá-lo pela vitória do seu Fluminense sobre o Botafogo horas antes, quando o mestre ralhou seu descontentamento comigo: "Você não me lê mais, nem assiste mais a peças de minha autoria tem já uns dez anos". Fiquei um pouco encabulado, pois tenho a consciência de que não foi por acaso ou por falta de oportunidades.
Prometi reconsiderar minha decisão, motivada pela fortíssima - quase intransponível - influência que ele exerce sobre nós mortais que lidamos com as letras, informando-o que em muito breve voltarei às suas obras completas para teatro. Ele me pareceu mais satisfeito, até esboçou um enigmático sorriso.
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