E NEM ERA CARNAVAL...

Ilustração criada com auxílio de IA Quando ele chegou do asfalto, falando uma língua diferente, repleta de palavras em inglês, trouxe consigo enormes caixas de som. Quando ligou aquela barulheira, era impossível não ficar incomodado, mas não dei muita importância. Juntou gente, mas eu era o rei do pedaço, ali era o meu lugar, ninguém me tiraria o cetro e a coroa. Pouco a pouco, porém, senti que o espaço que ocupava ia cada vez se estreitando mais. Havia já um rival, que ia conquistando jovens, e os pais já não conseguiam convencer os filhos que a tradição era mais importante que a inovação. Inovação representada por aquele forasteiro de óculos escuros, boné, bermudas e camisas coloridas, parecendo um turista a princípio, mas já àquela altura um vizinho insistente e barulhento, seduzia a garotada com discurso apelativo. Eu já não encantava tanto meus vizinhos, muitos foram embora e me deixaram aos cuidados de poucos que resistiram, mas não por muito tempo. E se despediram em meio à ba...