Por mim se vai à cidade dolente,
por mim se vai à eterna dor,
por mim se vai entre a perdida gente.
Justiça moveu o meu alto feitor;
fez-me a divina potestade,
a suma sapiência e o primeiro amor.
Antes de mim não foram coisas criadas
se não eternas, e eu eterna duro.
Deixai toda esperança, vós que entrais.
(A Divina Comédia, Canto III, Inferno, Dante Alighieri)
por mim se vai à eterna dor,
por mim se vai entre a perdida gente.
Justiça moveu o meu alto feitor;
fez-me a divina potestade,
a suma sapiência e o primeiro amor.
Antes de mim não foram coisas criadas
se não eternas, e eu eterna duro.
Deixai toda esperança, vós que entrais.
(A Divina Comédia, Canto III, Inferno, Dante Alighieri)
Mas os entusiastas da vencedora candidatura olímpica e os turistas que pretendem vir em 2016 podem ficar tranqüilos. Em épocas de grandes eventos os canalhas oficiais e os extra-oficiais entram em acordo e nada de mais grave costuma acontecer. Há bons antecedentes: a Rio-92 e o Pan-2007. O problema é o antes e o que vem depois.
Veja também:
Permitam-me por fim um depoimento pessoal para ilustrar um pouco mais este quadro grotesco. No campo de futebol onde o helicóptero Esquilo caiu e se consumiu em chamas com dois soldados dentro estive na metade final dos anos 80 com meu time de rua para um “amistoso” contra o Sampaio. Tudo ia bem até que viramos em pouco tempo o placar para 2 a 1.
Saímos ilesos (menos um que quase teve a perna fraturada e não terminou o jogo), pois ao percebermos a presença de “autoridades” extra-oficiais bem junto à lateral do campo - já esburacado como permanece até hoje pelo que vi na TV – cedemos o empate mais ou menos como ocorreu naquele jogo do Maranhão, mas por motivos menos torpes. Assim já era o espírito olímpico do local onde se debruça o Morro São João.
Ilustração: Akira Kurosawa
Vídeo: Episódio do filme "Sonhos", de Akira Kurosawa.
Onde moro avança-se o sinal vermelho
Para se manter vivo
Onde moro se pratica o suborno
Para se garantir direitos
Onde moro se erguem muros e grades
Para se ter liberdade.
Para se manter vivo
Onde moro se pratica o suborno
Para se garantir direitos
Onde moro se erguem muros e grades
Para se ter liberdade.
Ilustração: Akira Kurosawa
Vídeo: Episódio do filme "Sonhos", de Akira Kurosawa.
Bravo, Edu, bravo!!!!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirBeijão!
Muito obrigado, linda! Beijão
ExcluirGostei dos versos. É pura realidade sinal vermelho, suborno e muros. abraços
ResponderExcluirDura realidade de nosso dia-a-dia, meu amigo. Abração, volte sempre!
ExcluirDolorosas verdades. Li Dante quando estava no segundo científico. Muito tempo, já não me lembro mais nada da Divina.
ResponderExcluirTenho uma edição bilíngüe em casa há mais de dez anos e só li uma parte. É meu projeto lê-lo inteiro em muito breve. Abração.
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