Postagens

Mostrando postagens de 2014

OS MAIORES JOGOS DE TODOS OS TEMPOS 11

Imagem
SUÉCIA 2 X 5 BRASIL - FINAL DA COPA DO MUNDO DE 1958 Djalma Santos, Zito, Bellini, Nilton Santos, Orlando e Gilmar; Garrincha, Didi, Pelé, Vavá, Zagallo e Mário Américo (massagista) Este ano aproveitei o que de melhor a internet pode oferecer para rever alguns jogos de futebol memoráveis no Youtube. Por conta própria, revi na íntegra duas partidas emblemáticas dos meus tempos de torcedor de arquibancada: Flamengo 0 x 1 Peñarol , fase semifinal da Libertadores de 1982, uma derrota até então inexplicável pra mim, e a vitória que mais me emocionou no Maracanã: Flamengo 6 x 0 Botafogo , em 1981. A trabalho, voltei ao doloroso dia 5/7/1982 para rever Brasil 2 x 3 Itália  para escrever um texto sobre aquela partida para a Revista História Viva . Corrigi falhas da minha memória e confirmei algumas impressões que haviam ficado desde então. Porém, hoje resolvi assistir a um jogo que jamais havia visto e na época em que foi realizado seria impossível, pois só nasci 8 anos depo...

MUITO ALÉM DOS PRINCÍPIOS DO PRAZER DE OUVIR PEDRO SÁ MORAES

Imagem
Já ouvi o CD mais de dez vezes e pensei outras tantas se deveria publicar aqui um texto para exaltar um trabalho no qual tenho envolvimento direto, por ser sócio da empresa que agencia, produz e assessora o autor. No entanto, não costumo fugir daquilo que creio profundamente, então, taí, não me furtarei de escrever sobre “Além do princípio do prazer”, álbum recém-lançado pelo cantor, guitarrista, violonista e compositor  Pedro Sá Moraes , pela Delira Música . Não é trabalho para ouvidos viciados, mas para os que buscam sempre algo novo e raro e para despertar aqueles que andam meio acomodados resmungando pelos cantos, revoltados com a mediocridade – mais que isso, com o baixíssimo nível – que TVs e rádios vêm apresentando dia-a-dia ao público. Nas nove músicas do intenso e instigante trabalho de Pedro há uma infinidade de sons e ruídos que nos trazem imagens variadas (algumas de humor, inclusive), belas melodias e quebras súbitas de ritmos que causarão estranheza. E é isso m...

A NECESSIDADE DO DESEJO

Imagem
Fui ao quarto da minha filha desligar a televisão quando vi a imagem de um palco escuro e logo em seguida o conhecido rosto sorridente do ator Juca de Oliveira, já num cenário bem claro. Resolvi escutá-lo, e ao comentar sobre a peça Rei Lear, que encena como monólogo no Rio, ele disse algo que é de uma obviedade rodrigueana (aquela que quase ninguém enxerga): “Até o mais miserável dos mendigos tem o desejo de algo supérfluo para se reconhecer como humano. Se ele apenas supre suas necessidades básicas, não sai da condição de animal”. Lançou esta e completou com uma clara intenção política que quero eliminar daqui para me ater apenas à questão filosófica: “Marx não deve ter lido Shakespeare”. Certo que o desejo para o ser humano (“a gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte”) tendo essa magnitude que Juca expressou por intermédio do bardo inglês passa a ser também uma necessidade. E passando a ser mais importante que tudo, repetidamente, significa vício. Certo ...

MÚSICA PRA VIAGEM: SELVA AMAZÔNICA

Imagem
Começo esta nova série aqui no blog com "Selva Amazônica", música de Egberto Gismonti que me paralisou desde a primeira audição, em meados dos anos 90. Esta longa música instrumental, tocada pelo mestre num violão de 8 cordas (e mais voz, surdo e cooking bells), abre o CD "Solo", gravado em 1978, e tem me feito ao longo desses quase 20 anos, todas as vezes que a ouço, viajar não só pra selva - ou pra selvas - mas ao Norte e Nordeste do país que posso dizer praticamente desconheço (só estive em Salvador e Jauá, na Bahia, por duas semanas entre o fim de 2005 e o início de 2006). No CD, "Selva Amazônica" é tocada junto com Pau Rolou, cantada por Egberto, mas em outra versão que aqui apresento, é "só" ela mesmo, em apresentação ao vivo em Berlim com outro mestre, Naná Vasconcelos, que certamente estará aqui em breve. O CD Solo achei numa loja de discos que não existe mais há muitos anos, na Avenida Amaral Peixoto, em Niterói. Estava na época à...

MÃE EXALTA O AMOR EM "O FILHO DE MIL HOMENS"

Imagem
Valter Hugo Mãe Com o amor ao próximo tão fora de moda é realmente uma felicidade ler um livro que o eleva ao patamar do qual jamais deveria deixar: o da máxima grandeza. Em seu "O filho de mil homens" (Cosac & Naify), o escritor Valter Hugo Mãe, nascido em Angola, mas que vive em Portugal desde a infância, proporciona aos anacrônicos, sonhadores, utópicos ou ingênuos voltarem a acreditar que o sentimento que nos torna além-humanos ainda está vivo, mesmo que numa ficção. Porém, como já escrevi algumas vezes há mais verdades nas ficções do que no noticiário do dia-a-dia, é mais que uma esperança, bate uma certeza de que os tempos, eles mudarão. Com notória influência de José Saramago e Gabriel García Márquez, Mãe tece seus personagens individualmente, com ternura, para ir entrelaçando-os ao longo da trama, numa narrativa envolvente, acolhedora, embora a dor, a discriminação, a ignorância, a intolerância, a ganância estejam bem presentes para nos mostrar em contrap...

ABJETA E SUBLIME CONDIÇÃO HUMANA

Imagem
Desesperançar-se e esperançar-se, eis a mola-mestra da vida. Terminei de ler o contundente livro-reportagem “Holocausto Brasileiro”, da jornalista Daniela Arbex, e vi mais uma vez como a raça humana é capaz das mais abjetas ações – e omissões – e das mais sublimes também. Mesmo tendo a plena consciência de que convive em mim (e em todos os seres humanos) o que há de pior e de melhor, não me vejo capaz de fazer nem de perto o que foi feito com as pessoas que foram internadas no antigo Colônia, manicômio da cidade mineira de Barbacena. Nem sendo um dos muitos responsáveis diretamente pelas 60 mil mortes ocorridas naquele verdadeiro campo de concentração utilizado das mais diversas formas para degradar e reduzir a zero a condição humana (mesmo após a morte, com o lucro da venda de corpos para universidades das mais diversas partes do país). Nem enfrentando aquilo tudo com tamanha coragem, abnegação e amor para salvar alguém daquele inferno. Daniela Arbex Espero estar errado q...

O MEIA-ARMADOR VIROU DESARMADOR (texto de 1990)

Imagem
Este texto abaixo escrevi em dezembro de 1990, e não tenho certeza se ele chegou a ser publicado no Jornal dos Sports, onde trabalhava na época. Encontrei-o, numa recente arrumação em minha casa, escrito numa lauda (que para os jornalistas mais novos deve ser algo de outro mundo) do JS à máquina de escrever (outro produto de outra era) e reproduzo aqui – com pequenas correções - porque reforça e muito tudo o que escrevi aqui e nas redes sociais durante a última Copa do Mundo, no jornal Portal Grajaú, logo após a competição disputada no Brasil, e por todos estes anos em que, pese o fato de a seleção brasileira ter conquistado duas copas do mundo (1994, com dois desarmadores e mais dois meias com funções mais defensivas que ofensivas, e 2002), fomos cada vez mais nos afastando de nossas raízes, de nossas mais genuínas características. O resultado hoje todos podem ver: um futebol baseado no chutão, na truculência e na correria, com pouquíssimos bons valores revelados nos últimos 10, 15...

ARIANO SUASSUNA É ETERNO

Imagem
Certa vez escrevi para consumo interno que toda praça de cada cidade brasileira deveria, por lei, apresentar semanalmente uma encenação de uma peça de Ariano Suassuna. Um sonho, uma utopia, sem dúvida, ainda mais num país que vê pouco a pouco se alastrar por seu vasto território um vácuo gigantesco de inteligência e sensibilidade. Ariano é e será eternamente um brasileiro fundamental. Ariano Suassuna na casa em que morava, em Recife Minha admiração por esse paraibano que se revelou para o mundo de Pernambuco me levou a ver várias montagens de peças dele, como Uma mulher vestida de sol; A farsa da boa preguiça; O santo e a porca, e A história de amor de Romeu e Julieta, esta com a saudosa Cristine Cid no elenco. Nunca vi uma encenação de O auto da compadecida no teatro, mas li o livro que tenho em casa, vi a versão feita para a TV e a edição dela para o cinema, ambas dirigidas por Guel Arraes, único diretor da televisão em quem Ariano confiava até aparecer Luiz Fernando Carval...

É PRECISO RESPEITAR A DOR DO UNIVERSO

Imagem
Sou verdadeiramente fascinado por coros. Não é por acaso que o "Réquiem" de Mozart me derrubou à primeira audição, nem tem tantos anos assim - pelo menos eu acho que deveria, por obrigação, ter ouvido bem antes essa obra-prima, que na verdade só teve as suas três primeiras partes finalizadas pelo gênio austríaco (Introito, Kyrie Eleison e Dies Irae), as outras ficaram por conta de seu discípulo Franz Xaver Süssmayer.  Mas não é o "Réquiem", que já utilizei neste blog exatamente com a interpretação destes três movimentos para ilustrar a poesia "Oferenda (ou Canção de um ser dilacerado)" , nem  Mozart os protagonistas deste texto, mas Eric Whitacre, que conheci há poucos minutos num vídeo do TedTalks, no Netflix. Veja também:  Música pra viagem: Caçador de esmeraldas Sábado mágico com o Mutante Sérgio Dias Nesse vídeo de março de 2011, ele conta como desistiu de ser um astro pop da música para se tornar um maestro, como se apaixonou por coros e como tev...

O QUE NÃO SE PODE PERDER É A ESSÊNCIA

Imagem
Sim, eu sei, na vida é preciso sempre tocar em frente. Mas é necessário que não se esqueça jamais tudo de bom construído durante a jornada e o que levamos como o bem mais precioso dentro de nós, aquilo que nos caracteriza, nos diferencia, que faz não só os outros, mas nós mesmos, nos reconhecer. É assim também com uma nação e sua cultura. Ei, Brasil, vamos tocar em frente, sem virar as costas para o que de mais belo você criou e consolidou para o mundo. Sua cultura e sua arte são os seus bens mais preciosos, genuínos. Por que você os tem deixado para trás? Por que destruir o que se tem de melhor? Respeite sua essência, respeite sua cultura, respeite seu futebol, sua música, sua arte. Isso é o que temos de melhor, e é onde eu me reconheço em você. E você em mim. Vídeo: "Tocando em frente" (Almir Sater/Renato Teixeira), com Almir Sater Veja também: Amigo Cyro, que espetáculo! Lições de João (a música é interdisciplinar 2) Os sopros mágicos de Carlos Malta Sócrates,...

FUTEBOL BRASILEIRO X SELEÇÃO BRASILEIRA

Imagem
Tostão e Pelé em 1970 O óbvio, Nelson já dizia, é muito difícil de ser enxergado. E demorei mesmo bastante tempo para ver que gosto muito mais do futebol do que da seleção brasileira. Acrescento e explico: do futebol brasileiro que aprendi a admirar muito novo e que me fez querer assistir qualquer partida na TV ou no estádio sempre que possível. E me fez sonhar um dia me tornar um craque da bola - mas só tive alguns bons momentos em asfaltos e calçadas, campinhos de terra batida, quadras de cimento ou taco corrido, gramados mal-tratados e até em poucos "tapetinhos verdes". Garrincha, Pelé e Djalma Santos em 1958 Antes os sentimentos se confundiam, porque na seleção jogavam os jogadores que mais admirava, tanto no meu time como no de alguns dos meus amigos e de outros que nunca conheci por morarem em outros estados. E eu os via quarta e domingo, no Maracanã ou em casa, sempre com prazer renovado. Talvez hoje goste até mais desse jeito de jogar do que do meu time, ...

DELICADEZA ARTESANAL

Imagem
Acho que já disse isso em outra postagem, mas não custa repetir, até porque a sensação só vem se renovando com o passar do tempo. Tenho tido contato direto com trabalhos e artistas maravilhosos das mais diversas áreas (Cinema, Teatro, Música, Artes Plásticas, Literatura, História, Educação, Moda...). Ontem foi mais um dia de viver um momento sublime proporcionado por este trabalho e, melhor, ao lado de minha mulher e dos companheiros e amigos da empresa do bonequinho laranja, que chamo de Xará. E outra vez isso ocorreu num espetáculo da Artesanal Cia. de Teatro . Márcio Nascimento e o boneco, pai e filho Depois de ter visto no ano passado O Gigante Egoísta (baseado em texto de Oscar Wilde), que rendeu posteriormente à companhia oito indicações para o Prêmio Zilka Sallaberry e três conquistas (melhor espetáculo; melhor ator, com Márcio Nascimento, e melhor figurino, de Henrique Gonçalves e Fernanda Sabino), ontem foi a vez de O Homem que Amava Caixas. Ambas abordam o universo inf...

PENSO, LOGO SINTO 21

Eu, a pior e a melhor pessoa que existe. Eu, a única pessoa que pode me modificar. Eu, a única pessoa que posso verdadeiramente mudar. Veja também: Gasolina no incêndio 13 Penso, logo sinto 7 Estilhaços 4

ESTILHAÇOS 14

O que chamam de acaso, coincidência, destino, vontade de Deus, para mim é poesia. Veja também: Estilhaços 6 Penso, logo sinto 15

QUESTÃO EM QUESTÃO 5

Solidário, generoso ou intrometido, inconveniente? Veja também: Questão Em Questão Gasolina no incêndio 11 Monólogos

ESTILHAÇOS 13

Haver lógica não significa necessariamente que há verdade. Veja também: Estilhaços 2 Questão Em Questão 4 Gasolina no incêndio 13

SICKO ($O$ SAÚDE) É UM FILME FUNDAMENTAL PARA SE ENTENDER OS EUA E O BRASIL

Imagem
Ao levar às telas o filme Sicko ($O$ Saúde), o diretor Michael Moore atirou num abominável sistema de “saúde”, o de seu país, os Estados Unidos da América, e acertou no mesmo modelo adotado pouco a pouco há anos pelo Brasil. Não sei se algo mudou nos EUA desde 2007, ano da produção cinematográfica, porém vi ali o futuro do meu país e perdi meu sono (mais uma vez). Em suma, o que Moore mostra em seu documentário é que no seu país, ainda vendido aqui como a maior democracia do mundo e imposto como grande exemplo a ser seguido, quem não tem grana pra pagar um plano (seguro) de saúde (ou um emprego que o forneça) não tem nada, e quem tem, possui pouco mais que nada. O assustador foi saber que aqui, apesar das condições precárias e o insuficiente atendimento à população do nosso sistema de saúde público, ainda há opção, graças a muitos abnegados que o mantém vivo, mesmo respirando por aparelhos. Pior que denunciar um modelo mesquinho, cruel, desumano de “saúde”, Moore nos mostra em p...

A COPA É UM MUNDO À PARTE

Imagem
Depois de muitos anos voltei a escrever para uma revista – se minha memória não falha, a última vez havia sido em 1994 para um especial da Placar. Convidado por Dirley Fernandes durante o carnaval, não perdi tempo para começar logo a escrever sobre a dolorosa Copa do Mundo de 1982 para a revista História Viva, que ele brilhantemente edita. Hoje a recebi em casa e a edição especial sobre o futebol (capa ao lado) é literalmente um show de bola. Não sei se já publiquei isso aqui ou em outro lugar, mas me tornei jornalista, profissão que exerci regularmente de 1988 até 1º de abril do ano passado, por causa do esporte, em especial o futebol. E mais particularmente ainda, por causa das Copas do Mundo. Nunca assisti a nenhuma no local – e dificilmente estarei em algum dos estádios hiperfaturados nesta que será realizada aqui no Brasil daqui a cerca de um mês e meio -, mas participei da cobertura de cinco: 1990, no Jornal dos Sports; 1994, em O Fluminense; 1998, no Globo Online; 2002, n...

ESTILHAÇOS 12

Ajoelhado aos pés de seus erros, implorava desculpas. Como nunca ficou de pé, jamais mereceu o perdão. Veja também: Gasolina no incêndio 13 Estilhaços 3 Há muito o que fazer

DO CAOS SÓ VIRÁ O CAOS

Imagem
O movimento #naovaitercopa chega com atraso de anos e se mostra um gigantesco equívoco. Muito maior prejuízo do que os nossos conhecidos ladrões de gravata já nos causaram com seus estádios hiper-faturados o país teria se a Copa do Mundo não fosse realizada. Ao deixarmos que tudo chegasse a este ponto, não é mais hora de tentar impedir a realização do evento, ainda mais que já se sabe muito bem que os métodos serão os mais violentos e estúpidos possíveis, tanto de um lado, quanto do outro.  Foto: Getty Images A ocasião que se apresenta a aproximadamente cem dias do início da Copa do Mundo é uma excelente oportunidade para se mostrar ao próprio país e ao mundo – dentro e fora dos estádios – a imensa indignação com os gastos diários com supérfluos, a nossa (in)justiça, os extorsivos impostos sem retorno à população e o sucateamento ostensivo da Saúde e da Educação pública. Esta é a melhor chance também para a população que verdadeiramente estuda e trabalha para levar este l...

ESTILHAÇOS 11

Imagem
Há muitos momentos em que acredito ser a música e a leitura tão vitais pra mim quanto a água e o ar. Vídeo:  "Khubananukh", com Kuckhermann-Metz-Nadishana trio . Veja também: Estilhaços 4 Há muito o que fazer Penso, logo sinto 17

PENSO, LOGO SINTO 20

O brasileiro lida de forma bem distinta com duas distintas senhoras, Honestidade e Democracia. Ele só lhes exalta a beleza quando lhe convém ou elas o favorecem. Do contrário, ambas não prestam. Veja também: Penso, logo sinto 6 Monólogos 14 Gasolina no incêndio 9

PENSO, LOGO SINTO 19

O estrago tem sido tão grande no país nos últimos 50 anos, que se de uma hora pra outra, em todos os cantos do país, todos os cargos públicos fossem ocupados só por gente honesta, solidária e competente, o Brasil só passaria a ser um país justo daqui a uns 30 anos. Veja também: A questão Em Questão 2 Conexões Estilhaços

QUESTÃO EM QUESTÃO 4

Como você pode se entregar de corpo e alma a algo (ou alguém) se só ouviu o seu coração? Veja também: Questão em questão 3 Questão em questão 2 Questão em questão Penso, logo sinto 18 Estilhaços 10

CIA DOS À DEUX, A POESIA DO CORPO

Imagem
Sem uma palavra, tudo dito, com graça, emoção. Mais uma vez assisti a um espetáculo da Cia Dos à Deux e saí do teatro enriquecido. Todas as palavras não ditas são expressadas com os gestos, o corpo, de seus magníficos atores. Dança, teatro, circo, ilusionismo e os bonecos que são personagens à parte, regidos por músicas instrumentais originais e uma iluminação de altíssima qualidade. “Irmãos de sangue” é uma peça densa, forte, envolve alegrias e tristezas, memórias de infância, encontros e despedidas, risos e choros, esgares e ternuras, castigos e carinhos, tensões e alívios, tragédias pessoais. Como “ Fragmentos do desejo ”, que tive a felicidade de assistir em outubro de 2010, “Irmãos de sangue” é mais uma obra-prima desta companhia franco-brasileira, comandada por André Curti e Artur Ribeiro. A peça fica em cartaz no CCBB-RJ até 23 de fevereiro, ao preço de apenas R$ 10, o ingresso  inteiro. Depois, estará no CCBB de Belo Horizonte, de 14 de março a 6 de abril. Imperd...

AMIGO CYRO, QUE ESPETÁCULO!

Imagem
Uma amiga comprou os ingressos pra mim e minha mulher com uma semana de antecedência e fui sem grandes expectativas assistir à peça "Amigo Cyro, muito te admiro", ontem, no CCBB-RJ, apesar de a figura de Cyro Monteiro sempre ter me despertado grande simpatia e gostar de muitas de suas músicas. Saí de lá extasiado - ou melhor, saímos - com a beleza e a simplicidade - a beleza da simplicidade e a simplicidade da beleza - deste que foi certamente um dos melhores espetáculos que eu já vi no teatro. A agilidade no palco, permitida pelo talento e o entrosamento dos atores e os músicos (Levi Chaves, Lucas Porto, Luis Barcelos e Marcus Tadeu, dirigidos por Luis Barcelos), regidos por uma direção geral perfeita de André Paes Leme, fazem o tempo passar sem que se perceba. O tempo no teatro e o tempo da vida de Cyro Monteiro, contada e cantada por Claudia Ventura, Alexandre Dantas, Milton Filho e Rodrigo Alzuguir (autor do ótimo texto), que se revezam na interpretação do personagem ...

EM DEFESA DE DJAVAN

Imagem
Há muitos anos me desinteressei pela obra de Djavan. Passei a não curtir mais as músicas que lançava e a achar que suas letras haviam caído no ramerrão do amor romântico e da sedução. Não me tocavam mais. Porém, sempre guardei respeito pelo compositor das primeiras obras, dos primeiros discos, que para mim apresentaram sempre um frescor de novidade surpreendentte. Nos últimos tempos, nesta “Era do Já Era”, como classificou Aderbal Freire Filho, Djavan tem sido motivo de chacotas, sendo tachado de hermético, incompreensível. Incompreensível é como o brasileiro de um modo geral conseguiu se deixar embrutecer tanto - e cair no humor barato -, manter o olhar reto, desviar ou esconder o olhar torto do artista (todo poeta é caolho!), que historicamente é quem elevou e ainda eleva este país. É certo que fica muito difícil compreender poesia para quem vive a cultura do prato feito ou do “fast-food” e “self-service” de historinhas banais e pegajosas com começo, meio e fim (necessariame...

ANIMA, A MÚSICA DESPERTA

Imagem
A matéria jornalística abaixo foi feita em meados de 2001 para o extinto site Papo Carioca , mas nem chegou a ser publicada. Pela primeira vez ela vai ao ar, já com o Anima em formação muito distinta daquela época, com mais três CDs lançados ( Amares , de 2003, Espelho , de 2006/2007, e Donzela Guerreira , de 2010) e ainda mais premiado. Estive pessoalmente com o grupo logo após a apresentação que fizeram no iniciozinho do primeiro dia do Rock in Rio daquele ano. Por acaso, eu os vi saindo detrás do Palco "Raízes", me aproximei, me apresentei e peguei os contatos de Valeria Bittar e Luiz Fiaminghi, que são os únicos remanescentes. Meses depois, após alguns contatos por telefone, em meio à agenda cheia de shows deles, obtive os depoimentos do casal por intermédio do e-mail.  Aos que são fãs do grupo - e os que se tornarão - finalmente aqui está um trabalho que adorei fazer e que - creio - não poderia se perder ou ficar guardado em meus arquivos:        ...