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Mostrando postagens de 2012

CLARICE NISKIER, DE CORPO E ALMA

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"A alma imoral" é uma inusitada peça de teatro que precisa ser vista pelo maior número de pessoas possível. Os ensinamentos são tão profundos e certeiros, que a atriz Clarice Niskier se propõe a repetir partes do texto que os espectadores desejarem. A peça encerrou sua temporada no teatro Zimbienski, na Tijuca, no último domingo (16/12), mas voltará em janeiro no Serrador, no Centro do Rio. Só digo uma coisa: quem perder é mulher do padre. Clarice Niskier.  Foto:  Dalton Valerio (almaimoral.com) A peça fala basicamente dessa desobediente e rebelde que faz o mundo girar de verdade: a alma. Da tradição que representa o corpo e a traição que significa a alma, o corpo obediente e a alma desobediente. E é um espetáculo que, se não chega a subverter totalmente os preceitos da dramaturgia, desobedece sim muitas de suas "normas". A própria Clarice Niskier fala sobre isso no início da peça quando explica quando e como teve a idéia de levar o livro homônimo, do rabi...

PENSO, LOGO SINTO 12

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Nunca fui músico, embora gostasse de ter sido. No entanto, tenho um amor tão incondicional pela música que tento escrever como se compusesse uma canção. De vez em quando acerto. Vídeo: Animamusic Veja também: A música é interdisciplinar A cruzada das crianças Nina Simone, a sacerdotiza do jazz

O RESGATE DE MEMÓRIAS E DE UM LP PERDIDOS AO SOM DO SUPERTRAMP

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Em épocas de vacas magérrimas andei vendendo uns LPs que tinha em casa. Um deles, o primeiro de rock que comprei, sempre me causou arrependimento: "Paris", o duplo ao vivo do Supertramp. Os motivos são obviamente o valor sentimental, e também porque o repassei para um colega do jornal "O Fluminense" com os encartes, com as fotos do antológico show, que me haviam sido dados por Big, meu mais que amigo, um irmão. Quando me dei conta da burrada que fiz, já havia perdido os discos que tantas vezes ouvi com emoção e os encartes, com um papel de qualidade da época do lançamento do LP no Brasil e não o posterior, bem vagabundo, dos tempos do famigerado Plano Cruzado. Agora, com o lançamento do DVD "Live in Paris '79", que já adquiri e vi uma vez, resgato muito daquilo que perdi, vivi e imaginei. A primeira vez que ouvi um disco do Supertramp foi justamente esse, o mais importante do grupo, um LP duplo ao vivo que registrava uma turnê de 1979 na capital...

ESTILHAÇOS 6

Dizem por aí que o fim do mundo está próximo, mas o mundo já acabou. Vivemos apenas os ecos de um berro muito antigo e os reflexos de um espelho quebrado há muitos séculos. Veja também: tudo o que foi publicado em dezembro de 2011 .

PANACÉIA CURA OS MALES MUSICAIS

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"Quem canta seus males espanta". Panacéia era a deusa da cura para os gregos, e a Mostra Instrumental com seu nome foi remédio para curar todos os males musicais que assolam - e desolam - rádios e TVs. A massa adestrada por sons pasteurizados vicia diariamente seus incautos ouvidos com melodias e ritmos simplórios, adocicados e ou repetitivos para melhor empobrecer suas vidas esvaziadas. Quem esteve na última terça-feira, dia 20, no Parque das Ruínas, em Santa Teresa, pôde fugir do óbvio e construir pedra por pedra a sonoridade musical que escolheu para seguir - e se expandir. Quem lá esteve pôde ouvir até a alegria dos passarinhos cantando ao som de sopros, teclados, cordas e percussões e sair com a alma impregnada de música da mais alta qualidade. Sentiu o lufar e os uivos dos Inventos soprando de e para todos os lados, afastando para longe as nuvens pesadas que se imagina cobrem todo o cenário musical brasileiro da atualidade. Viu e ouviu a correnteza fluir em rios de s...

UM ENCONTRO COM MARTINHO DA VILA

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O Centro Cultural Carioca  abriu suas octogenárias portas na segunda-feira passada, dia 12, exclusivamente para Martinho da Vila conceder uma entrevista a uma emissora de televisão para falar de uma das grandes mulheres da sua vida - provavelmente a maior delas: a Unidos de Vila Isabel. Tive a sorte de estar presente juntamente com os amigos Paulo Almeida e Alexandre Aquino, que sugeriram que nossa reunião marcada a princípio para o Grajaú , bairro onde Martinho morou por muitos anos, fosse transferida para o casarão da Rua do Teatro. Encerrada a entrevista com o repórter Fabio Judice, o sambista e sua assessora, Rejane, se aproximaram do bar, onde Paulinho já se encontrava. Ao sabor de uma boa cerveja papeavam animadamente. Sorrateiramente, eu e Alexandre, que nos encontrávamos no canto oposto, fomos nos aproximando para ao menos ouvir a conversa. Falavam do Grajaú e do tempo em que o cantor e compositor vivera no bairro. Paulinho então perguntou ao cantor e compositor se el...

UM BRILHANTE ESQUIZOFRÊNICO

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Na tarde do último domingo aproveitei uma brecha no tempo disponível para viver uma pequena esquizofrenia. Isolei-me do mundo da bola, onde todos pareciam estar concentrados, para assistir a “Uma mente brilhante” ( A beautiful mind , 2001), dirigido por Ron Howard, com Russell Crowe muito bem no papel principal. É um filme brilhante? Longe disso. Mas retrata a história verídica de um homem brilhante, o matemático e esquizofrênico John Forbes Nash. Para alguém como eu, que não tem muita afinidade com os números, o que mais me comoveu na história desse grande homem não foi aquilo que o levou à glória, a sua profissão, a sua contribuição para a economia mundial, a sua dedicação obsessiva a uma arte que não entendo, e portanto estou impedido de admirar profundamente: a matemática. O que engrandece aos meus olhos o imenso Nash, que é bem retratado com suas virtudes e defeitos (sua arrogância na juventude é bem instrutiva para quem deseja vencer a própria), é como usou sua mente brilh...

PARIS DE NOVO NO RIO

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Por qual ou quais motivos você ficaria duas horas numa fila imensa sem ao menos se importar? Poderia citar algumas razões hipotéticas e outras reais, mas fico com o que me aconteceu no sábado passado, dia 3. Tive o imenso prazer de estar acompanhado de pessoas muito queridas esperando - sob sol forte no início e vento e tempo fechado depois - a hora de poder ver a exposição Impressionismo - Paris e a Modernidade, no CCBB do Rio de Janeiro, com paciência e alegria. E não só eu. Inclusive minha afilhada Beatriz, de 5 anos, aguardou sem se impacientar um segundo sequer e também se sentiu recpompensada, tenho absoluta certeza. A sensação de sair de lá depois de tanta espera, com os pés moídos e exausto pelo cansaço físico e mental, foi não só de imenso prazer, mas de ter saído melhor do que quando entrei na primeira sala da exposição que vai até 13 de janeiro. Difícil não se emocionar diante de alguns quadros. Especialmente os de Pierre-Auguste Renoir me arrebataram, mais...

ESTILHAÇOS #5

Tudo é abstrato. Nada existe. Veja também : tudo o que foi publicado em novembro de 2011 .

UM ÍNDIO AO PIANO NO MUNICIPAL

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Ver-se diante de um instrumento, frente a uma numerosa platéia e ter de compor ali, na hora, as músicas que - todos esperam avidamente - vá engrandecer a noite de cada pessoa presente, é tarefa que só alguém dotado de extrema coragem, concentração e capacidade criativa pode se dispor a fazer. Eu, que aprendi a respeitar todos os meus fluxos criativos e a ter paciência para aguardar as dores do parto para manusear e trazer à luz meus pensa-sentimentos, talvez tenha é arrumado uma desculpa elaboradamente convincente para não ter de encarar solitariamente, sem nada previamente em mente e no coração, o terrível olhar esbranquiçado do papel - ou da tela. Keith Jarrett se propôs a isso mais uma vez, e na última quarta-feira, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, compôs frente ao público músicas que jamais tocará novamente. São natimortas. Sim, algo sempre fica com artista e público, ainda mais se for gravada a apresentação, mas como cigarras, entoam e morrem. Dignamente. No ...

PENSO, LOGO SINTO 11

Sou o que escrevo. Quem nunca me leu não conhece nem 10% do que sou. Veja também: tudo o que foi publicado em outubro de 2011 .

ESTILHAÇOS 4

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Escolhi - ou fui escolhido para - trilhar um caminho árduo, difícil, aquele que muitos sequer passam perto, o que invariavelmente leva às profundezas do ser, lá onde quase ninguém quer ir, nem saber o que há. Mas é onde cada um verdadeiramente é. Com tudo o que há de mais belo e mais horrendo. Vou na contramão, mas é a escolha, não há volta. Acho que por isso tenho grande afinidade com quem fala sozinho e quem tem sérias divergências com o espelho. Ilustração de John Tenniel para o clássico "Alice através do espelho", de Lewis Carroll. Vídeo: "Espelho" (João Nogueira/Paulo César Pinheiro), com João Nogueira. Veja também: Estilhaços Penso, logo sinto 10 Gasolina no Incêndio 12

FÁBRICA DE ÍDOLOS

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"A violência é tão fascinante E nossas vidas são tão normais..."  (Renato Russo) CENA 1: dois meninos, um de 8 e outro de seis anos, sentados no chão, assistem à TV. Propaganda com imagens de dribles e gols: “Futebol ao vivo, amanhã!” Os meninos se olham, levantam-se rapidamente, pegam a bola, improvisam uma baliza entre dois pés da mesa da sala e começam a jogar, um na linha, outro no gol. “Gol!” CENA 2: os mesmos dois meninos, sentados no chão, assistem à TV. Propaganda com imagens de um jogo de basquete, com jogadas e cestas espetaculares: “NBA ao vivo, não perca este grande jogo!” Os meninos se olham, levantam-se com pressa, pegam a bola e começam a quicá-la e arremessar para uma lata de lixo posta em cima da mesa. “Cesta!” CENA 3: os meninos na mesma posição, novamente vendo TV. Propaganda com imagens de uma partida de vôlei, com defesas e cortadas, grandes ralis: “Vôlei ao vivo na sua tela, hoje às 21h!” Os meninos se olham, levantam-se correndo, improv...

A MÍDIA BIZARRA

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Será que a forma como Amy Winehouse foi se matando e os “motivos” que a levaram a desistir da vida não são muito semelhantes aos dos outros astros que se foram aos 27 anos, com a única diferença de ela ter sido muito mais exposta do que os anteriores por viver num mundo paparazzo, bigbrotheriano? A degradação de Amy era espiada e transmitida quase diariamente pela mídia. Será que as angústias, dores, depressões e pressões que sofreu não foram tão intensas quanto às de Cobain, Morrison, Hendrix e Joplin? Talvez a ela tenha sido acrescido esse pré-show de Truman que vemos diariamente na internet e na televisão, mesmo que não queiramos. Que o homem sempre se sentiu atraído pelo escândalo e os crimes é uma verdade que existe desde que o mundo é mundo. Porém, creio que não haja precedentes na história dos veículos de comunicação tanta bizarrice e sangue para alimentar os consumidores sedentos e famintos da vida alheia. A glamourização do grotesco está nas páginas e telas sendo vendida...

ESTILHAÇOS 3

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Não me apego ao livro como objeto. Há quem goste de senti-lo nas mãos, até cheirá-lo. Eu só quero lê-lo. O que me interessa necessariamente é o que ele contém, suas palavras, suas frases, suas idéias, suas imagens. Veja também: A grandiosidade de Victor Hugo Poesia sem versos

ESTILHAÇOS 2

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Eu me interesso bem mais pelas sombras, pelo lado oculto do ser, do que por aquilo que ele irradia. Isto já está presente em mim desde a infância. Ilustração: gravura de Oswaldo Goeldi (quem souber o nome me informe, por favor) Veja também: tudo o que foi publicado em setembro de 2011

GASOLINA NO INCÊNDIO 12

Com "Gasolina no Incêndio" pretendo provocar quem aqui venha, mexer com os brios mesmo. Incomode-se, reclame e até xingue se achar necessário, mas aqui não cabe a indiferença. Não vou censurar nenhum comentário, mas assuma-se, não se esconda no anonimato (in)conveniente, nem com apelidos irreconhecíveis. A décima-segunda questão-provocação é a seguinte: Uma sociedade (ou um grupo social) que não respeita nada, nem ninguém, que em nome da defesa - algumas vezes até legítima - de seus direitos atropela sem se importar com os dos demais (que seja de uma só pessoa), é tão repugnante quanto a mais feroz ditadura. Veja também: Gasolina no incêndio 3 Penso, logo sinto 3 Brasil, um edifício que cresce sobre frágeis alicerces

AGRADECIMENTO A ALTAMIRO

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Dizem que pedido de amigo é uma ordem. Meu irmão Bruno Lobo me pediu que escrevesse aqui sobre Altamiro Carrilho porque não tem blog (deveria ter, deveria), portanto, a ordem foi dada e já está sendo cumprida. Sempre procurei evitar que o blog virasse um obituário, ainda mais em épocas sombrias como esta, quando no espaço de poucos dias se foram grandes músicos, como o flautista que é tema deste texto, Severino Araújo e Celso Blues Boy, que acabou motivando, em meio à consternação de sua morte, o encontro de amigos que citei na postagem Conexões . Não desfilarei aqui as virtudes, muito menos a biografia de Altamiro Carrilho, porque isso felizmente alguns sites e jornais fizeram bem, embora seja sempre muito pouco para alguém de uma dimensão incalculável. Queria, mesmo que tardiamente, fazer um agradecimento ao grande flautista por ter com o CD "Flauta Maravilhosa", de1996, tornado mais ameno alguns dos dias mais duros de minha vida. Já conhecia algumas músicas altamiranas ...

CONEXÕES

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Recentemente comentei numa rede social sobre um dia ganho por ter lido uma pequena obra-prima, o conto "O Evangelho segundo Marcos", do livro "O informe de Brodie", do escritor argentino Jorge Luis Borges (1899-1986), e a conexão mental e sensorial que fiz com o filme "Viridiana" (1961), do diretor espanhol Luis Buñuel (1900-1983). Em suma, as imprevisíveis e cruéis conseqüências da caridade cristã. Espero que quem conheça as duas obras venha me dizer se há insanidade, idiotice ou algo perfeitamente pertinente de minha parte. Pois bem, chego hoje em casa, já madrugada, após um ótimo encontro com velhos amigos, incluindo o meu irmão, Léo Neiva, e tenho a surpresa de ver que a locadora havia me enviado durante o dia o documentário sobre o excepcional LP "Who's next", de 1971, da mesma série (Classic Albuns) de "The dark side of the moon", do Pink Floyd, "Kind of blue", de Miles Davis, e outros que não me lembro e ainda não ...

GASOLINA NO INCÊNDIO 11

Com "Gasolina no Incêndio" pretendo provocar quem aqui venha, mexer com os brios mesmo. Incomode-se, reclame e até xingue se achar necessário, mas aqui não cabe a indiferença. Não vou censurar nenhum comentário, mas assuma-se, não se esconda no anonimato (in)conveniente, nem com apelidos irreconhecíveis. A décima-primeira questão-provocação é a seguinte: O Brasil é um país de adolescentes. Grande parte tem mais de 30 anos de idade. Veja também: Penso, logo sinto 10 Gasolina no incêndio 10

ENTREVISTA: NILZE CARVALHO

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"Nilze Carvalho, a volta da menina prodígio" é uma entrevista que fiz com a bandolinista, cavaquinista, violonista, cantora e compositora no campus da UNI-Rio, na Urca, zona sul do Rio de Janeiro, em 2001. Naquele local e naquela época, eu só fiquei sabendo agora, ela já estava arquitetando o grupo Sururu na Roda , do qual ainda faz parte, atualmente com a companhia de seu irmão Silvio Carvalho (voz, percussão e cavaquinho), Fabiano Salek (voz e percussão) e Juliana Zanardi (voz e violão). Este texto abaixo (com mínimas alterações) foi publicado originalmente no extinto site "Papo Carioca". Ela surgiu como fenômeno musical no início da década de 80, quando com 11 anos gravou o seu primeiro disco (“Choro de menina”), tocando seu bandolim com a habilidade de um adulto, embora já se apresentasse em televisão e rádio desde os seis anos de idade. Gravou clássicos do chorinho, muitos ao lado do conjunto “Época de Ouro”, e se tornou a menina prodígio do gênero em mais ...

DOM DE JOGAR BOLA E BOLERO DE RAVEL

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Uma das mais cansativas e inócuas discussões de futebol são acerca do jogar bonito e perder x jogar feio e ganhar. Lógico que a vitória é o objetivo de qualquer time decente, mas os que marcam mesmo são aqueles que praticam a arte de jogar bola. Alguns nem precisaram sair com a taça para gravarem seus nomes na história. Exemplos não faltam.  O que mais me incomoda é a descaracterização do futebol jogado no Brasil. Conversava numa rede social com um amigo da boa e velha infância sobre o aniversário da vitória da seleção brasileira na Copa de 94, completada no último dia 17. Dizia a ele que aquela equipe não me trazia qualquer boa lembrança, nem má. Acrescentava: um time acuado, medroso, que optou por jogar no erro do adversário, que sempre era muito bem aproveitado por dois craques: Bebeto e Romário.  Veja também: Das peladas de rua às arenas Setenta anos do Canhotinha de Ouro Porém, venceu com méritos, embora pelas circunstâncias (calor de mais 40 graus e as condições físicas...

ESTILHAÇOS

Se algum dia me vir muito eufórico, embriagadamente espargindo felicidades, desconfie. Desconfie seriamente. Por trás de tanta alegria certamente haverá uma melancolia, uma angústia latente me agulhando. Sou bem comedido nos momentos felizes. Isso só se vê no olhar e num breve e sincero sorriso. Veja também: Espiral do Tempo

PENSO, LOGO SINTO 10

Nem direita, nem esquerda, nem centro. Nem por cima, nem por baixo. Não estou dentro, muito menos por fora. Estou fora! Veja também: Beco sem saída Penso, logo sinto

UM FLA-FLU E UM HERÓI QUASE ESQUECIDOS NO TEMPO

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No início dos anos 80, estava eu e amigos conversando na rua Grajaú sobre o que mais gostávamos de falar: futebol. Uns sentados no murinho da casa de um deles, outros no chão, mais alguns de pé ou agachados, contavam sobre jogos do passado que tinham visto ou se lembravam de terem ouvido no rádio ou lido em jornais, revistas ou livros. Naquele quase atropelo de vozes empolgadas e nostálgicas consegui contar a minha história. "Lembro de um Fla-Flu de 76 ou 77 em que o Flamengo ganhou de 3 a 0, no Maracanã, com três gols de um cara chamado Kalu. Ele era formado no Flamengo mesmo, saiu de campo como herói, e eu fiquei achando que seria o parceiro de ataque ideal pro Zico. Mas pouco tempo depois, não sei por quê, venderam o cara pro Santos e acho que depois ele foi pro México e sumiu. Esse jogo foi num sábado à noite e ouvi no rádio na casa dos meus avós (maternos) em Olaria." Ninguém se recordava do jogo. De todos presentes, achava que só um grande e eterno amigo tricolor...

LIÇÕES DE JOÃO (A MÚSICA É INTERDISCIPLINAR 2)

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Nada melhor do que ter uma tese reforçada por um mestre. Mesmo sem saber que eu existo, ou mesmo o que escrevi aqui no blog dias atrás ( A Música é Interdisciplinar ), um dos maiores compositores da história da música brasileira, João Bosco, disse que é preciso se dar mais atenção à questão educacional da música em bela e didática entrevista a Roberto D'Ávilla que foi exibida em sua primeira parte neste domingo na TV Brasil - prossegue no próximo domingo e eu mais que recomendo. Ele mencionou este pensamento logo após dar uma pequena aula sobre o samba sincopado, afirmando que a "sílaba forte" do batuque não é uma batida, mas o silêncio. E completou: "Isso é Matemática e Filosofia". Obviamente que esta conexão (tudo a ver com o nome do programa!) me fez ficar com olhos, ouvidos, todos os sentidos vidrados na entrevista que peguei já iniciada e bem nesta parte que citei. Entre tantas outras pequenas lições que deu em menos de uma hora, destaco aqui mais uma: a ...