Com "Gasolina no Incêndio" (agora também no orkut, clique aqui) pretendo provocar quem aqui venha, mexer com os brios mesmo. Incomode-se, reclame e até xingue se achar necessário, mas aqui não cabe a indiferença. Não vou censurar nenhum comentário, mas assuma-se, não se esconda no anonimato (in)conveniente, nem com apelidos irreconhecíveis. A nona questão-provocação é a seguinte:
A chantagem emocional é uma das piores covardias do ser humano.
Veja também:
Gasolina no Incêndio 8
Gasolina no Incêndio 7
Gasolina no Incêndio 5
O Espírito dos Insensatos
Profano conquista corações
Nem alegre, nem triste: poeta. Aprendendo a amar, nunca chegando na hora marcada.
domingo, 29 de novembro de 2009
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
VILLA-LOBOS, O PAI DA MPB
Uma singela homenagem àquele que por sua genialidade não só na composição e execução de obras magistrais de extrema brasilidade (eu disse brasilidade e não nacionalismo), mas sobretudo se dedicou intensamente à pesquisa musical e folclórica por todo este país e criou o projeto que levou a milhares de brasileiros a educação musical e artística.
Veja também:
Um verdadeiro legado, foi o que Heitor Villa-Lobos nos deixou. Que nos digam Tom Jobim, Edu Lobo, Egberto Gismonti, Dona Ivone Lara, Chico, Paulinho, Milton, Gil, Caetano, Alceu... E todos nós, seus admiradores.
Pena que nenhum artista depois dele teve sequer de perto a mesma dimensão, nem mesmo aqueles que participaram diretamente de governos. Villa-Lobos foi além de tudo, um grande educador, um visionário. Como faz falta algo assim: há 50 anos não se faz nada neste sentido no Brasil.
Vídeo: Choro nº 1, de Heitor Villa-Lobos, interpretação ao violão do grande Turíbio Santos.
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quarta-feira, 11 de novembro de 2009
OS MUROS
Agora em novembro, o mundo todo está celebrando os 20 anos da queda do Muro de Berlim, e fico me perguntando quantos muros – e grades pontiagudas – foram erguidos por aqui desde a década de 80. Incontáveis, e os piores deles não são os que enxergamos diariamente a olho nu, mas os que foram construídos ao longo do tempo dentro de cada um.
Com tantos muros feitos para proteger, esconder, o que afloram nos dois lados das imensas paredes são a mentira, as frustrações, a discriminação, a agressão, a multiplicação da violência e da estupidez. Da defesa para o ataque se parte aqui com uma rapidez que faria inveja aos melhores velocistas.
Assistia na TV por esses dias a um bom programa em que se questionava o fato de meninos e meninas serem submetidos a competições esportivas cada vez mais cedo. Isso me lembrou a Cortina de Ferro e sua máquina de fazer esportistas cientificamente - muitos formados à base das mais pesadas drogas - como propaganda dos governos comunistas em tempos de Guerra Fria. Propaganda de governo... alguém aí pensou em Copa 2014 e Rio-2016?
Bom, neste programa vi e ouvi as maiores sandices de pseudo-técnicos e pais sobre os “valores” que são passados para seus pupilos nos treinos e jogos. Muitos desses “ensinamentos” passados aos berros e com não poucos palavrões.
Nada surpreendente, basta ir a um jogo qualquer de futebol com meninos de 10, 11 anos (ou até menos), assistir a uma inocente aula de escolinha ou mesmo ir a uma festa junina de colégio. Prestem bastante atenção no comportamento dos pais e entenderão. Está aí o embrião da sociedade que vem sendo construída nos últimos 20, 30 anos, com os gigantescos muros da competitividade, que fazem do outro um inimigo, não um adversário, nem mesmo o próprio companheiro de equipe. Esses pais ensandecidos não matriculam seus filhos para praticarem um esporte, mas para se tornarem atletas, muitas vezes aqueles que eles não conseguiram ser por algum motivo qualquer. Desde que nasce, o pimpolho já é adestrado a pensar em vencer, somente em vencer. E a odiar ou desprezar quem perde. Ele já nasce se profissionalizando, já se preparando para o vestibular, aprendendo todos os truques e macetes para ser um vencedor. Custe o que custar.
Aprender a saber perder – e também a vencer com dignidade - a respeitar o companheiro e o adversário, o árbitro, os torcedores, ter liberdade para criar fora dos adestramentos mecanizados dos treinamentos - que devem ser repetidos nas partidas - nada disso é possível. As quadras que abrigam jogos infantis de futsal e basquete, por exemplo, são um microcosmo desta sociedade que passo a passo – cada vez mais velozes e violentos – caminha rumo à imbecilidade e à estupidez total.
Crianças são xingadas por treinadores e pais – às vezes os seus próprios, às vezes de outros, companheiros e adversários – todos ávidos por uma vitória redentora para suas vidinhas abaixo de medíocres. Uma legião de insanos! A “filosofia” é preparar o atleta, o profissional; a pessoa, o indivíduo, o cidadão, não importam. E essa criança, mesmo que não se torne no futuro um atleta profissional, será um ser competitivo ferrenho em todos os setores de sua vida, sem admitir derrota. Qualquer que seja ela – uma demissão, uma paixão frustrada, um gol contra numa simples pelada de fim de semana – será uma frustração inconcebível, que o levará à depressão ou à violência, certamente regada a entorpecentes dos mais variados tipos.
Que ironia, lembrei-me da Cortina de Ferro, mas é a sociedade estadounidense, de tantos jovens franco-atiradores, o nosso principal modelo. Há sempre maus elementos à espreita nos dois lados dos muros.
Vídeo: cena do filme "Pink Floyd - The Wall", dirigido por Allan Parker. Música: "Is there anybody out there?"
Ilustração: Gerald Scarfe, para o mesmo filme.
Veja também:
"Profano" Conquista Corações
Mais Uma Sobre Educação
A Arte Transgressora
Despedidas
O Fim de Tudo
Com tantos muros feitos para proteger, esconder, o que afloram nos dois lados das imensas paredes são a mentira, as frustrações, a discriminação, a agressão, a multiplicação da violência e da estupidez. Da defesa para o ataque se parte aqui com uma rapidez que faria inveja aos melhores velocistas.
Assistia na TV por esses dias a um bom programa em que se questionava o fato de meninos e meninas serem submetidos a competições esportivas cada vez mais cedo. Isso me lembrou a Cortina de Ferro e sua máquina de fazer esportistas cientificamente - muitos formados à base das mais pesadas drogas - como propaganda dos governos comunistas em tempos de Guerra Fria. Propaganda de governo... alguém aí pensou em Copa 2014 e Rio-2016?
Bom, neste programa vi e ouvi as maiores sandices de pseudo-técnicos e pais sobre os “valores” que são passados para seus pupilos nos treinos e jogos. Muitos desses “ensinamentos” passados aos berros e com não poucos palavrões.
Nada surpreendente, basta ir a um jogo qualquer de futebol com meninos de 10, 11 anos (ou até menos), assistir a uma inocente aula de escolinha ou mesmo ir a uma festa junina de colégio. Prestem bastante atenção no comportamento dos pais e entenderão. Está aí o embrião da sociedade que vem sendo construída nos últimos 20, 30 anos, com os gigantescos muros da competitividade, que fazem do outro um inimigo, não um adversário, nem mesmo o próprio companheiro de equipe. Esses pais ensandecidos não matriculam seus filhos para praticarem um esporte, mas para se tornarem atletas, muitas vezes aqueles que eles não conseguiram ser por algum motivo qualquer. Desde que nasce, o pimpolho já é adestrado a pensar em vencer, somente em vencer. E a odiar ou desprezar quem perde. Ele já nasce se profissionalizando, já se preparando para o vestibular, aprendendo todos os truques e macetes para ser um vencedor. Custe o que custar.
Aprender a saber perder – e também a vencer com dignidade - a respeitar o companheiro e o adversário, o árbitro, os torcedores, ter liberdade para criar fora dos adestramentos mecanizados dos treinamentos - que devem ser repetidos nas partidas - nada disso é possível. As quadras que abrigam jogos infantis de futsal e basquete, por exemplo, são um microcosmo desta sociedade que passo a passo – cada vez mais velozes e violentos – caminha rumo à imbecilidade e à estupidez total.
Crianças são xingadas por treinadores e pais – às vezes os seus próprios, às vezes de outros, companheiros e adversários – todos ávidos por uma vitória redentora para suas vidinhas abaixo de medíocres. Uma legião de insanos! A “filosofia” é preparar o atleta, o profissional; a pessoa, o indivíduo, o cidadão, não importam. E essa criança, mesmo que não se torne no futuro um atleta profissional, será um ser competitivo ferrenho em todos os setores de sua vida, sem admitir derrota. Qualquer que seja ela – uma demissão, uma paixão frustrada, um gol contra numa simples pelada de fim de semana – será uma frustração inconcebível, que o levará à depressão ou à violência, certamente regada a entorpecentes dos mais variados tipos.
Que ironia, lembrei-me da Cortina de Ferro, mas é a sociedade estadounidense, de tantos jovens franco-atiradores, o nosso principal modelo. Há sempre maus elementos à espreita nos dois lados dos muros.
Vídeo: cena do filme "Pink Floyd - The Wall", dirigido por Allan Parker. Música: "Is there anybody out there?"
Ilustração: Gerald Scarfe, para o mesmo filme.
Veja também:
"Profano" Conquista Corações
Mais Uma Sobre Educação
A Arte Transgressora
Despedidas
O Fim de Tudo
domingo, 8 de novembro de 2009
OS MAIORES JOGOS DE TODOS OS TEMPOS 3
FLAMENGO 6 x 0 BOTAFOGO - CAMPEONATO CARIOCA DE 1981
08/11/1981 - Maracanã - Rio
Flamengo 6 x 0 Botafogo
Juiz: Édson Alcântara do Amorim (MG)
Renda: Cr$ 15.031.600
Público: 69.051 pagantes
Gols: Nunes 7, Zico 27, Lico 33 e Adílio 40 do 1o. Zico (pênalti) 30 e Andrade 42 do 2o;
Cartões Amarelos: Júnior e Perivaldo
Flamengo: Raul, Leandro, Figueiredo, Mozer e Júnior; Andrade, Adílio e Zico; Tita, Nunes e Lico. Técnico: Paulo César Carpegiani
Botafogo: Paulo Sérgio, Perivaldo, Gaúcho, Osvaldo e Jorge Luiz; Rocha, Mendonça e Ademir Lobo; Édson (Jairzinho), Mirandinha e Ziza. Técnico: Paulinho de Almeida.
BOTAFOGO 6 X 0 FLAMENGO - CAMPEONATO BRASILEIRO DE 1972
Ficha técnica da partida
15/11/1972 - Maracanã - Rio
Juiz: José de Assis Aragão
Público: 46.279 pagantes.
Gols: Jairzinho, aos 16 minutos; Fischer, aos 35 e 41, do primeiro tempo; Jairzinho, aos 23 e aos 38, e Ferreti, aos 42 do segundo tempo.
Botafogo: Cao, Mauro Cruz, Valtencir, Osmar e Marinho Chagas; Nei Conceição, Carlos Roberto e Ademir (Marco Aurélio); Zequinha, Jairzinho e Fischer (Ferreti). Técnico: Sebastião Leônidas.
Flamengo: Renato, Moreira, Chiquinho, Tinho e Rodrigues Neto; Zanata (Mineiro) e Liminha; Rogério (Caio), Fio, Humberto Redes e Paulo Cesar. Técnico: Zagallo.
Foto do Jornal dos Sports
Veja também:
Futebol-arte: Cruzeiro 5 x 4 Internacional
Futebol-Arte: Holanda 2 x 0 Uruguai
Tudo o que foi publicado em novembro de 2008
No dia 8 de novembro de 1981, o Flamengo que pouco mais de um mês depois ganharia o Mundial Interclubes em Tóquio realizaria talvez a sua mais épica jornada, também num domingo, no Maracanã. O Dia da Vingança, como ficou conhecido pela devolução dos engasgados 6 a 0 de 1972 ao Botafogo de Jairzinho foi completo quando o já veterano Furacão da Copa de 70 entrou em campo no segundo tempo. Ele quase estragou a festa rubro-negra e a minha previsão feita num bolão do colégio um mês antes (tenho pelo menos quatro testemunhas que podem confirmar a minha façanha de vidente.rsrs). Foi a única vez que chorei no Maracanã. Não foi a conquista de um título, mas foi bem mais, uma aula de futebol e de respeito à torcida, que implorava por seis. Se fosse sete, oito, não valeria, nem 6 a 1, como o time da Gávea conseguiu fazer quatro anos depois. Tinha de ser igual a 1972, um patrimônio que os alvinegros em tempos de jejum de títulos ostentavam com merecido orgulho em todos os jogos contra o Fla.
Pena que não encontrei vídeo com as imagens do jogo, somente com fotos e as narrações dos gols e a ficha técnica dos 6 a 0 do Botafogo, que não assisti nem ouvi e só fiquei sabendo quando comecei a freqüentar o Maracanã, mas que também deve ter sido uma tarde gloriosa para os torcedores alvinegros e para o timaço que tinham, até porque foi num 15 de novembro, data de aniversário do Flamengo. A foto (que peço a quem saiba a quem pertence me diga para eu pôr o devido crédito) e a ficha do jogo de 72 estão abaixo.
Não quero que este espaço seja reservado para manifestações clubísticas, apenas mostrar a arte do futebol e dar um depoimento pessoal sobre a minha relação com o jogo ou a época em que ele ocorreu. Desfrutem lá embaixo a aula de bola de Zico e Cia, com as belíssimas imagens do inesquecível Canal 100.
Ficha técnica da partida08/11/1981 - Maracanã - Rio
Flamengo 6 x 0 Botafogo
Juiz: Édson Alcântara do Amorim (MG)
Renda: Cr$ 15.031.600
Público: 69.051 pagantes
Gols: Nunes 7, Zico 27, Lico 33 e Adílio 40 do 1o. Zico (pênalti) 30 e Andrade 42 do 2o;
Cartões Amarelos: Júnior e Perivaldo
Flamengo: Raul, Leandro, Figueiredo, Mozer e Júnior; Andrade, Adílio e Zico; Tita, Nunes e Lico. Técnico: Paulo César Carpegiani
Botafogo: Paulo Sérgio, Perivaldo, Gaúcho, Osvaldo e Jorge Luiz; Rocha, Mendonça e Ademir Lobo; Édson (Jairzinho), Mirandinha e Ziza. Técnico: Paulinho de Almeida.
BOTAFOGO 6 X 0 FLAMENGO - CAMPEONATO BRASILEIRO DE 1972
Ficha técnica da partida
15/11/1972 - Maracanã - Rio
Juiz: José de Assis Aragão
Público: 46.279 pagantes.
Gols: Jairzinho, aos 16 minutos; Fischer, aos 35 e 41, do primeiro tempo; Jairzinho, aos 23 e aos 38, e Ferreti, aos 42 do segundo tempo.
Botafogo: Cao, Mauro Cruz, Valtencir, Osmar e Marinho Chagas; Nei Conceição, Carlos Roberto e Ademir (Marco Aurélio); Zequinha, Jairzinho e Fischer (Ferreti). Técnico: Sebastião Leônidas.
Flamengo: Renato, Moreira, Chiquinho, Tinho e Rodrigues Neto; Zanata (Mineiro) e Liminha; Rogério (Caio), Fio, Humberto Redes e Paulo Cesar. Técnico: Zagallo.
Foto do Jornal dos Sports
Veja também:
Futebol-arte: Cruzeiro 5 x 4 Internacional
Futebol-Arte: Holanda 2 x 0 Uruguai
Tudo o que foi publicado em novembro de 2008
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