As duas versões, porém, são bem diferentes. Na letra, do extraordinário cantor Bruce Dickinson, que ainda participou da composição da música com o guitarrista Adrian Smith, Ícaro faz um vôo solitário, em nome de Deus (provavelmente o cristão), e se sente traído pouco antes de perceber que despencaria para sempre. Como se vê, o uso em vão do nome de Deus, mesmo que ingenuamente, é tema atual para toda eternidade, pelo menos enquanto houver humanos no Universo.
A versão que aprendi no curso é certamente a original da mitologia grega, com Dédalo criando as asas e orientando o filho, Ícaro, a como fugirem juntos da ilha de Creta pelo alto da torre do castelo onde estavam confinados pelo Rei Minos. Só que o jovem Ícaro desobedece as ordens do pai, de não voar nem muito baixo para não molhar as asas no mar, nem muito alto para que elas não derretessem. E, como se sabe, foi o que o garoto fez ao se empolgar ganhando os céus.
Mas o papo aqui é "Flight of Icarus", que foi gravada no LP "Piece of mind", do já longínquo ano de 1983. Na hora de escolher, pensei também em "Children of the damned", do mesmo álbum, e da qual gosto muito também, mas ela e outras do Maiden ficarão para outra oportunidade. Fique aqui com a tragédia de Ícaro no vídeo-clipe original e, logo depois, com a mais recente e pirotécnica, da Legacy Of The Beast Tour, de 2019, que passou pelo Brasil (Rock in Rio) e após muitos anos trouxe de volta esta música aos shows da banda inglesa.
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