domingo, 31 de julho de 2022

MÚSICA PRA VIAGEM: MY SWEET LORD

George Harrison é o Beatle que mais admiro. A razão é bem pessoal, muito mais do que musical, afinal John Lennon e Paul McCartney, principalmente este para mim, não deixaram seus nomes na História da música por acaso, sem esquecer Ringo Star, claro. Talvez Harrison simbolize para mim aquele que, no quarteto fabuloso, foi ofuscado pelo intenso brilho de John e Paul. Mas quando se lançou à carreira solo demonstrou que tinha talento para brilhar tanto quanto os outros dois. Porém, sempre foi preterido pela maioria dos fãs dos Beatles e, de alguma forma, pela própria banda. E eu, como quase sempre me ligo aos que têm menos atenção do que merecem, estou aqui a reverenciá-lo.

Quem já assistiu ao "Concert for George" dificilmente deixou passar incólume a emoção que tomou palco e plateia naquele 29 de novembro de 2002, portanto quase 20 anos atrás, no Royal Albert Hall, em Londres. Ainda mais vendo à frente da banda de astros da Música de Língua Inglesa Dhani Harrison, novinho, ao lado de Eric Clapton, além de Paul McCartney, Ringo Star, Jeff Lynne entre tantos outros que estiveram naquele palco. E quando Billy Preston começa a cantar "My sweet Lord" fica difícil não se comover. Pela sua interpretação, por toda profunda simplicidade que a canção pede.

No auge do sucesso dos Beatles, George Harisson buscou algo mais do que os ensurdecedores e histéricos gritinhos das moças das plateias lotadas em todo lugar em que iam, muito mais do que os muitos dólares que acumulavam com a venda de discos mundo afora. E na sua busca pela plenitude, pelo Divino, pela força espiritual, creio que ele a tenha encontrado nas coisas simples, belas e profundas que a vida nos dá, na união das espiritualidades (que vai muito além das religiões), no amor que inclui, jamais exclui. Creio que "My sweet Lord" sintetize bem tudo isso. 

Então, sem mais delongas, fique abaixo com a versão citada acima e também na voz de George, gravada originalmente no ótimo "All things must pass", seu terceiro álbum solo, o primeiro após a separação dos Beatles, lançado em 1970. O fato de ter feito um disco triplo, de ótima qualidade, só demonstra que material guardado o seu talento tinha de sobra.

"Hallelujah, Hare Krishna, Krishna Krishna, Hare Hare..."



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