UMA COISA JOGADA COM MÚSICA - CAPÍTULO #31
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Falcão, em 1979, no Internacional |
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Zenon, em 1978, no Guarani |
Taiguara: - Muito obrigado!
Veja também:
A turma se alegra com a música,
alguns cantam junto e dá uma descontraída, dando uma voltinha pra esticar as
pernas. Porém, logo ao fim de “Deu pra ti”, de Kleiton e Kledir, a mesa principal
está refeita e disposta a levar a
resenha adiante. Afinal, o papo é o melhor do futebol, como João Sem Medo já havia
falado lá no início desta conversa.
Idiota da Objetividade: - Um
ano antes, na temporada anterior a este título do Inter, dois times paulistas
haviam disputado a final, com o surpreendente Guarani, de Zenon e o jovem
Careca, de apenas 18 anos, sendo campeão em cima do Palmeiras.
Sobrenatural de Almeida: - Outra
zebra formidável que eu aprontei! (solta sua risada medonha)
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João Sem Medo: - O caráter daquela conquista do Guarani deveria marcar o futebol brasileiro por muito tempo. Um time do interior do Estado de São Paulo, apenas o Santos tinha conquistado títulos nacionais. Mas o Santos constituiu uma exceção nacional e internacional. O êxito do Guarani foi diferente. Santos era ainda o grande porto, o maior porto do Brasil. Campinas fica lá dentro, naquela época ainda mais no interior mesmo, e seus clubes levavam todas as desvantagens que os das chamadas segundas cidades dos Estados sempre levaram.
Ceguinho Torcedor: - Amigos, como a
finalíssima entre Palmeiras e Guarani esteve acima dos jogos da Copa daArgentina, naquele mesmo ano. Houve a maior rapidez, sem prejuízo da beleza, do
virtuosismo. Eu afirmava naquela época que os cretinos fundamentais diziam de
olho rútilo: “O Brasil não tem mais craques!”. Pois tinha – e ainda tem – muito
mais do que se pensa. O Guarani levava a falsa vantagem do empate, mas venceu a
partir do momento em que só se interessou pela vitória. Perseguiu o gol. E
quando este aconteceu, eis o Guarani perseguindo outro gol. Pra todos nós o
Guarani foi uma surpresa. Ouvi e vi o jogo com colegas e a toda hora alguém
dizia: “Que cracaço de bola”.
João Sem Medo: - E olha que o Zenon não jogou o último jogo.
Idiota da Objetividade: - Foi substituído por Manguinha. Zenon estava suspenso por ter recebido o terceiro cartão amarelo no primeiro jogo, que ele mesmo decidiu, no Morumbi, em cobrança de pênalti.
Sobrenatural de Almeida: - O
goleiro na hora do pênalti foi o centroavante Escurinho. Ele foi pro gol depois
da expulsão do Leão. Sinistro!
Idiota da Objetividade: - O
Palmeiras já tinha feito as duas substituições, como mandava a regra na
época.
Ceguinho Torcedor: - Na verdade, a nossa surpresa não tinha nenhuma razão. Se o Brasil quisesse, faria cinco escretes de igual valor. Por exemplo: um homem como Zenon. Em São Paulo, meus amigos só falavam de Zenon com elogios frenéticos. Zenon era realmente craque, comprovou isso no Corinthians e vestindo a camisa da seleção posteriormente. Mas o Guarani não era de um craque só, era um formidável time, no mundo não tinha outro maior.
Veja também:
João Sem Medo: - Eu vi o Zenon jogando a primeira vez em 72 ou 73 lá na terra dele, em
Itajaí...
Idiota da Objetividade: - Ele na verdade nasceu em Tubarão, João. Terra do Renato Sá também.
João Sem Medo: - Ah sim, isso mesmo, obrigado. Então foi em Tubarão... Ou em Itajaí mesmo, o jogo. Roubaram um time argentino, o Argentinos Juniors. Roubaram os gringos de uma maneira! O Zenon jogou esse jogo, era um monstro.
Idiota da Objetividade: - Ele depois jogou de 1972 a 75
no Avaí, onde foi campeão catarinense em 73 e 75, antes de se transferir pro
Guarani.
João Sem Medo: - Eu nunca vi esse cara errar passe. Uma vez estava falando
isso na televisão e ele errou um pênalti, já na época em que estava no AtléticoMineiro. Paciência. Mas era um monstro.
Fim do Capítulo #31
Episódio originalmente publicado em 31 de agosto de 2022 e republicado totalmente modificado em 26 de março de 2025.
Esta série é uma homenagem especial a João Saldanha e Nelson Rodrigues e também a Mario Filho e muitos dos artistas da música, da literatura, do futebol e de outras áreas da Cultura do nosso tão maltratado país.
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Curioso, não tenho boas lembranças da relação de Tele com o Fluminense. Já consagrado como treinador, acho que nos anos 1990, ele disse não a um convite para treinar o Fluminense. Certamente ele tinha lá seus motivos, mas o fato é que nunca o "perdoei" por isso. Coisa de torcedor!!
ResponderExcluirTorcedor é assim mesmo, vê mais com a paixão que com a razão. Abs, obrigado por sempre vir aqui e comentar.
ExcluirCaro Edu, eu não tenho essa lembrança toda dos campeonatos dos anos 1970. Mas me recordo perfeitamente da final de 1975, com o Inter campeão com gol do Figueroa, de cabeça. Não muito mais que isso...
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