quinta-feira, 3 de junho de 2021

MARACANÃ, UM PERSONAGEM DE "CONTOS DA BOLA"

Em meus tempos de torcedor, que durou uns 15 anos entre os anos 70 e 80, cheguei ao exagero de dizer que o Maracanã era a minha segunda casa. Se na frequência eu faltava muito mais do que pretendia, talvez em termos afetivos eu não estivesse tão distante de ter certa razão. Comentei já sobre isso numa outra postagem em que o comparei ao Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro (CCBB-RJ). Mas voltando ao velho Maraca, aquele que era o maior do mundo, não é, portanto, por acaso que ele tem presença marcante no livro "Contos da Bola". Posso considerá-lo como um personagem em alguns dos 19 contos.

O estádio é apenas citado em "O torcedor de videoteipe", "Um Fla-Flu esquecido no tempo" e "Um torcedor volúvel e azarado" (neste, o Morumbi é que tem a presença mais forte), porém é a locação pulsante, vívida, de "O doido Cornoió", "Outra bolada certeira", "Picolé" e "Paixão de extremos". Nestes quatro contos, que se passam nas arquibancadas do antigo estádio durante jogos que realmente aconteceram, alguns detalhes do próprio Maracanã e das torcidas naqueles tempos em que você poderia ter a companhia de mais de 150 mil, 160 mil pessoas comprimidas e vibrantes, ele se torna mais que um simples local onde se desenrolam as histórias dos respectivos personagens, alguns presentes em mais de um conto.

Em "O doido Cornoió", o jogo retratado é a final do Campeonato Brasileiro de 1980, entre Flamengo e Atlético-MG, e praticamente toda a ação se passa antes da partida começar. O mesmo ocorre em "Outra bolada certeira", ou seja, antes de Brasil 3 x 1 Bolívia, partida realizada em 1981, pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 1982, e que garantiu a classificação da seleção de Telê Santana para o Mundial da Espanha.

Dinamite comemora seu gol sobre o Santos em 74
Já "Picolé" e "Paixão de extremos", tudo se desenrola durante os jogos Vasco 2 x 1 Santos, pelo quadrangular final do Campeonato Brasileiro de 1974, mas não se limita a este (explico já), e Fluminense 2 x 0 Vasco, pelo Campeonato Carioca de 1987. Como muitos lances destas partidas são relatadas, pois influenciam diretamente no que acontece com os torcedores-personagens que estão na arquibancada, tive de fazer uma pesquisa atenciosa e prazerosa - e fazer uma correção com relação a Pelé nesta edição lançada pela Cartola Editora

Em "Picolé", além do jogo já citado, quando parece que a história já terminou, alguns dos personagens ainda voltam ao Maraca para as decisões do Brasileiro de 74, vencido pelo Vasco, em vitória pra lá de polêmica sobre o Cruzeiro, por 2 a 1, e do Carioca do mesmo ano, em que o empate sem gols deu ao Flamengo o título sobre o time cruz-maltino.

Todos esses contos que trazem o Maracanã com muito destaque são divertidos, com boa dose de humor ou ironia em muitas passagens e desfechos. Se fosse você eu ficaria curiosíssimo para ler estas e, logicamente, as outras histórias. Porém, sou suspeitíssimo, está certo. Mas, confesse, sua curiosidade não foi aguçada? 

O livro no formato digital (ebook) foi para as luxuosas vitrines virtuais da Amazon do Brasil e dos mais diversos países e para o Google Play esta semana. Já o livro no formato físico, além da Amazon, ele pode ser adquirido também na Livraria da CartolaAmericanasSubmarinoShoptimeMercado LivreMagazine LuizaUmLivro e Casas Bahia.

Um gol desse não se perde!  

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