Fundada pelos atores Gilson
Gomes, Wagner Brandi e Neila Tavares, em 1996, a Oráculo iniciou as celebrações
em fevereiro com a mesma peça, recebendo muitos elogios da crítica e do
público. “Diários Marginais” retrata o encontro fictício dos escritores Lima
Barreto e João do Rio, dois dos grandes cronistas do Rio de Janeiro do início
do século XX.
- O espetáculo mostra os últimos
dias de delírio de Lima Barreto, confinado em sua biblioteca para terminar
“Cemitério dos vivos”, sua obra inacabada. Durante seus delírios, Lima tem um
encontro com João do Rio, e a partir daí travam um verdadeiro duelo em defesa
de suas ideias – relata Gilson Gomes, que representa Lima Barreto.
Gilson escreveu o texto
juntamente com Wagner Brandi, que interpreta o João do Rio na peça e,
recentemente integrou o elenco da novela “Gênesis”, da TV Record, fazendo o
papel do médico Sagai. O centenário da morte de João do Rio foi muito lembrado
no último dia 23 de junho. Seu enterro, em 1921, teve a presença de 100 mil
pessoas.
- Um de nossos maiores objetivos
com este texto foi preservar e resgatar a vida e a obra desses grandes
escritores brasileiros. Ao juntar os dois, propomos algo inédito e inovador nos
palcos brasileiros, pois apesar de terem vivido a mesma época, nascidos no
mesmo ano (1881) e morrido um ano após o outro (João do Rio, em 1921, e Lima
Barreto, em 22), nunca se encontraram, apenas trocavam “farpas” literárias
através de suas obras – explica Wagner Brandi.
A montagem, que tem a direção de
Luiz Furlanetto (Prêmio Shell de Melhor Direção por Transpotting, em 2011), fez
a sua estreia em 2015, no Sesc Tijuca. Em 2016 foi selecionada no Edital da
Funarj para circulação nos seus equipamentos culturais e se apresentou nos
teatros Armando Gonzaga e Arthur Azevedo. Participou ainda do projeto Paixão de
Ler, realizado pela Secretaria Municipal de Cultura e a Prefeitura do Rio de
Janeiro, e também foi convidada para integrar a programação do Salão Carioca do
Livro, no Pier Mauá, Armazém 3, na Zona Portuária do Rio de Janeiro. O
espetáculo esteve ainda no 3º Festival de Teatro do Centro Cultural Midrash, e
se apresentou na Flip 2017, a convite do Coletivo João do Rio, numa mostra
paralela. Além disso, participou do Circuito Sesi Cultural e fechou a agenda de
2017 no Centro Cultural Parque das Ruínas.
Recentemente o grupo foi convidado para adaptar o espetáculo em longa-metragem pelo cineasta Oswaldo Lioi, que também dirigiu e adaptou a montagem teatral para a internet. O espetáculo e o trabalho do grupo serão publicados no livro “Bastidores: a história do teatro brasileiro”, de autoria do jornalista e pesquisador teatral Simon Khoury.Ainda dentro das comemorações do seu 25º aniversário, a Oráculo montará este ano mais duas peças inéditas: “A confissão”, de Eduardo Lamas, e “Diário da Lua”, segundo texto da trilogia “Diários” que também escrita a quatro mãos pela dupla Gilson e Wagner.
Um pouco da história
Após a sua fundação, a Oráculo
mergulhou num trabalho de pesquisa até se decidir por sua primeira montagem.
Então, em 1996, estreou com O Assalto, de José Vicente, participando do VI
Festival Carioca de Novos Talentos, realizado pelo RIOARTE, da qual recebeu a
indicação de Melhor Ator (para Gilson Gomes), também concorrendo à categoria
Melhor Espetáculo. O grupo ao longo de sua existência vem desenvolvendo o
projeto A Literatura sob o Olhar Teatral, que tem como objetivo levar para o
palco obras literárias de grande valor, tendo como principal proposta tratar o
homem em relação ao mundo em que vive.
A companhia já adaptou para o
teatro a peça América, de Franz Kafka (adaptação, concepção e direção de Paulo
Afonso de Lima, 1998), com temporada no antigo Museu do Telephone, hoje OI
Futuro, e participando do V Festival Veiga de Almeida, no qual recebeu 7
indicações a prêmio. Durante aquele período recebeu convites para o Festival
Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (Porto) em Portugal.
A Oráculo ainda montou “O
Capote”, de Gogol (adaptação, concepção e direção de Paulo Afonso de Lima,
1999); “O Mandarim”, de Eça de Queirós(adaptação de Gilson Gomes e direção de
Wagner Brandi, 2001), apresentado no evento internacional Eça entre milênios:
pontos de olhar, realizado pelo Instituto Camões de Portugal;“Uma Lenda
Quixotesca”, adaptação de “Dom Quixote” (feita por Gilson Gomes); “Oh, Nelson
Rodrigues, Que Adoráveis Criaturas!”, adaptação para o teatro da vida e obra
literária de Nelson Rodrigues, realizado no centenário do autor, por Neila
Tavares (com direção de Wagner Brandi, 2012); “Riso Invisível” (2013), de
Francisco Alves PH, texto escrito para os atores Gilson Gomes e Wanderlei
Nascimento, com direção de Wagner Brandi; “Amor por anexins ou Uma Consulta”,
adaptação da obra de Artur Azevedo (2015/2016), por Gilson Gomes, com direção
de Wagner Brandi, com apresentações pela Secretaria Municipal de Cultura,
Bibliotecas Parques, Circuito Sesc e Casa da Gávea. Entre outras.
Depois de “Diários Marginais”, na
década passada, a companhia montou “Torturas de um coração”, de Ariano Suassuna
(2018/2019), circulando por vários equipamentos culturais do Rio de Janeiro e
de Minas Gerais, com sucesso de crítica e público.
Ficha técnica de “Diários Marginais: um encontro com Lima Barreto e João do Rio”
Local: transmissão online no site do Teatro Bibi Ferreira (www.sympla.com.br/teatrobibiferreiraplay)
Datas: aos sábados, nos dias 3, 10, 17, 24 e 31 de julho
Horário: 17h30
Ingresso: R$ 30 (www.sympla.com.br/teatrobibiferreiraplay)
Texto e atuações: Gilson Gomes e Wagner Brandi
Direção do espetáculo teatral: Luiz Furlanetto
Direção do espetáculo Cineteatro e Direção de arte: Oswaldo Eduardo Lioi
Cenografia: Ianara Elisa
Video mapping: Mayara Ferreira
Edição de vídeo: Mayara Ferreira e Ciáxeres Régio
Fotografia: Leonardo Pergaminho
Design gráfico: Alexandre Muner
Iluminação: Djalma Amaral
Iluminação Cineteatro: Wagner Brandi e Ianara Elisa
Operador de luz: Ianara Elisa
Direção Musical: Charles Kahn
Músicas originais para o espetáculo: Wagner Brandi
Direção de palco: Ana Paula Casares
Assessoria de imprensa: Eduardo Lamas
Filmagem do espetáculo: Júlio Kummer
Produção executiva: Oráculo Cia de Teatro
Coordenação do projeto: Gilson Gomes
Realização: WGL Produções e Eventos & Kadiwéu Projetos Artísticos
Classificação: 12 anos
Duração: 60 min
Veja também:
Ariano Suassuna é eterno
Uma justíssima homenagem
Homenagem ao teatro
Nenhum comentário:
Postar um comentário