terça-feira, 29 de junho de 2021

O ENCONTRO TEATRAL DE LIMA BARRETO E JOÃO DO RIO DE VOLTA

Dentro das comemorações dos 25 anos de sua fundação, a Oráculo Cia de Teatro apresentará durante o mês de julho o seu grande sucesso “Diários Marginais: um encontro com Lima Barreto e João do Rio”, com transmissão online pelo site do Teatro Bibi Ferreira, de São Paulo. A peça, gravada no molde cineteatro, será exibida aos sábados, sempre às 17h30, com ingressos a R$ 30, que podem ser adquiridos aqui.

Fundada pelos atores Gilson Gomes, Wagner Brandi e Neila Tavares, em 1996, a Oráculo iniciou as celebrações em fevereiro com a mesma peça, recebendo muitos elogios da crítica e do público. “Diários Marginais” retrata o encontro fictício dos escritores Lima Barreto e João do Rio, dois dos grandes cronistas do Rio de Janeiro do início do século XX.

- O espetáculo mostra os últimos dias de delírio de Lima Barreto, confinado em sua biblioteca para terminar “Cemitério dos vivos”, sua obra inacabada. Durante seus delírios, Lima tem um encontro com João do Rio, e a partir daí travam um verdadeiro duelo em defesa de suas ideias – relata Gilson Gomes, que representa Lima Barreto.

Gilson escreveu o texto juntamente com Wagner Brandi, que interpreta o João do Rio na peça e, recentemente integrou o elenco da novela “Gênesis”, da TV Record, fazendo o papel do médico Sagai. O centenário da morte de João do Rio foi muito lembrado no último dia 23 de junho. Seu enterro, em 1921, teve a presença de 100 mil pessoas.

- Um de nossos maiores objetivos com este texto foi preservar e resgatar a vida e a obra desses grandes escritores brasileiros. Ao juntar os dois, propomos algo inédito e inovador nos palcos brasileiros, pois apesar de terem vivido a mesma época, nascidos no mesmo ano (1881) e morrido um ano após o outro (João do Rio, em 1921, e Lima Barreto, em 22), nunca se encontraram, apenas trocavam “farpas” literárias através de suas obras – explica Wagner Brandi.

A montagem, que tem a direção de Luiz Furlanetto (Prêmio Shell de Melhor Direção por Transpotting, em 2011), fez a sua estreia em 2015, no Sesc Tijuca. Em 2016 foi selecionada no Edital da Funarj para circulação nos seus equipamentos culturais e se apresentou nos teatros Armando Gonzaga e Arthur Azevedo. Participou ainda do projeto Paixão de Ler, realizado pela Secretaria Municipal de Cultura e a Prefeitura do Rio de Janeiro, e também foi convidada para integrar a programação do Salão Carioca do Livro, no Pier Mauá, Armazém 3, na Zona Portuária do Rio de Janeiro. O espetáculo esteve ainda no 3º Festival de Teatro do Centro Cultural Midrash, e se apresentou na Flip 2017, a convite do Coletivo João do Rio, numa mostra paralela. Além disso, participou do Circuito Sesi Cultural e fechou a agenda de 2017 no Centro Cultural Parque das Ruínas.


Recentemente o grupo foi convidado para adaptar o espetáculo em longa-metragem pelo cineasta Oswaldo Lioi, que também dirigiu e adaptou a montagem teatral para a internet. O espetáculo e o trabalho do grupo serão publicados no livro “Bastidores: a história do teatro brasileiro”, de autoria do jornalista e pesquisador teatral Simon Khoury.Ainda dentro das comemorações do seu 25º aniversário, a Oráculo montará este ano mais duas peças inéditas: “A confissão”, de Eduardo Lamas, e “Diário da Lua”, segundo texto da trilogia “Diários” que também escrita a quatro mãos pela dupla Gilson e Wagner.

Um pouco da história

Após a sua fundação, a Oráculo mergulhou num trabalho de pesquisa até se decidir por sua primeira montagem. Então, em 1996, estreou com O Assalto, de José Vicente, participando do VI Festival Carioca de Novos Talentos, realizado pelo RIOARTE, da qual recebeu a indicação de Melhor Ator (para Gilson Gomes), também concorrendo à categoria Melhor Espetáculo. O grupo ao longo de sua existência vem desenvolvendo o projeto A Literatura sob o Olhar Teatral, que tem como objetivo levar para o palco obras literárias de grande valor, tendo como principal proposta tratar o homem em relação ao mundo em que vive.

A companhia já adaptou para o teatro a peça América, de Franz Kafka (adaptação, concepção e direção de Paulo Afonso de Lima, 1998), com temporada no antigo Museu do Telephone, hoje OI Futuro, e participando do V Festival Veiga de Almeida, no qual recebeu 7 indicações a prêmio. Durante aquele período recebeu convites para o Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica (Porto) em Portugal.

A Oráculo ainda montou “O Capote”, de Gogol (adaptação, concepção e direção de Paulo Afonso de Lima, 1999); “O Mandarim”, de Eça de Queirós(adaptação de Gilson Gomes e direção de Wagner Brandi, 2001), apresentado no evento internacional Eça entre milênios: pontos de olhar, realizado pelo Instituto Camões de Portugal;“Uma Lenda Quixotesca”, adaptação de “Dom Quixote” (feita por Gilson Gomes); “Oh, Nelson Rodrigues, Que Adoráveis Criaturas!”, adaptação para o teatro da vida e obra literária de Nelson Rodrigues, realizado no centenário do autor, por Neila Tavares (com direção de Wagner Brandi, 2012); “Riso Invisível” (2013), de Francisco Alves PH, texto escrito para os atores Gilson Gomes e Wanderlei Nascimento, com direção de Wagner Brandi; “Amor por anexins ou Uma Consulta”, adaptação da obra de Artur Azevedo (2015/2016), por Gilson Gomes, com direção de Wagner Brandi, com apresentações pela Secretaria Municipal de Cultura, Bibliotecas Parques, Circuito Sesc e Casa da Gávea. Entre outras.

Depois de “Diários Marginais”, na década passada, a companhia montou “Torturas de um coração”, de Ariano Suassuna (2018/2019), circulando por vários equipamentos culturais do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, com sucesso de crítica e público.


Ficha técnica de “Diários Marginais: um encontro com Lima Barreto e João do Rio”

Local: transmissão online no site do Teatro Bibi Ferreira (www.sympla.com.br/teatrobibiferreiraplay)
Datas: aos sábados, nos dias 3, 10, 17, 24 e 31 de julho
Horário: 17h30
Ingresso: R$ 30 (
www.sympla.com.br/teatrobibiferreiraplay)
Texto e atuações: Gilson Gomes e Wagner Brandi
Direção do espetáculo teatral: Luiz Furlanetto
Direção do espetáculo Cineteatro e Direção de arte: Oswaldo Eduardo Lioi
Cenografia: Ianara Elisa
Video mapping: Mayara Ferreira
Edição de vídeo: Mayara Ferreira e Ciáxeres Régio 
Fotografia: Leonardo Pergaminho
Design gráfico: Alexandre Muner
Iluminação: Djalma Amaral
Iluminação Cineteatro: Wagner Brandi e Ianara Elisa
Operador de luz: Ianara Elisa 
Direção Musical: Charles Kahn
Músicas originais para o espetáculo: Wagner Brandi
Direção de palco: Ana Paula Casares
Assessoria de imprensa: Eduardo Lamas 
Filmagem do espetáculo: Júlio Kummer
Produção executiva: Oráculo Cia de Teatro
Coordenação do projeto: Gilson Gomes
Realização: WGL Produções e Eventos & Kadiwéu  Projetos Artísticos  
Classificação: 12 anos
Duração: 60 min

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