terça-feira, 23 de julho de 2024

A MALDITA E O SELO DE QUALIDADE NOS LPS

Histórias são feitas pra se contar. Então, lá vai mais uma pra coleção.

Não fui um ouvinte assíduo da rádio Fluminense FM nos anos 80, mas sem dúvida ela fez parte da minha vida. Mas, você deve estar se perguntando, por que não fui um ouvinte assíduo? Primeiramente porque só passei a curtir rock, rock mesmo, a partir de 1984, quando o primeiro Rock in Rio já se anunciava (e a Maldita foi diretamente responsável pelo line up do festival), e em segundo lugar porque no Rio de Janeiro, capital, especialmente na Zona Norte, onde eu morava, a qualidade do som da rádio não era tão bom quanto de outras emissoras. 

Porém, como a qualidade das bandas e das músicas que tocavam lá era, em geral, excelente pro meu gosto, sintonizei não poucas vezes no 94,9Mhz, o dial da Maldita. Além disso, tive e tenho (como se vê na foto que fiz aqui em casa do disco de estreia do Marillion) LPs com o selo de qualidade essencial pra qualquer roqueiro confiar na compra de um álbum de uma banda desconhecida - ou ainda não muito famosa - do público do Rio naquela época. Em outros estados não sei se existiu algo semelhante, mas no RJ o selo "Aprovado pela Fluminense 94,9 FM" era o atestado de qualidade fundamental pra qualquer roqueiro que se prezasse. Você conhecia isso?

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Com o filme "Aumenta que isso aí é rock'n roll", que já assisti e gostei, baseado no livro de Luiz Antônio Mello, o grande mentor e diretor da rádio, que também já li, anos atrás, e gostei muito, além de ter visto a excepcional entrevista que o LAM concedeu ao Papo com Clê", do canal Corredor 5 do YouTube, fui revirando o baú de memórias. Assista ao trailer do filme lá embaixo.

Uma das boas histórias mais remotas que me lembrei foi quando ouvi pela primeira vez o U2. Foi numa festa da faculdade, em meados dos 80, acredito que entre 1985 e 86 na casa de uma das colegas de turma, no Rocha, zona Norte carioca. Dois colegas e amigos, ambos chamados Guilherme, moravam em Niterói e eram ouvintes fãs da Flu FM. Um deles levou uma fita cassete do primeiro show do U2 lançado em disco gravada da Maldita pra festa. E ela tocou sem parar, pois todo mundo adorou a banda irlandesa de cara. Muitos ali nunca tinham ouvido o grupo de Bono Vox, The Edge, Adam Clayton e Larry Mullen Jr.

Outras histórias se referem a ocasiões posteriores. O fim definitivo da rádio (ou do que ela realmente representou), no início dos anos 2000, levou alguns fãs a fazerem um pequeno protesto em frente ao prédio do grupo Fluminense, onde eu trabalhava (no jornal). Vi lá de cima, de uma janela do andar da redação do jornal, a diminuta aglomeração e um carro de som ecoando músicas que a rádio tocava postados na calçada da rodoviária de Niquite, bem em frente ao edifício em que ficava a Maldita.

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Mais à frente tive a oportunidade de conhecer pessoalmente Luiz Antônio Mello, inclusive numa reunião de trabalho que ofereci a ele, mas que não foi à frente porque o projeto não obteve recursos suficientes pra ganhar vida. Infelizmente. Alguns anos depois ele me convidou a escrever um texto pro Blog do LAM (depois Coluna do LAM) e criei "Beleza e Caos: Arte em toda parte" , publicado aqui neste blog também, como você pode atestar clicando no título do texto aqui acima.

Como disse no início desta postagem, histórias são feitas pra se contar. Então, aí foi mais uma pra coleção. Espero que tenha curtido.


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