"CÁ ESTOU EU", POESIA MUSICADA COM IA
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Imagem gerada com auxílio da IA para a abertura do vídeo |
Cá estou eu a apresentar desta vez uma experiência um pouco diferente para ouvidos viciados. Desde que comecei a escrever poesias e a registrá-las, nos tempos em que passava do manuscrito para a máquina de escrever, como já mencionara na postagem anterior, sempre tive a noção da musicalidade na composição de meus versos. Quis o destino que fosse uma tecnologia a me dar a chance de ouvi-los cantados com arranjo e tudo. Pois é, torça o nariz quem quiser, mas é desta forma que tenho visto muitos dos meus trabalhos ganharem a cor própria que sempre idealizei.
E esta poesia, "Cá estou eu", tem uma história muito particular que faço questão de contar. A começar por um erro que deu certo. Quando fui copiar a letra de um dos meus arquivos para pôr no "prompt" (comando) do Suno não percebi que deixara os dois últimos versos de fora. O resultado me agradou tanto que decidi não mexer mais.
Como a poesia nasceu
Estava eu, provavelmente no fim dos anos 90, sentado à varanda da minha casa em Rio do Ouro/Várzea das Moças, São Gonçalo (RJ), relendo "O Evangelho Segundo Jesus Cristo", de José Saramago, quando em determinado momento pausei a leitura, pousei o livro em meu colo e fiquei a observar, como costumeiramente fazia, o morro que ficava adiante e pus-me a admirar, como quase sempre fazia, uma árvore belíssima que ficava em seu topo. Árvore esta que também me fez criar versos para sempre lembrá-la (clique aqui para ler "Tecelã Natureza").
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A necessidade de escrever surgiu como da forma tão bem descrita na música "Amor, meu grande amor", de Angela Rô Rô e Ana Terra: "não chegue na hora marcada, assim como as canções, como as paixões e as palavras". Corri em busca de papel e caneta, dentro de casa, e voltei à varanda para escrever a poesia de 6 estrofes, originalmente.
Abaixo, apresento como os versos foram apresentados para o surgimento da música, com auxílio da IA, e posteriormente a edição de imagens e vídeo.
Cá estou eu na varanda
a tocar com os dedos
o morro adiante,
a acariciar as folhas das árvores,
sem poder sentir sua tez.
Cá estou eu a ouvir
os murmúrios dos pássaros,
os ruídos dos carros,
os louvores dos céus...
Cá estou eu a sentir
o vento ao meu redor,
me lambendo o corpo
e fazendo a mata dançar.
Cá estou eu a mirar o infinito
como se ele existisse,
como se fosse compreensível,
como se fosse plausível.
Não podia deixar de dedicá-la ao grande mestre Saramago, que só vi de pertinho uma vez, no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, quando ele e o ator Paulo José leram trechos de "A caverna", que estava sendo lançado na época (início dos anos 2000) - e que eu, indesculpavelmente, ainda não li.
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E por que a poesia ressurgiu?
Estava há poucos dias rodando a Amazon Prime em busca de algum filme ou série interessante com minha mulher, quando me deparei com a possibilidade de assinar, mesmo que temporariamente e de forma gratuita, o canal Arte 1. E já vislumbrando a possibilidade de ver um especial sobre José Saramago.
Já havia me esquecido deste fato quando fui assistir a um jogo de futebol na Amazon Prime. No dia seguinte sentei-me em frente à TV para assistir ao belíssimo especial em homenagem ao Centenário de José Saramago, dirigido por Gisele Kato, com quem falei algumas vezes na época em que trabalhei como sócio-diretor de uma empresa de produções artísticas do Rio de Janeiro.
Foi assistindo ao programa que me recordei desta poesia, que andava perdida em minha memória, apesar de publicada no meu ebook "Cor Própria (1984-1999)", que publiquei de forma independente no início de 2022, ainda durante a pandemia da Covid-19.
Como foi feita a música?
Mais uma vez utilizei a plataforma Suno e minha orientação foi de produção de uma música tradicional portuguesa, ao estilo do Madredeus, com voz feminina. Afinal, para mim, não existe fado ou música portuguesa sem uma cantora - e Teresa Salgueiro é uma das maiores para mim. E o resultado me agradou muito, embora não tenha sido de primeira, como fora a escrita da poesia, décadas atrás e a mais de mil quilômetros de distância, pois ainda estou em Florianópolis.
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Para quem não sabe, o Suno normalmente faz duas versões para cada pedido de música que se faz e eliminei logo a primeira, mas guardei a segunda, pois me agradara. Porém, não me dei por satisfeito e busquei mais duas. E foi uma delas, desta segunda tentativa, que me agradou mais e que resolvi trazer a público, a você.
Espero que goste, mesmo que a IA incomode. Tente se concentrar na força que as palavras ganharam na voz de A.I.da MA.I.A., como nomeei minha "cantora portuguesa", e no arranjo arranjado por esta tecnologia ao mesmo tempo tão assustadora, quanto fascinante.
Créditos do vídeo
Poesia, prompts de estilo musical e de ilustrações e edição de vídeo: Eduardo Lamas Neiva.
"Cantora": A.I.da MA.I.A.
A referência ao livro "O Evangelho Segundo Jesus Cristo" se deve ao fato de que a poesia foi escrita quando eu lia pela segunda vez esta magnífica obra de José Saramago. E ao ebook "Cor Própria", porque, com leves mudanças e duas estrofes a mais, esta poesia está publicada neste livro de autoria de Eduardo Lamas Neiva à venda na Amazon do Brasil e de mais 13 países. Caso queira adquiri-lo na amazon.com.br, é só clicar aqui.
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Quem lê recomenda!
Ficou muito bom! Para a IA, o céu é mesmo o limite. Até melodia ela cria!
ResponderExcluirVejo que você está mesmo empolgado com todos esses recursos.
Parabéns!!
Muito obrigado, meu amigo. É uma forma de levar as poesias a mais gente e com mais força, creio eu. Mas pra chegar a um resultado como este muitas vezes é preciso descartar alguns e fazer acertos, como em "Palavras mareiam". Tem outras guardadas pra serem divulgadas em breve e mais algumas pra serem produzidas. Abração, volte sempre.
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