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Mostrando postagens de 2016

UM ANO INESQUECÍVEL

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Bem sabem os bem-pensantes, e nem precisam de grandes inclinações filosóficas para tal, que procurar o esquecimento é encontrar a lembrança. Por isso, nem adianta esquecer, porque 2016 será um ano inesquecível. De uma forma geral, por tudo o que as retrospectivas já vêm mencionando, e particularmente para mim e, possivelmente você que está lendo este texto, pelos mesmos e por outros tantos motivos.  Foi - ou melhor, está sendo - muito difícil atravessar este longo e extenuante deserto, com raríssimos oásis. Eu me despeço deste ano com a certeza de que, se por um lado surgiram muitas decepções, tristezas e revezes, por outro vi reforçados o amor e a união, tive alegrias inesperadas e muito, muito aprendizado. E demasiado trabalho de criação, o que dá sentido e direção à minha vida. Veja também: Fábrica de ídolos "Sutilezas", amor, paixão e surpresas Particularmente, a maior lição de 2016 foi "amizade não é para qualquer um". Este ano foi fundamental para reconhe...

CHEIRO DE CHUMBO NO AR

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Toda roubalheira que amarra sujos rabos públicos a privados ainda fora das cadeias deflagrou uma guerra de nervos, vaidades e sobrevivência política, social e econômica entre os altos cargos dos 3 poderes da republiqueta. Há o medo do que ainda não foi exposto, não vazou. E das conseqüências do que já está saindo detrás das moitas obscuras. Há o pavor de ver o próprio nome ser o próximo da interminável lista de delações. A apreensão, as tremedeiras, cólicas, diarreias, as insônias de quem nunca perdeu a noite por dor de consciência explodiram em ataques. E defesas desesperadas, violentas. Negações, negações, recusas ao que antes era facilmente aceito. O que era achaque na surdina (ou nem tanto assim, pois de bobo só há o povo), virou ataque. Histeria, teimosia, mal-criação. Escândalos. Calhou de ser assim cunhada a História, e talvez estejamos retrocedendo sem perceber. Os corvos e abutres que se cuidem. E os alvos diários das rapinas, mais ainda. Veja também: Premiata Hipocri...

POESIA CANTADA: DISSIPAÇÕES

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Aqui vai mais um vídeo com uma poesia cantada. "Dissipações" também já havia sido publicada aqui neste blog e retirada numa época em que resolvi esconder parte do meu trabalho. Não tem resposta, portanto nem adianta perguntar o motivo. Aqui vai ela, então, agora com som (os versos estão abaixo do vídeo). DISSIPAÇÕES (Eduardo Lamas) Há tanta dor largada pelo caminho Tanto amor deixado pela estrada Tanta luz desperdiçada na escuridão Tanta sombra perdida no espelho Nas calçadas repletas No asfalto escaldante Nos botecos imundos Nos bares da moda Há tantas pegadas que ainda erram pelas madrugadas Na areia das praias Nas calçadas rachadas No asfalto vazio Nas pistas de dança Tantas gotas de suor misturadas nas águas do mar, dos rios, lagos, copos e corpos Tanto odor, ardor e a dor nos dias de festa, carnaval. Visite o meu canal no Youtube e se inscreva. É só clicar aqui. Veja também: "O negro crepúsculo", um livro muito bem recomend...

POESIA CANTADA: SALVAÇÃO E PERDIÇÃO

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Sem muito papo desta vez, pois já me expliquei demais. Aí vai mais uma poesia cantada em ritmo blues. SALVAÇÃO E PERDIÇÃO (Eduardo Lamas) Nesta noite eu choro Não posso salvar uma alma perdida de si só tenho potência pra me salvar das minhas mediocridades, limitações e desejos de salvação Vejo no olhar baço, fugidio, a desesperança, a auto-vingança E tudo que faço é buscar ora em vão, outras não, aquilo que me amansa Nada, nada, nada que me faça perder de vista a longa e sinuosa estrada me fará parar agora Porém é preciso seguir com o olhar generoso e atento pra não despencar do penhasco que sempre aparece depois de uma curva fácil. Veja também: O caminhante "Cor própria", o primeiro que veio a ser o quinto "Contos da bola": quem lê recomenda "Sutilezas", amor, paixão e surpresas

POESIA CANTADA: CHORO REPRESADO É SINAL DE CHUVA

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Ao começar essa série de vídeos com "Que me diz você?" - e depois com ""O rio" entrelaçado à "Sequidão"" - tive o cuidado de explicar os meus objetivos e deixar claro que não sou músico, cantor, nem ator, diretor, muito menos videomaker . Mas talvez tenha deixado escapar algo que, por me incomodar, vou corrigir aqui, antes de apresentar "Choro represado é sinal de chuva". Disse que criei melodias para as poesias que já tinha escrito e em determinados momentos chamei de música. Creio que na verdade não, ainda não são, se é que um dia serão. São na verdade poesias cantadas, que entendi ficarem melhores do que declamadas, algo que nunca soube bem fazer, mas que mesmo assim me arrisquei com "O Rio", fabulosa poesia de João Cabral de Melo Neto que ainda ousei editar e misturar aos versos "melodiados" de "Sequidão". Não vou editar os vídeos em que chamei de música o que fiz - talvez nem os que já estão gra...

PENSO,LOGO SINTO 27

O pior câncer do Brasil são os roubos feitos dentro da lei, de regulamentos, regimentos, normas, muitas vezes aprovados pelos próprios beneficiados. Refiro-me a todo tipo de mordomia, ganhos astronômicos, bolsas e auxílios extras (a parentes e amigos, inclusive), casas e apartamentos oficiais, carros, aposentadorias especiais, concedidas fartamente nos três poderes (executivo, legislativo e judiciário) em municípios, estados e na federação e em empresas e órgãos públicos. É o pior câncer, porque é o mais difícil de extirpar, pois está enraizado na lei e na cultura da boquinha, do fisiologismo, do nepotismo, do cinismo e da hipocrisia. Esta é a verdadeira e duradoura crise deste país doente. Para não dizer que não falei das flores, um ótimo e raríssimo exemplo do que deveria ser a regra: http://www.tribunadainternet.com.br/reguffe-do-pdt-abre-mao-de-todas-as-regalias-de-senador/ Veja mais: O que não se pode perder é a essência

POESIA CANTADA: QUE ME DIZ VOCÊ?

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Versos sempre escrevi e ousei publicar por aí, em papéis diversos, reais e digitais, onde as portas se abriram e entrei com todo respeito e educação. Onde fecharam, dei as costas e parti. Mas é com igual respeito, educação e amor que peço licença à musa Música para adentrar em seu maravilhoso recinto. Chego devagar, mas com certa audácia, pois não sou cantor e não toco sequer um instrumento.  E peço desde já desculpas pela maneira como chego, não tão bem arrumado para a ocasião e com alguma fome e sede, mas - tenho a certeza - com a dignidade que não falta a quem um dia foi impelido a escrever e agora desandou a melodiar os versos seus. Eu, os meus. Isso mesmo, eu! Veja também: A música é interdisciplinar Lições de João (A música é interdisciplinar 2) Parece absurdo, mas não é tanto assim. Afinal, venho de uma família com músicos, antepassados e presentes, e de muitos amadores da Musa Música. Nada mais natural que ela brote dentro de mim como os versos tantos que já publiq...

PENSO, LOGO SINTO 26

Quem elege cínicos e sádicos aplaude trapaças e atrocidades. Veja também: Questão Em Questão 4 Penso, logo sinto 20 Estilhaços 9 Gasolina no incêndio 11 Espantalhos

NO BANCO DA PRAÇA

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Foto: Fábio Rogério (Jornal Cruzeiro, Sorocaba-SP) Andava sem rumo, pensativo, remoendo problemas e removendo alegrias do fundo do baú da memória, quando me vi dentro de uma ampla praça no centro de uma cidade que já não me reconhecia mais. Nem eu a ela. Reparei num lugar vago ao lado de um senhor e lá me sentei, sem a menor vontade de trocar sequer uma vírgula de idéia. Não com ele, especificamente, com ninguém. Mas ele falava, parecia um mantra, e tive de me curvar discretamente para ouvir e ele não perceber. O senhor repetia baixinho: "Coitado do povo, coitado do povo, coitado do povo...". Quando entendi o que dizia me postei virado para o lado oposto, o direito, para não correr o risco de ter as lamúrias voltadas para mim em busca de algum apoio ou mesmo de uma represália. Longe de mim, pensei. E ele se foi. Resolvi ocupar o lugar em que o senhor estava. E voltei aos meus pensamentos e voei para um lugar no meu passado longínquo que já pensava - ou melhor, já não mais...

NAU POESIA: AMORES*

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Obra de Juarez Machado Amor por inteiro Amor por dinheiro Amor interesseiro Amor profundo Amor vagabundo Amor pelo mundo Amor sem graça Amor desgraça Amor mordaça Amor desinteressado Amor desapegado Amor safado Amor espiritual Amor racional Amor visceral Amor ocidental, Amor oriental Amor acidental É tudo isso o mesmo amor? É tudo isso mesmo o amor? É tudo isso mesmo, amor? Amor fraterno Amor materno Amor subalterno Amor à primeira vista Amor a perder de vista Amor pago à vista Amor com vaidade Amor com piedade Amor sem idade Amor possessivo Amor lascivo Amor excessivo Amor secreto Amor discreto Amor sem teto Amor sofrido Amor sem libido Amor fodido É tudo isso o mesmo amor? É tudo isso mesmo o amor? É tudo isso mesmo, amor? Amor exclusivista Amor egoísta Amor exibicionista Amor casual Amor usual Amor sem igual Amor de pele Amor que escalpele Amor que impele Obra de Juarez Machado Amor que se supôs Amor que s...

"O NEGRO CREPÚSCULO", UM TRABALHO DE 11 ANOS

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Comecei a escrever "O negro crepúsculo" em 2004 e só me dei por satisfeito no fim do ano passado. Foram 11 anos criando brechas de tempo na correria interminável do dia a dia para escrever e chegar onde desejava. Classifiquei de romance apenas por uma questão editorial mercadológica, pois a narrativa é cercada de poesias abrindo cada um dos capítulos (com exceção do primeiro e do último - último?), além de crônicas e reflexões do personagem c.j. marques. O que é o pano de fundo? Alguns jornalistas e escritores, como Luiz Antonio Mello, Marcus Veras e Bruno Lobo , e outras pessoas das mais diversas áreas, aos quais agradeço muito, muito mesmo, elogiaram bastante o livro. Revisei incansavelmente - e sempre acho algo para mudar cada vez que o releio -, editei, incluindo a foto de capa, na qual não pus absolutamente nada escrito, inspirado em alguns LPs de bandas que admiro - e o lancei no formato digital e independente, só com a ajuda da tecnologia e da possibilidade aber...

GERALDO, UM ASSOVIO QUE AINDA SE OUVE

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Geraldo assoviava para a bola. Foto: Placar A morte de Geraldo, há exatos 40 anos, marcou profundamente a minha infância. Era ele, ao lado de Zico e Doval, o craque do meu time que mais gostava de ver jogar. Os dois eram amigos e se entendiam em campo maravilhosamente bem. Tanto, que ambos foram logo convocados para a seleção brasileira, pelo então técnico Osvaldo Brandão, que substituiu Zagallo após a campanha apenas regular na Copa de 1974. Tinha eu apenas 10 anos, completados pouco mais de um mês antes, quando recebi a triste notícia, acho que pela minha mãe, que teria ouvido no rádio. Geraldo, o Assoviador, tinha apenas 22 anos de idade e morreu na mesa de cirurgia para extração das amígdalas. Na minha memória sempre ficou a corrida cadenciada pelo gingado natural e a cabeça em pé, por pouco precisar olhar para a obediente bola, grudada aos seus pés, especialmente o direito, que invariavelmente só o largava quando ele a mandava com perfeição a um companheiro ou ao gol ...

"O NEGRO CREPÚSCULO" PELO MUNDO

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Muitos já sabem, alguns até já compraram nos Estados Unidos e na Inglaterra , mas é sempre bom que mais gente saiba: não é só no Brasil que se pode adquirir "O negro crepúsculo", que está à venda aqui, é só clicar . Nos EUA e diversos outros países, por exemplo, há a opção da Loja Kindle da Amazon.com. Se é o seu caso,  clique aqui para comprar o seu . "O negro crepúsculo" à venda no Japão Abaixo, passo uma lista de outros países em que você pode comprar o livro, publicado em versão digital para ser lido em qualquer dispositivo (smartphones, tablets e computadores pessoais). É só clicar no país em que você está neste momento que você estará a dois passos de "O negro crepúsculo":  Reino Unido Alemanha França   Espanha e Portugal Itália   Holanda Japão México Canadá Austrália Índia Avise aos seus amigos que moram no exterior. Clicaê quem curte CDs e vinis! Veja também: "Profano coração" está de volt...

"O NEGRO CREPÚSCULO", UM LIVRO MUITO BEM RECOMENDADO

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" O negro crepúsculo ", segundo livro de minha autoria, tem recebido elogios de conceituados escritores e jornalistas. Luiz Antonio Mello , jornalista, radialista, produtor musical e escritor, o homem que criou com Samuel Wainer Filho, a histórica rádio Fluminense FM, a Maldita, publicou em seu blog, Coluna do LAM : "Já escrevi (e, com prazer, escrevo de novo) que o carioca Eduardo Lamas é um dos mais talentosos escritores de sua geração, com trânsito em diversos estilos e texturas. Acompanho o seu trabalho há vários anos e recomendo, com muita satisfação, o seu novo romance". Outro grande jornalista, escritor e empresário das áreas de Comunicação e Cultura ( Coringa Comunicação ), Marcus Veras escreveu: "Dono de uma primorosa capacidade de trafegar entre a ficção e a poesia, Eduardo Lamas escreveu um romance onde o mote é a busca pelo amor. Enquanto vara as ruas da cidade a bordo de seu táxi, o narrador desfia as dobras de seu coração apaixonad...

PENSO, LOGO SINTO 25

Ode aos resistentes: manter-se digno, motivado e sem rancor num lugar como esse é, sem dúvida alguma, um ato de feroz resistência. Veja também: Questão Em Questão 4 Penso, logo sinto 12 Gasolina no incêndio 11 Estilhaços 4

ESTILHAÇOS 16

Ajoelhado aos pés de seus erros, implorava perdão. Como nunca ficava de pé, jamais foi perdoado. Veja também: Estilhaços 12 Estilhaços Os muros

CALAMIDADE

Calamidade pública São os políticos Deste estado de Calamidade pública São os políticos Deste estado de Calamidade pública São os políticos Deste estado de Calamidade pública... Clicaê quem curte CDs e vinis!   Veja também: Espantalhos Beco sem saída Hipocrisia e cinismo

"O NEGRO CREPÚSCULO" NA RÁDIO JORNAL, DO RECIFE

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Fui convidado na semana passada pela produtora Marcela Maranhão para falar na noite de sexta, dia 10/6, sobre o livro "O negro crepúsculo" para o programa Movimento, da Rádio Jornal, do Recife. Porém, acabei tendo o imenso prazer de conversar também sobre música brasileira e, em especial, da minha profunda admiração e respeito pela cultura e a arte pernambucanas, já manifestada neste blog tantas vezes (veja os links no fim da postagem) . Fui entrevistado pelo apresentador Marcelo Araújo, mas pude conversar também com o escritor Amaro Filho, que estava no estúdio para divulgar o livro "Pífanos do Sertão", lançado dois dias depois na capital pernambucana. Convido você a ouvir o programa no vídeo abaixo. A minha participação vai de 15m20 a 27min23. Nunca é demais lembrar, o livro está à venda neste link http://goo.gl/SdKSqU e também em qualquer lugar do mundo onde se pode comprar pela Amazon. Veja também: Ariano Suassuna é eterno A nova dinâmica da viola ...

"O NEGRO CREPÚSCULO" EM DESTAQUE NA MÍDIA

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Pouco a pouco o livro "O negro crepúsculo" , o segundo que publico, vai conquistando leitores e mais espaço na mídia. Já concedi algumas entrevistas, duas para rádio ( Nacional e Livre , ambas do Rio de Janeiro), uma para o jornal O Fluminense , de Niterói (RJ), e outra para o conceituado Blog da Simone Magno , especializado no mundo dos livros e da literatura. Não é fácil ser escritor em qualquer lugar do mundo, ainda mais num país como o Brasil, muito pouco interessado em Educação, por conseqüência, em leitura. Mais difícil ainda é ser também editor e divulgador do trabalho (até a foto da capa fiz desta vez). Porém, a tecnologia hoje facilita a vida de quem procura fazer bom uso dela e, graças a isso, estou podendo fazer meu trabalho de formiguinha, independentemente, e expandindo o alcance de "O negro crepúsculo" - e também de "Profano coração" , o primeiro que lancei -, inclusive para o exterior. Só tenho a agradecer a todos que estão abrindo ...

ESQUIZOFRENIA *

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O ser cindido vive em dois mundos: o real e o imaginado. Além deles, ainda se pode considerar um terceiro (a terceira margem?), o da tênue linha fronteiriça que separa um do outro. Todo artista de verdade possui algum grau de esquizofrenia. Postado racionalmente no mundo mesquinho da realidade, dos afazeres práticos e ou reconfortantes, o homem age maquinalmente, absorve ordens, cumpre seus deveres, exige direitos (até os que não tem), diverte-se, joga conversa fora e flana sobre a superficialidade apenas tangenciando-a. Na era do entretenimento paranóico, esta é a lei. No entanto, quando o homem avança, mergulha e investiga com todos os seus sentidos aguçados e concentrados o mar infinito que é seu próprio ser ou atravessa a pesada porta que o impele a não sair do lugar e vai onde quanto mais fundo, mais escuro e denso, torna-se possível trazer algo novo à tona e se tornar um ser criador. Clicaê quem curte CDs e vinis! Mas aqui não cabem ilusões, paga-se um alto preço por isso...

NISE DA SILVEIRA: O AFETO E A ARTE COMO PODER

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Nise da Silveira Glória Pires não me parece nos seus melhores dias (como Lota Macedo Soares em "Flores raras" ela está bem melhor, no meu modo de ver), o filme não ficará na História do cinema, mas "Nise - O coração da loucura", dirigido por Roberto Berliner, merece ser visto por todos os brasileiros. Todos, sem exceção. E nem tanto pelas maravilhosas interpretações dos atores que encarnaram os loucos do Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro, mas pelo maravilhoso exemplo que representa a doutora Nise da Silveira. Uma brasileira que nos faz lembrar que não é só de pilantras, bandidos, corruptos, ególatras e mal-amados vive este país. Infelizmente, temos visto cada vez mais a nossa imprensa (mídia) e nossos (des)governos dando mais valor aos que nada valem, do que àqueles que mereciam uma estátua em cada esquina desta imensa terra. Nise da Silveira enfrentou um mundo altamente machista, ególatra, frio e indiferente ao outro, os pseudo-deuses da medicina, p...

ANTI-LUTHER KING: A E.E.RA DAS TREVAS

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Eu tive um pesadelo. Eu tive um pesadelo terrível esta noite. Nele vi claramente algo que só pressagiava remotamente no início dos anos 90: meu país elegeu para a Presidência uma chapa formada pelo candidato que ama torturadores e assassinos e outro influente colega "cristão". Foi ruidosa e raivosa a festa, se é que pode se chamar de festa milhões de pessoas de dentes trincados, cenhos franzidos, olhares injetados, bocas contorcidas, esgares dos mais variados a urrar palavras de ordem, contra tudo e todos que ousassem discordar da nova-velha Era. Meu pesadelo certamente revelou em poucas horas os acontecimentos de anos. Perseguições, torturas, pessoas atiradas à fogueira e enforcamentos em praça pública aos adeptos de religiões afro, católicos, ateus, índios, gays, qualquer opositor daquele regime de horror instaurado por vias "democráticas". A maioria estava com o novo líder. E desfilavam impecavelmente uniformizados para e por ele num interminável mar de ca...

DEMOCRACIA: FÁCIL NO DISCURSO, DIFÍCIL NA PRÁTICA

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Nestes conturbados dias de fla-flu político, tenho me deparado com inúmeros casos de teoria a anos-luz de distância da prática. Muita gente que berra, esperneia e até mesmo alguns que posam com discursos orais ou escritos muito bonitos na defesa da democracia desafinam feio na hora de exercê-la no seu dia-a -dia. Não, não é fácil ter a prática democrática em casa, no prédio, nas ruas, no trabalho, ainda mais num país cuja História está marcada por dominação ditatorial no governo central e nos seus mais escondidos recantos. O coronelismo ainda está vivo em muitas partes deste Brasil, e não só no interior rural. O impulso de impor vontades e interesses prevalece nos grandes e nos pequenos poderes. Nossa tradição é autoritária e paternalista e há muitos que se apegam a esta tradição e bradam como se fosse um belíssimo hino. Vejo defensores da democracia só para aqueles que concordam com eles, nunca para os que discordam. Grandes veículos de comunicação - e não só no Brasil - cometeram ...

GAÚCHO, O ADEUS DE UM DISCÍPULO DE DARIO

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Ele parava no ar, como beija-flor, helicóptero e Dadá. Era irreverente, tinha ótimas tiradas. Era enrolado com a bola nos pés, até não chutava mal, tinha dificuldades no domínio da redonda, mas era um exímio cabeceador. Daqueles de dar um tiro com a cabeça ou apenas colocá-la, com suavidade, onde desejava, longe do alcance do goleiro. Gaúcho deixará saudades, especialmente na torcida do Flamengo . Muitas. As primeiras lembranças que tenho dele estão ainda na minha memória de torcedor de arquibancada, no início dos anos 80. Um camisa 7 veloz (assim parece nas minhas esparsas recordações), que avançava pela ponta-direita para buscar a linha de fundo e cruzar para o centroavante Vinicius. Não foi assim que ele se consagrou, mas foi como iniciou nos juniores do Flamengo. Vi esta cena relatada acima algumas vezes nas preliminares do Maracanã. Gostava de chegar cedo pra acompanhar a garotada, eu ainda garoto, praticamente da mesma idade que aqueles que estavam em campo. Estava n...

"O NEGRO CREPÚSCULO", NÃO PERCA!

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Comecei a escrever "O negro crepúsculo" em 2004. Depois de muitas versões, aversões e reversões, dei por terminada a tarefa em 2015. Nem tentei a busca por uma editora, pois creio que nenhuma me daria a atenção que eu sempre esperaria. Já me frustrei uma vez com "Profano coração", livro de poesias que lancei em julho de 2009, por uma editora do Rio de Janeiro. Por isso o relancei em versão digital na AmazonKindle no ano passado e repito agora a dose com esse romance de estréia. É a história de um taxista, c.j. marques (assim mesmo escrito, como o poeta ee cummings), que busca uma relação incendiária, mas só encontra fogo de palha. Não sei se posso classificar "O negro crepúsculo" como romance. O que posso dizer que foi escrito e reescrito com a pele à flor da alma. O leitor que se aventurar por este livro encontrará poesias, filosofias de bar, dor, amor, paixão, ilusão, desilusão, pensamentos, sentimentos, sensações, encontros, desencontros e reenco...

PENSO, LOGO SINTO 24

Escrevo monólogos, porque sempre conversei muito comigo, continuei conversas e situações da forma que - não exatamente desejava, mas - era induzido e seduzido a criar na minha imaginação. Fluía. Em determinado momento percebi que tudo aquilo merecia ganhar vida. Quantos excelentes monólogos não deixei de escrever? Porém, certamente não foram perdidos de todo. Minha memória certamente me devolveu muito do que imaginei ter perdido. E mais um ganhou vida esta semana. Agora é saber quando e com quem estará nos palcos. Veja também: Estilhaços 15 Penso, logo sinto 14 Clarice Niskier, de corpo e alma O teatro e o futebol

HIPOCRISIA E CINISMO

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Um dos argumentos mais repetidos pelos amantes do capitalismo é que a livre concorrência é muito saudável para dar oportunidade às pessoas (ou pior, aos consumidores) escolherem seus produtos e serviços, com preços competitivos e maior qualidade. Em tese, posso até concordar. O problema é que muitos dos grandes defensores da livre concorrência não admitem sequer tocar no assunto quando o papo passa a ser os seus monopólios (ou de seus ícones) e suas exclusividades compradas com (muito) dinheiro e influências políticas e jurídicas, todas no mínimo obscuras. E ainda se dizem democratas e fervorosos advogados da liberdade de expressão. A prática está tão enraizada na nossa pátria pútrida nada gentil que os que não tem má-fé não percebem e apóiam, por comodismo ou ignorância, a manutenção desses monopólios.  Não quis, nem quero, levantar bandeira de qualquer "ismo" com este texto, porque para mim a questão é o ser humano. Ele é capaz de fazer um sistema aparentemente ruim ...