segunda-feira, 19 de agosto de 2024

REENCONTRO COM HAMILTON DE HOLANDA

Hamilton de Holanda Trio no Porto Blue Sound

No último sábado, dia 17, eu e minha mulher percorremos cerca de 5km a pé, de casa até o Parque de Coqueiros, via Beira-Mar Continental, para assistir a alguns shows do festival Porto Blue Sound. Meu principal interesse era rever o bandolinista Hamilton de Holanda, que é considerado no exterior o "Jimi Hendrix do Bandolim". Chegamos no meio do show, que provavelmente deve ter iniciado no horário marcado, às 13h50, mas mesmo assim deu pra curtir muito a apresentação desse instrumentista e compositor que leva - e eleva - a música brasileira ao mundo inteiro, com seu trio.

Mas foi surpresa pra mim, que há tempos não escutava nada dele, embora tenha alguns de seus álbuns, o fato de não ter ouvido nenhum choro. Afinal, ele se notabilizou no mundo da música instrumental brasileira pelo virtuosismo e a marca pessoal com que toca chorinhos clássicos e contemporâneos. Foi só jazz do mais alto nível, com aquele toque brasileiro que só os artistas que carregam em suas veias a múltipla musicalidade de nosso país sabe dar.

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A última - e única vez - que havia assistido Hamilton de Holanda se apresentar ao vivo foi ainda no século passado, em 1999, na Cobal do Humaitá, zona Sul do Rio de Janeiro, onde ia com alguma frequência para as rodas de choro do grupo Sarau. Naquele domingo, porém, o motivo era muito especial: a despedida do meu amigo-irmão e - há 17 anos - meu compadre, Bruno Lobo, que estava se preparando para se mudar pra Londres, onde moraria até meados de 2002.

Foto retirada do Facebook
Eu, Bruno, e provavelmente todas as pessoas - ou quase todas - que estavam na Cobal nunca tinham ouvido falar de Hamilton até o momento em que foi chamado ao palco por um dos integrantes do Sarau, provavelmente Bruno Rian, filho de outro grande e histórico bandolinista, Déo Rian, apresentado como um bandolinista de Brasília (ele é carioca, mas mudou-se muito novo com os pais pra capital do país). 

Foi só ele começar a tocar que até quem estava indo pro pagode no lado oposto da Cobal veio assisti-lo. Foi uma apresentação tão marcante que não pude deixar de enviar pelo whatsapp ao Bruno essa foto acima, bem ruinzinha, feita de longe com meu celular velho de guerra, cortada pra aproximar mais, com a seguinte mensagem: "Sabe quem é esse aí? Tá longe, mas seria impossível vir assisti-lo e não me lembrar de você".

Pra completar o nosso ótimo sábado no festival, ainda vimos O Bando, muito boa banda de rock e blues de Três Pontas (MG), e o grupo do Hermeto Pascoal, já que o Mago teve um problema de saúde e foi proibido pelo médico de viajar do Rio pra Floripa. E, pra finalizar, fica meu elogio à plateia de todas as idades (crianças, muitas crianças, inclusive) que lotou o Parque de Coqueiros e também à organização do Porto Blue Sound, pois o festival transcorreu na mais absoluta paz e cordialidade. Certamente na próxima edição estaremos de volta.

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Foto publicada no perfil do festival Porto Blue Sound no Facebook

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