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Mostrando postagens de setembro, 2023

NAU POESIA: ÀS OBVIEDADES DA OBJETIVIDADE

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Os cartesianos que me perdoem,  Mas se penso, logo sinto Além, mais e mais  Lá vou eu: Pensinto E creio na fé Das pseudociências Que são as curvas invisíveis  Que as retas traçadas  Pela lógica aritmética e geométrica  Jamais enxergarão A lógica da comprovação  Só demonstra Por A + B  Que o alfabeto vai até Z E há outros tantos Para tantas palavras, frases Histórias e livros E que os números são sem fim Como as perguntas que Podem - e devem - questionar As prontas respostas Lógicas das frases feitas,  Dos clichês que há séculos Foram o último grito da moda Por isso há sempre um urro gutural Um sussurro inaudito A se ouvir  O mistério camuflado A se revelar  Ou permanecer  Como o infinito: Sem meios de se chegar ao fim. Esta poesia é inédita, produzida recentemente e deve estar em algum livro no futuro. Como reflete alguns debates recentes, apresento aqui meu pensentimento sobre a obsessão pela objetividade que alguns setores da soci...

NAU POESIA: A LUA

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A lua é um olho cego brilhante mergulhado no abismo, preso ao fundo do imenso lago azul, a mirar sempre os homens fixamente, obstinadamente, obsessivamente. Seu olho de ciclope sem íris, só pupila, produz arcos prateados e ocráceos nas nuvens, as espumas da noite, a superfície aparentemente calma do lago suspenso que nos rodeia. O que será que nos esconde esse olhar perdido na noite? Que seres e mistérios habitam sua face oculta? Que segredos guarda essa testemunha ocular das almas obscuras que habitam a Terra? Veja também: Olhares Alhures - Fotos #91: O sol se vai, a lua vem "O negro crepúsculo", não perca! Veja também: Villa-Lobos, o pai da MPB Música pra viagem: Mirrorball "A lua" faz parte do livro "Cor própria (1984-1999)", lançado em 2022 e à venda na Amazon do Brasil e de mais 12 países na versão digital (ebook). Clique aqui se quiser adquirir o seu.  Esta poesia foi publicada originalmente neste blog em 28 de março de 2010 e arquivada posteriorm...

NAU POESIA: SEXO

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Ontem foi dia do sexo, segundo me relataram as redes sociais, então resolvi resgatar esta poesia abaixo, que havia sido publicada aqui neste blog em 15 de dezembro de 2010. A poesia faz parte do ebook "Cor própria" , publicado no ano passado e à venda na Amazon do Brasil e de mais 12 países. Convido, portanto, você a ler abaixo os versos de "Sexo". Peço também que comente, compartilhe e não deixe de seguir o blog. Agradeço desde já. Que é o sexo senão idílio e claustro, glória e martírio, profanação e devoção, submissão e dominação? Que é senão o não caber mais em si – mesmo sem se saber quem é – o transbordar, sucumbir e ressuscitar, o transcender a dor e o prazer? É um se entregar para tudo ter, um se deixar à própria sorte, um rir e chorar, que é a própria vida, que é a nossa própria morte. "O abandono", escultura de Camille Claudel Veja também: Nau Poesia: Oferenda (ou Canção de um ser dilacerado)   Nau Poesia: Amores

NAU POESIA: VERTIGINOSA VIDA

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"Voo das Bruxas", Francesco de Goya   Quantas voltas dar para se achar para se perder Quantas portas trancar para se aprisionar para se proteger Quantos muros erguer para se esconder para se encolher Quantos labirintos percorrer para se desafiar para se vencer Se quiser ter fácil não será difícil Se escolher conquistar terá longo caminho Se pedir verdade só achará incerteza Se encontrar mentira pode ter certeza Para ganhar ternura enfrentará desdém Para ter carinho receberá palmadas Para manter o corpo venderá a alma Para ser espírito mastigará a carne Por que quer ajuda pra poder andar Pra que andar se já quer correr Como quer correr já pensou voar Como olhar pra frente de olhos vendados Como escutar gemidos de ouvidos tapados Como gritar na noite de boca amordaçada Como cortar a garganta se cegou a lâmina O que fazer, poeta, se nada há a dizer O que escrever, poeta, se o início, que era verbo, faltou Onde se lançar com tantos abismos Onde mergulhar em meio a tantos mares On...