Nem alegre, nem triste: poeta. Aprendendo a amar, nunca chegando na hora marcada.
terça-feira, 26 de setembro de 2023
NAU POESIA: ÀS OBVIEDADES DA OBJETIVIDADE
quarta-feira, 20 de setembro de 2023
NAU POESIA: A LUA
preso ao fundo do imenso lago azul,
a mirar sempre os homens
fixamente, obstinadamente, obsessivamente.
Seu olho de ciclope sem íris, só pupila,
produz arcos prateados e ocráceos
nas nuvens,
as espumas da noite,
a superfície aparentemente calma
do lago suspenso que nos rodeia.
O que será que nos esconde
esse olhar perdido na noite?
Que seres e mistérios
habitam sua face oculta?
Que segredos guarda
essa testemunha ocular
das almas obscuras que habitam a Terra?
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quinta-feira, 7 de setembro de 2023
NAU POESIA: SEXO
Convido, portanto, você a ler abaixo os versos de "Sexo". Peço também que comente, compartilhe e não deixe de seguir o blog. Agradeço desde já.
"O abandono", escultura de Camille Claudel |
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segunda-feira, 4 de setembro de 2023
NAU POESIA: VERTIGINOSA VIDA
"Voo das Bruxas", Francesco de Goya |
para se achar
para se perder
Quantas portas trancar
para se aprisionar
para se proteger
Quantos muros erguer
para se esconder
para se encolher
Quantos labirintos percorrer
para se desafiar
para se vencer
Se quiser ter fácil
não será difícil
Se escolher conquistar
terá longo caminho
Se pedir verdade
só achará incerteza
Se encontrar mentira
pode ter certeza
Para ganhar ternura
enfrentará desdém
Para ter carinho
receberá palmadas
Para manter o corpo
venderá a alma
Para ser espírito
mastigará a carne
Por que quer ajuda
pra poder andar
Pra que andar
se já quer correr
Como quer correr
já pensou voar
Como olhar pra frente
de olhos vendados
Como escutar gemidos
de ouvidos tapados
Como gritar na noite
de boca amordaçada
Como cortar a garganta
se cegou a lâmina
O que fazer, poeta,
se nada há a dizer
O que escrever, poeta,
se o início,
que era verbo, faltou
Onde se lançar
com tantos abismos
Onde mergulhar
em meio a tantos mares
Onde sucumbir
ante tantos olhares
Onde se reerguer
com todo este peso
É o bicho-homem
A mulher-vampiro
Sangue degustado
Pele tão curtida
Soro em cada veia
De tubos PVC
Canos de descarga
Vasos sanitários
Pias batismais
Papéis higiênicos
Livros sagrados
Travesseiros sujos
Lençóis encardidos
Manchas de esperma
Vertiginosa vida
Loucuras deste mundo
Ressacas dessas praias
De bocas que vomitam.