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Nem alegre, nem triste: poeta. Aprendendo a amar, nunca chegando na hora marcada.
domingo, 26 de junho de 2022
OLHARES ALHURES - FOTOS #100: UM CANTINHO DE MINAS EM FLORIPA
domingo, 19 de junho de 2022
OLHARES ALHURES - FOTOS #99: E LÁ SE VAI O SOL
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quarta-feira, 15 de junho de 2022
UMA COISA JOGADA COM MÚSICA - CAPÍTULO #20
O habilidoso Geraldo em ação num jogo no Maracanã. Jovem meia do Fla faleceu em 1976 |
O público e nossos quatro
amigos ficam muito bem impressionados com a capacidade de Edu Kneip descrever
em música o desenrolar de um jogo. Após comentários elogiosos, Zé Ary aborda
João Sem Medo.
Garçom: - Seu João, voltando ao assunto anterior,
outros jogadores que tinham tudo para serem grandes craques morreram jovens
também.
João Sem Medo: - Sim, Zé Ary, é verdade. Além
do Dener, que foi revelado pela Portuguesa, passou pelo Grêmio e estava no
Vasco, teve o Roberto Batata, do Cruzeiro; o Geraldo, do Flamengo...
Idiota da Objetividade: - Roberto Batata e Dener
morreram em acidentes de automóvel. Geraldo teve um choque anafilático durante
cirurgia para retirada das amígdalas. Roberto Batata e Geraldo faleceram em
1976. Dener, em 1993.
Garçom: - O
ponta-direita Roberto Batata foi tão marcante no Cruzeiro que mereceu uma
homenagem musical de Gaúcho Alegre. Vamos ver e ouvir no telão?
Todos concordam e Zé Ary põe o
vídeo no telão.
Roberto Batata é muito aplaudido e, da sua mesa, agradece ao público.
Veja também:
João Sem Medo: -
Roberto Batata foi um atacante muito bom do grande time que o Cruzeiro montou
nos anos 70. Um abraço pra você (João acena para Roberto Batata, que retribui o
cumprimento).
Garçom: -
Quem também está presente é o Geraldo Assobiador.
João Sem Medo: - Geraldo
Assobiador era cobra de bola. Não era completo, mas tinha tudo pra ser craque.
Morava perto de mim, gostava de ir ao borracheiro para aprender a mudar pneu e
lidar com ferramentas do mecânico. Todos os dias brincava assim e jogava um
futebol muito bonito e gostoso de ser visto.
Emocionado, Geraldo se levanta
e vai dar um abraço em João Sem Medo.
Garçom: - Que
encontro, meus amigos! Que encontro!
Aplausos gerais para Geraldo e
João Sem Medo.
Garçom: - Em
homenagem ao grande Geraldo, vou pôr no som uma música de Mário Adnet e
Bernardo Vilhena, chamada “Geraldofla”, numa gravação do Adnet com as
participações de Lobão, na voz, e de Paulo Moura, nos sopros. Vale muito ouvir,
minha gente.
Geraldo, ainda emocionado, agradece os aplausos do público.
Veja também:
Garçom: - Dois, pouco lembrados, mas que estavam
despontando bem eram o Mahicon Librelato, do Inter, e o Sérgio Gil, do
Corinthians.
Idiota da Objetividade: - Mahicon Librelato
começou no futsal, na cidade catarinense de Orleans, onde nasceu. No campo, o
início da carreira do promissor atacante foi no Criciúma. Ele tinha só 21 anos,
quando morreu na Avenida Beira Mar Norte, em Florianópolis, num acidente de
carro também. Seu último gol, duas semanas antes, ajudou o Inter a escapar do
rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro, em 2002, nos 2 a 0 sobre
o Paysandu, em Belém.
Sobrenatural de Almeida: - Os
colorados devem essa a ele e um pouco a mim também. O Inter escapou por muito
pouco daquela vez.
Idiota da Objetividade: -
Verdade, Almeida. Já o Sérgio Gil, que hoje dá nome a uma rua no bairro do
Balneário, em Florianópolis, era irmão do ex-volante Almir, que foi o capitão
do Coritiba na conquista do campeonato brasileiro de 85 e bicampeão paulista
pelo São Paulo, em 80 e 81, e do Tonho, meia campeão mundial pelo Grêmio, em
83. Ele começou no Figueirense, foi convocado várias vezes pra seleção
brasileira de juniores e estava emprestado ao Corinthians. Sérgio Gil estava
sendo negociado com o Inter quando faleceu num acidente automobilístico na
Rodovia Régis Bittencourt, ainda no estado de São Paulo, em 9 de julho de 1989.
João Sem Medo: - Outro que perdemos num
acidente de carro também foi o Everaldo, lateral-esquerdo tricampeão no México.
Já não era tão jovem quanto os outros, tinha uns 30 anos, acho...
Idiota da Objetividade: - ... Sim, tinha 30
anos de idade. Morreu em 1974.
João Sem Medo: - Ele ainda estava jogando e foi uma
perda muito sentida também. Eu o convoquei pra seleção desde o princípio, como
reserva do Rildo. Era muito bom jogador.
Ceguinho Torcedor: - Foi uma das Feras do João!
Garçom: - Ô, seu Ceguinho, foi bom o senhor falar nisso. O Paulo Silvino tinha
prometido vir aqui cantar a marchinha “As feras do Saldanha”, de Jayme Bochner,
mas ainda não apareceu.
Músico: - Uma hora ele aparece aí!
Garçom: - Tomara!
Fim do Capítulo #20
Modificado e republicado em 16 de dezembro de 2024
Esta série é uma homenagem especial a João Saldanha e Nelson Rodrigues e também a Mario Filho e muitos dos artistas da música, da literatura, do futebol e de outras áreas da Cultura do nosso tão maltratado país.
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domingo, 12 de junho de 2022
OLHARES ALHURES - FOTOS #98: PARQUE DE LAVANDA
Fotos de Eduardo Lamas Neiva, feitas no dia 22 de abril de 2022, no Le Jardin Parque de Lavanda, em Gramado (RS).
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quarta-feira, 8 de junho de 2022
UMA COISA JOGADA COM MÚSICA - CAPÍTULO #19
Urubu levado por flamenguistas causou furor no Maracanã, em 1969. Foto: Ag. O Globo |
Zé Ary desta feita é quem distribui o jogo, lançando um tema
à mesa de nossos 4 amigos.
Garçom: - Igual ao Dener, muitos craques brasileiros partiram da Terra muito
cedo, né?
Sobrenatural de
Almeida: - Com morte
eu nunca me meti, nem olhem pra mim. Minha influência sempre foi só dentro do
campo. E nunca pra machucar ninguém.
João Sem Medo: - Você disse que de mata-mata
entende, Almeida.
Todos riem.
Sobrenatural de Almeida: - Sim, matar time, goleiro, atacante, torcedor no
sentido figurado, está aqui o Ceguinho pra não me deixar mentir. Em cada lance
que interfiro é um Deus nos Acuda!(dá sua risada medonha)
João Sem Medo: - Então tá bom. Mas agora o papo é sério e não tem sentido
figurado. Alguns foram embora no auge de suas carreiras. Como o Eduardo,
ponta-esquerda muito habilidoso que jogou no América do Rio e foi depois pro
Corinthians e acabou morrendo num acidente de carro, lá na Marginal do Tietê.
Idiota da Objetividade: - No acidente automobilístico,
ocorrido no dia 29 de abril de 1969, também faleceu Lidu, lateral-direito. O
Corinthians fazia bela campanha no Campeonato Paulista de 1969, quando os dois
faleceram.
Garçom: - Parece que teve um problema com o
Palmeiras depois...
João Sem Medo: - Foi feia a coisa, muito feia.
Idiota da Objetividade: - Com a perda dos dois jogadores, o
Corinthians pleiteou junto à Federação Paulista a contratação de substitutos, o
que só seria permitido pelo regulamento com a unanimidade dos outros clubes,
pois as inscrições para a competição já haviam se encerrado. Quase todos
concordaram, apenas o presidente do Palmeiras na época, Delfino Facchina, votou contra. Revoltado, o
presidente do Corinthians, Wadih Helu, chamou o palmeirense de porco.
João Sem Medo: - Merecidamente. Foi até
pouco.
Veja também:
Ceguinho Torcedor: - Na primeira partida entre
os dois times depois deste episódio, soltaram um porco no gramado do Morumbi e
a torcida do Corinthians começou a gritar “Porco, Porco”.
Garçom: - Que atitude feia do presidente do
Palmeiras.
Ceguinho Torcedor: - Muito. Mas muitos anos
depois a torcida do Palmeiras resolveu adotar o apelido e a história ficou meio
apagada.
Músico: - Já
que o assunto é a rivalidade entre Corinthians e Palmeiras, vamos chamar de
volta ao palco o Teixeirinha?
É aplaudido novamente.
Teixeirinha: - Em
matéria de rivalidade, eu e minha amiga Mary Terezinha, que está lá no Mundo
Material, entendemos muito bem. Vamos então de “Bom de Bola”, de minha autoria,
música que gravei no LP “Carícias de amor”, lançado em 1970, o ano do tri. Não
reparem nas “ofensas”, por favor. Hahaha
Todos riem.
Muitas risadas durante a música e aplausos gerais ao fim.
Teixeirinha: -
Muito obrigado. E a palavra volta ao comando de quem?
Todos, em uníssono, imitando a
antiga vinheta da Rádio Globo do Rio de Janeiro: “João Saldaaaaanha!” João Sem
Medo ri, faz seu sinal característico para Teixeirinha e inicia sua fala como
começava seus comentários nos áureos tempos de rádio.
João Sem Medo: - Meus amigos, o Flamengo era
chamado de urubu por torcedores adversários. Era um apelido racista, fazia
referência ao grande número de negros na torcida rubro-negra. Mas quando os
flamenguistas assumiram o urubu como mascote, os rivais se esqueceram do
apelido pejorativo e racista. Foi mais ou menos o que a torcida do Palmeiras
fez em São Paulo, embora o motivo do apelido fosse bem diferente.
Sobrenatural de Almeida: - O
apelido acabou num jogo contra o teu Botafogo, João.
Ceguinho Torcedor: - É
verdade!
Veja também:
Idiota da Objetividade: - No
dia 1º de junho de 1969, Flamengo e Botafogo se enfrentaram no Maracanã pelo
Campeonato Carioca daquele ano. O time rubro-negro não vencia o alvinegro há nove
jogos e seus torcedores continuavam ouvindo dos torcedores rivais que eram
“urubus”, pelos motivos que o João já mencionou. Mas naquele domingo, alguns
torcedores do Flamengo pegaram um urubu num lixão e levaram para o Maracanã. Antes
de os times entrarem em campo, a ave foi solta com a bandeira do clube presa a
uma das patas e os rubro-negros no estádio foram à loucura gritando “é urubu, é
urubu”. O Flamengo acabou com o jejum vencendo por 2 a 1 e, com a charge do
rubro-negro Henfil no Jornal dos Sports, o urubu passou a ser adotado como um
dos símbolos do time.
Garçom: -
Sobre outro Flamengo x Botafogo, de muitos anos depois, a final do Campeonato
Brasileiro de 1992, Edu Kneip descreveu musicalmente em “Baile do Urubu”. Vou
pôr aqui em especial pros flamenguistas aqui presentes, mas quem não é pode
curtir também.
Fim do Capítulo #19
Modificado e republicado em 16 de dezembro de 2024
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domingo, 5 de junho de 2022
OLHARES ALHURES - FOTOS #97: LAGO NEGRO
Fotos de Eduardo Lamas Neiva, feitas no Lago Negro, Gramado (RS), no dia 22 de abril de 2022.