segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

MÚSICA PRA VIAGEM: CHEIRO DE MATO

Por onde anda Fatima Guedes? Esta pergunta me veio à cabeça num fim de semana recente e a partir disso pegamos, eu e minha mulher, um aplicativo de música no celular para procurar a cantora, que só então descobri ser também compositora, e (re)ouvi-la. E que maravilhas ela compôs e gravou! 

Incompreensível é estar tão esquecida. Incompreensível, mas facilmente explicável pela profunda futilidade artístico-comercial que abunda no país do bundalelê.

Veja também:
Entrevista: Nilze Carvalho
Uma viagem no tempo e no espaço com Loreena McKenitt 

A música que mais escutei dela no rádio, entre o fim dos anos 70 e 80, só me trazia à memória o refrão "manhã, manhã, manhã...". Mas ao escutá-la novamente percebi, prestando muito mais atenção do que 40 e tantos anos atrás, que era muito mais do que isso, tanto em beleza poética, quanto musical. Melhor, fiquei finalmente sabendo que a composição é da própria Fatima Guedes.

Fiz uma rápida pesquisa, vi que ela está no instagram ainda na ativa, como professora de canto também, e passei a seguir o seu canal no YouTube. E lá descobri também uma dupla que ela fez com Elis Regina, cantando ambas a composição de Fatima chamada "Meninas da cidade", que fez parte do disco de estreia da cantora e compositora, lançado em 1979.

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Mas aqui, agora, vamos ouvir juntos nesta série "Música pra viagem" "manhã, manhã, manhã...", ou melhor, "Cheiro de mato", música que está originalmente no segundo disco de Fatima Guedes, de 1980. Deleite-se!

A série "Música pra viagem" completa + vídeos, clique aqui

 

Veja também:
Música pra viagem: Canto das três raças
Música pra viagem: De frente pro crime
Música pra viagem: Con toda palabra 
Música pra viagem: Lascia ch'io pianga


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segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

PENSO, LOGO SINTO #38

 A Arte é, desde sempre, a inimiga predileta da boçalidade.
 
Foto: Getty Images.

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Esta série, iniciada em 2011, apresenta frases, reflexões, pensamentos curtos que me surgem na observação do mundo e da sociedade de uma forma geral. Podem estar inseridos já em alguma obra literária de minha autoria, virem a estar ou simplesmente se limitarem a uma presença única por aqui ou qualquer outro tipo de publicação isoladamente. 

Acompanhe abaixo algumas das outras postagens desta série:

Penso, logo sinto #30
Penso, logo sinto #19
Penso, logo sinto #14
Penso, logo sinto #2

Deixe abaixo o seu comentário, opinião, sugestão, crítica. Se gostar, siga o blog e compartilhe o que mais agradar. E não deixe de prestigiar os anunciantes do blog para que eu possa continuar publicando. Agradeço desde já.

Veja também:
Música pra viagem: My sweet Lord
Nau poesia: Lágrimas de sangue
Tempo presente
Beleza e caos: Arte em toda parte

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quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

NAU POESIA: ODE AO ÓDIO NA ERA DA PÓSTUMA VERDADE

Na Era da Póstuma Verdade,
Eis o Ódio a reinar
Entre homens e mulheres
De todos os matizes, de todos os lados
De todas as negações biológicas,
Neurológicas, psicológicas 

Nesta tribuna de desonra
Homens odeiam mulheres 
Mulheres odeiam homens
Homens que se odeiam homens
Mulheres que se odeiam mulheres

Todos que odeiam gays
Que odeiam humanos
Humanos que se odeiam 
E odeiam animais
Florestas, rios, mares e pedras, 
E apedrejam-se diariamente 
Para concretar suas absolutas razões 
Em rebocos e lajes e muros
Sem qualquer razão 

Insanos, irracionais
Só enxergam os infernos 
Calcinando o outro, a outra, outrem
Inventam fatos e palavras
E imagens reais, irreais, surreais
E nos surram com suas verdades
Imaginárias, das tênues linhas
Que estão sempre à margem da total loucura
De querer, exigir, urrar, espernear 
Estrebuchar, a esmo atirar
Pra reafirmar que se apoderou da razão 
Da verdade revelada 
Por seus gurus de estimação. 

Gurus de pelúcia com quem dormem
E sonham e fazem amor
(sem erotismo que é pecado!)
Em todas estas noites de plena escuridão.

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Estes são os mais recentes versos que compus. Resolvi publicá-los neste blog antes de qualquer livro, por entender que o tema é inesgotável e precisa tocar em certas (muitas) feridas, mesmo sob risco de cancelamentos. Assim, mais uma vez disponibilizo um trabalho meu gratuitamente. Há outros muitos quase gratuitos, vendidos a preços irrisórios, que gostaria que adquirisse também. Fica o recado e o agradecimento antecipado.

Veja também:
Beleza e caos: Arte em toda parte
Conexões
"O negro crepúsculo" em destaque na mídia
Poesia cantada: Choro represado é sinal de chuva


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sábado, 6 de janeiro de 2024

E LÁ SE FOI ZAGALLO


A notícia do falecimento de Mário Jorge Lobo Zagallo é o assunto deste sábado. E, apesar de gigantesca concorrência na mídia e nas redes sociais, não posso deixar de fazer um texto em homenagem ao maior vencedor de Copas do Mundo da História do futebol e publicá-lo aqui. Embora tenha diversas divergências com a forma como ele conduziu a seleção em 1974, principalmente, e 1998, é preciso ressaltar sempre o trabalho de 1970, iniciado sim por João Saldanha, mas aperfeiçoado com maestria pelo já bicampeão mundial como jogador, em 1958 e 1962.

Zagallo, que comandava o grande Botafogo do fim dos anos 60, teve sensibilidade e sabedoria para colocar em campo aquela seleção que sacramentou o símbolo do futebol-arte e que é e será lembrado eternamente como um dos maiores de todos os tempos. Para mim, o de 1958 é ainda melhor, simplesmente por ter reunido Didi, Garrincha e Pelé, mas lá estava ele na ponta-esquerda, auxiliando o meio e marcando um dos gols na final contra a Suécia. É impossível não enaltecê-lo.

Veja também:

Os méritos de escalar juntos Jairzinho, Pelé, Tostão e Rivellino são dele, pois com João quem atuava na ponta-esquerda era o meu xará, Edu, um craque, sem dúvida, mas com Riva a composição tática e técnica da equipe ficou ainda melhor. E não ficou nisso, Zagallo ainda recuou o volante Piazza para a zaga e escalou o jovem Clodoaldo para atuar ao lado de Gerson na armação e na marcação no meio-campo.

Quase chovo no molhado, mas é sempre bom destacar momentos gloriosos não só do nosso futebol, mas do esporte como um todo. Como bem escreveu o historiador egípcio naturalizado inglês Eric Hobsbawm em seu excelente livro "A era dos extremos - o breve século XX" sobre aquele timaço de 70: "Quem, tendo visto a seleção brasileira jogar em seus dias de glória, negará sua pretensão à condição de arte?”.

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Tive a oportunidade de conhecer pessoalmente Zagallo, em 1990. Foi por um breve período, quando eu iniciava a cobertura diária do Vasco da Gama pelo Jornal dos Sports. Ele era o treinador da equipe e foi demitido após a eliminação da Taça Libertadores da América para o Atlético Nacional, da Colômbia. No pouco tempo, porém, ficou na memória o tratamento cordial.

O gol do Pet

Porém, a maior alegria que tive com Zagallo como torcedor (embora estivesse trabalhando na redação da Agência Lancepress naquele jogo) foi a conquista do tri estadual do Flamengo em 2001. Isso porque  quando a seleção conquistou o tri no México eu ainda tinha 3 anos de idade (faria 4 29 dias após a final). 

Aquele golaço de falta de Petkovic, aos 43 minutos do segundo tempo da final contra o Vasco, a comemoração alucinada do craque sérvio e o choro de Zagallo ao fim da partida ficarão guardados nos corações e nas mentes dos rubro-negros que viveram aquele dia. "Foi uma verdadeira Copa do Mundo", definiu o Velho Lobo em entrevista ao repórter Janir Júnior, do ge.com, 10 anos depois.

Veja também:
Futebol brasileiro x seleção brasileira
Setenta anos do Canhotinha de Ouro

Zagallo no comando do Flamengo na final do Carioca de 2001 (Foto: Hipólito Pereira/Ag. O Globo)

A Zagallo, o futebol e quem ama este esporte que quase sempre resume nossas vidas em campos de grandes estádios ou mesmo em reles peladas em terrenos baldios desde que foi inventado só podem dizer uma palavra: obrigado!

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quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

PENSO, LOGO SINTO #37

 A geração mimimi foi criada pela geração que a mimou.

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Esta série, iniciada em 2011, apresenta frases, reflexões, pensamentos curtos que me surgem na observação do mundo e da sociedade de uma forma geral. Podem estar inseridos já em alguma obra literária de minha autoria, virem a estar ou simplesmente se limitarem a uma presença única por aqui ou qualquer outro tipo de publicação isoladamente. 

Acompanhe abaixo algumas das outras postagens desta série:

Penso, logo, sinto #15 
Penso, logo sinto #12 
Penso, logo sinto #8
Penso, logo sinto 28

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quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

EBOOK "DIFÍCIL É SER HOMEM" ESTÁ DE VOLTA


Após ficar por um tempo fora de venda, o ebook "Difícil é ser Homem" volta à Amazon do Brasil e de mais 12 países (veja a relação abaixo, com seus respectivos links).

A obra literária, a sexta das oito já publicadas com a autoria do escritor Eduardo Lamas Neiva, traz 14 monólogos masculinos e femininos. Nos relatos, personagens repassam suas vidas para alguém oculto, envoltos em memórias, “pensentimentos” ou apenas conversam com um ouvinte que nada opina, comenta ou pontua. Não expressamente, pelo menos. 

Este material imaginativo, introspectivo, questionador e libertário, com narrativas muitas vezes escritas em fluxos de memória, abarca pessoas solitárias, saudosas, saudosistas, nostálgicas, angustiadas, esperançosas, críticas e criteriosas na busca de suas próprias verdades e do mundo.

Elas debatem – antes de tudo - consigo mesmas as suas contradições, loucuras e sobriedades, os labirintos em que se encontram na busca da libertação de remorsos, questionamentos e melancolias, do encontro ou reencontro com uma alegria viva. Todas envoltas em monólogos internos, interiorizados, ou direcionados a alguém ou algo.


- Muitos destes textos nasceram para o palco, um deles inclusive, “Sentença de vida”, um monólogo feminino, foi apresentado em teatros do Rio de Janeiro, de Niterói e São Gonçalo, entre 2002 e 2003. Acredito que quase todos os monólogos ainda podem ser encenados, mas senti a necessidade de oferecê-los ao público leitor que procure textos mais densos, questionadores – afirma Eduardo.

Além da Amazon do Brasil, o ebook está à venda em
 mais 12 países: Estados Unidos (amazon.com), Reino Unido (amazon.co.uk), França (amazon.fr), Alemanha (amazon.de), Espanha (amazon.es), Itália (amazon.it), Holanda (amazon.nl), Canadá (amazon.ca), México (amazon.com.mx), Japão (amazon.co.jp), Índia (amazon.in) e Austrália (amazon.com.au). O ebook de monólogos também está disponível no sistema Kindle Unlimited (saiba mais clicando aqui).

- Sem qualquer comparação de valor artístico com a obra-prima musical de Saint-Preux, são como concertos para uma só voz. No entanto, cada uma representa certamente milhares, quem sabe milhões, de vozes. Muitas se debatendo dentro do próprio personagem. “Difícil é ser Homem”, o monólogo, creio que seja um inventário de toda uma geração, a minha geração, com seus retumbantes fracassos, sua eterna nostalgia e suas conquistas também, claro. É uma geração que, por um lado busca os caminhos de uma vida mais consciente, a minoria, e, por outro, dita os descaminhos dos sem rumo deste país perdido e maltratado, a esmagadora maioria, infelizmente. Embora não perceba ou não queira admitir, é a grande responsável pela geração que tanto critica, a de seus filhos.

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Antes deste ebook de monólogos, Eduardo publicou de forma independente “Profano coração” (2015, reedição), “Sutilezas” (2019) e “Cor própria” (2022), de poesias, e “O negro crepúsculo”(2016), um romance poético. Pela Cartola Editora, teve reeditado em 2021 “Contos da bola”,  que originalmente fora publicado em 2018, pela Livros de Futebol. Além deles, publicou recentemente o conto “Atrasado” em ebook na Amazon e tem um conto chamado “O sofá”, na coletânea “Lascívia”, da Cartola Editora.

-
Para levar adiante aquilo que você realmente acredita, ama, e trata como missão, vocação, será preciso inúmeras vezes enfrentar a desconfiança, a indiferença da grande maioria, algo que considero muito pior que a crítica desfavorável. Se eu não tivesse a plena confiança no que faço, no que escrevo, já teria desistido há décadas. Como desistir, neste caso, não faz parte dos meus planos, aqui está meu sexto livro publicado. Espero que esses 14 monólogos despertem interesse.

Veja também:
"Cor própria", o primeiro que veio a ser o quinto
"Contos da bola" está na rede


O autor

O escritor e jornalista carioca Eduardo Lamas Neiva, morador de Florianópolis desde 2019, é o idealizador do projeto Jogada de Música, que deu nome a um quadro dos programas esportivos da Rádio Globo Rio Panorama Esportivo do Pop Bola e Zona Mista, entre janeiro de 2017 e março de 2018, e coluna semanal no site do Pop Bola. De  janeiro de 2019 a dezembro de 2020 foi coluna mensal no site do Instituto Memória Musical Brasileira (IMMuB). O projeto é fruto de pesquisa realizada desde 2015 sobre as músicas que contam, cantam e tocam a História do futebol brasileiro.

Recebeu em 2001 o prêmio de Destaque Especial nas categorias conto, crônica e poesia do IV Concurso Literário "A Palavra do Século XXI", de Cruz Alta (RS). É autor das peças teatrais "Sentença de Vida", encenada entre março de 2002 e maio de 2003, no Rio de Janeiro, em Niterói (RJ) e São Gonçalo (RJ), e “A confissão”, a ser apresentada pela Oráculo Cia de Teatro, em breve. É também autor dos livros "Profano Coração", lançado em 2009 no formato físico, e em 2015 em formato digital; "O negro crepúsculo", lançado na versão digital em 2016 e no tradicional, em 2017; “Sutilezas”, lançado como ebook em 2019, e “Contos da Bola”, lançado originalmente em 2018 na versão digital e relançado, pela Cartola Editora, nos dois formatos, no início de 2021.

Como jornalista trabalhou, de 1988 a 2013, nos mais importantes veículos de comunicação do Rio de Janeiro, entre eles rádios Imprensa FM e Tropical FM, Jornal dos Sports, Agência Sport Press, Agência O Globo, O Globo Online, O Fluminense, Lance Multimídia, Revista e Agência Placar, site Pelé.Net, Oi Internet, Jornal do Brasil e Globoesporte.com. Foi colunista do jornal O Fluminense (Niterói-RJ), entre 2001 e 2002; do jornal e site Portal (Rio de Janeiro), de 2014 a 17 e de 2019 a 20 (com um podcast), e do portal Mais PB (João Pessoa), entre 2022 e 23. Tem ainda este blog (desde 2008) e é entrevistador na Região Sul do país do site e canal Museu da Pelada do Youtube na Região Sul, desde outubro de 2019.

De 2012 a 2016, atuou como sócio-diretor da Mais e Melhores Produções Artísticas, e de 2017 a 2020, da Estação Pró-Vida – Saúde, Arte e Desenvolvimento Humano.

Veja também: